Os anos 60 era divido pela rivalidade entre os
motoqueiros e surfistas. Havia apenas uma regra em Califórnia: não se envolver com alguém de outra gangue. Até que Vinnie Hacker, um motoqueiro se apaixona por Brooke Scott, uma surfista. Agora ele vai...
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Hoje era o dia da corrida entre os grupos da gangue. Não sei se lembram, mas eu tinha mencionado que nossa gangue é dividida em pequenos grupos. O que ganhar, bom, mas diferença nenhuma, mas é tipo "ei, aqui, vocês são Os melhores".
Meu grupo é o melhor. Mas ficamos sempre em segundo, não tem como vencer dos adultos, eles são bem mais experientes que nós. Alguns não participam mais, tipo meu pai. Ele se machucou em um acidente e não posso mais fazer essas corridas perigosas, mas está sempre colocando a pressão pra eu ficar pelo menos entre os primeiros.
Estávamos nos stages nos preparando para entrar.
- Vocês estão prontos? - perguntei colocando minhas luvas na mão.
-É claro - Bryce sorriu confiante.
- Não sei... estou um pouco nervosa... - Cynthia disse.
- Você consegue. Vai arrasar - Sab passou disse arrumando a jaqueta dela - Vamos?
Fomos em direção nossas motos. Colocamos os capacetes e nos arrumamos na linha de partida. Tinha em torno de 100 motoqueiros na pista, éramos um número um pouco menor que o dos Surfistas.
Ouvimos o apito e demos partida. Acelerei, acelerei, acelerei. Mas então eu vi ela. Encostada em um dos postes assistindo à corrida. Me distrai por alguns segundos olhando ela e caí com moto na pista. Merda.
Bati com a cabeça no asfalto, sorte que estava de capacete. Senti o peso da moto caindo em minha perna esquerda, não sei se gritei de dor, mas estava doendo muito. A temperatura do asfalto queimava a pele de meu braço, por que esqueci de colocar jaqueta logo hoje? Não sei quanto tempo demorou, mas ouvi a voz de Bryce em meu ouvindo.
- Vinnie! Vinnie! Tá me ouvindo?! Ei... ei... - a voz dele parecia baixa, mas sei que estava gritando.
Com o tempo foi se amontoando uma rodinha ao meu redor. Reconheci alguns de meus amigos. Não consegui ficar com o olho aberto por muito tempo, mas ainda estava consciente, senti me levarem para uma barraca.
- Ele ainda está consciente - ouvi uma voz que devia vir do homem que estava tocando em mim, algum paramédico.
- Por que ele não responde?!
-É só o choque. Ele está vivo, calma.
- Preciso que todos se afastem por favor!
(...)
Acordei em minha cama. Fui levantando aos poucos, minha cabeça queimava e meus olhos pesavam, devem ter me dado medicamentos. Depois que consegui recobrar meus sentidos, vi meus braços machucados pelo asfaltos quente que saí rolando e minha perna esquerda estava enfaixada. Fiquei olhando para meu corpo até que Ouvi uma voz na porta.
- Estávamos preocupados. Você caiu feio da moto - Bryce disse se aproximando.
-E ela pelo visto caiu feio em cima de mim - ri.
- Como está se sentindo? - ele parecia sério, não era momento para minhas piadas.
- Bem... Não acredito que caí! Esperei essa corrida esses meses todos para fazer merda no final!
- Acontece. Não fica se cobrando muito, Vinnie. O importante é que você tá bem - ele disse.
Bryce agora estava fazendo carinho em meu cabelo. Acho que os remédios ainda faziam efeito em mim porque a mão dele me acariciando me fez fechar os olhos e quase dormir novamente. Acordei quando meu pai entrou pela porta.
- Ele está acordado?! - disse furioso.
- Hã... Tá... - senti Bryce se afastando e abri meus olhos.
-O que você estava pensando?!
- Eu não estava pensando... Se estivesse não tinha caído da moto - disse ainda amuado - Não quer saber se estou bem?
- Eu sei que você está bem!
- Pelo amor de Deus, pai! Eu me machuquei, vai mesmo ficar bravo comigo?!
- Por sua culpa o seu grupo parou a corrida para te socorrer e não finalizaram. Vocês ficaram em último!
-E daí? Ể Só uma corrida idiota.
- Uma corrida idi.. - ele passou a mão no cabelo e respirou fundo tentando conter a raiva.
- Papai deixa ele - minha irmã agora tentava tirar meu pai do quarto - Noah está mal agora, depois Vocês conversam - ele relutava, mas por fim ela o Convenceu de sair.
Lágrimas de ódio se formaram nos meus olhos e mordi a boca para tentar contê-las.
- Ei... Não liga para ele, tah? Só fica em ficar melhor. Você vại ver, daqui uma semana vai estar de volta ao normal - Bryce agora dava palmadinhas em meu ombro não machucado.
- Eu sei... Valeu, cara.
Minha irmã trouxe um sanduíche para mim mais tarde, mas não sei se estava sem fome ou sem vontade de fazer qualquer coisa porque nem toquei nele até que ela quase me obrigasse porque precisava de energia para me curar melhor.
Passei a noite inteira pensando em como fui cair, então lembrei de Brooke perto do poste. Será que ela estava realmente ali ou foi coisa da minha cabeça? Será que ela iria me visitar ou tentar saber como eu estava? Até agora nenhum dos meus amigos veio além de Bryce, talvez eles apareçam pela manhã, como meu pai disse, eles não largariam a Corrida se não se preocupassem comigo, certo?
Percebi que minha obsessão por Brooke estava me atrapalhando. De onde é que eu pensei que seria boa ideia ter esses sentimentos por uma surfista? Nunca poderíamos ficar juntos.
Aí é que está, eu não estava pensando. Ela simplesmente apareceu e invadiu minha mente, meu coração. Ah qual é! Se controla, Vinnie! Que papo brega e ridículo é esse? Você é um motoqueiro cara, deveria odiar ela ou a menos nem querer chegar perto. Mas tudo o que quero é ficar perto dela, abraçar ela e sentir aquele perfume bom de seus cachos.
Minha mente estava em um conflito. Não sabia se queria só ficar pensando nela porque me agradava, ou se não queria pensar nela porque estava me deixando confuso ou se não queria por ela ser uma surfista e eu saber que não tenho chance.
Só queria entender quando esses sentimentos começaram e por que eu não consigo mais tirar Brooke Scott de minha cabeça.
