Os anos 60 era divido pela rivalidade entre os
motoqueiros e surfistas. Havia apenas uma regra em Califórnia: não se envolver com alguém de outra gangue. Até que Vinnie Hacker, um motoqueiro se apaixona por Brooke Scott, uma surfista. Agora ele vai...
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Era mais uma vez de ter que ir na feira da cidade. Acontecia como sempre no parque de diversāo. A última vez em que estive aqui foi no meu passeio secreto com Brooke. Dessa vez vim só com minha família. Então entrei primeiro com minha irmã e Bryce atrás com meus pais.
Minha mente estava em uma confusão completa, dividida entre pensamentos, ideia, disposições... Bryce não trocou uma palavra sequer comigo na última semana desde que descobriu sobre meu namoro com Brooke. Tentei falar com ele, mas só recebi um silêncio em troca. Eu entendoo lado dele, é pesado, muita coisa para absorver.
Nunca vou entender o ódio de Bryce pelos surfistas. Mas agora que uma deles está comigo - principalmente a Brooke, uma das mais influentes entre eles , o ódio ia crescer, eu tinha certeza. Eu entendo que deve ser difícil ver alguém que você não gosta com a pessoa que você é apaixonado. Mas ainda sou o melhor amigo dele, ele deveria pensar na minha felicidade.
Mas também eu já fiz ele passar por muitas coisas ultimamente. Não correspondi os sentimentos dele por anos e depois ainda brinquei com eles. Bryce me perdoou e continuou comigo, mesmo tendo todo o motivo do mundo para me odiar. Agora ele conseguiu mais um na lista.
Fomos andando até as barracas e enquanto meus pais iam olhando as bugigangas que as pessoas vendiam na feira, fui com Linsay comprar comida para todos nós.
- Não fiquem longe, quero todos juntos hoje. Passeio em familia - minha mãe disse antes que pudéssemos sair de perto deles.
Voltamos em pouco tempo com lanches e refrigerantes. Foi meio difícil achar eles, pois enquanto a fila não andava, nem o pedido vinha, eles vasculharam mais a feira.
Depois disso, fomos até alguns brinquedos. Eu iria tentar ganhar o urso de novo, e dessa vez ele seria meu, não daria para ninguém. Tive que tentar duas vezes, óbvio que não chegava nem perto do preço que era em loja, mas eu consegui.
Saí tão feliz daquela barraca, agarrado com meu grande urso. Acho que eu o chamaria de Milon. Sim, ele tem cara de Milon. Sorri e abracei mais ainda o bicho de pelúcia.
A essa altura, o céu estava escuro e a noite trouxe consigo uma grande ventania, por sorte estava com minha jaqueta. Já haviamos conseguido vários prêmios e seguíamos agarrados a eles até as barracas de comida. Eu precisava de mais pipoca.
Ainda pedi morango no palito coberto com chocolate. Comer aquilo me lembrou Brooke, ela ama morango, ainda mais assim no palito com chocolate. Queria poder estar com ela agora aqui.
Seguimos até o carrossel. Parei por um instante lembrando daquela noite. Foi tão mágico. Meu primeiro encontro com Brooke, foi perfeito. Queria poder voltar naquela noite, reviver cada momento que passei com aquela garota.
Meus pais não queriam subir no carrossel conosco, mas minha irmã ficava insistindo para irmos. Eu e Bryce ficamos quietos ouvindo a discussão, não queríamos acabar indo sozinhos até lá.
Enquanto eles discutiam, um homem se aproximou de nós. Mais ou menos da minha altura, meia idade, um pouco calvo no topo da cabeça, barba, aspecto latino. Senti que já tinha visto ele antes. O homem sorriu para mim e veio me cumprimentar.
- Desculpa, mas eu conheço o senhor? - sorri para parecer gentil, mas estava confuso.
-Creio que não. Eu estava cuidando da segurança aqui na madrugada que você veio com aquela garota mês passado. Lembrei de vocês, formam um lindo casal, ainda estāo juntos? - ele sorriu.
Meu coração acelerou naquele momento. Olhei para Bryce e ele soltou um suspiro que parecia mais um risada debochada, como se não acreditasse tanto quanto eu que aquele momento estava acontecendo. Ele coçou a nuca e mordeu os lábios, como se pudesse sentir minha tensão.
A real é que eu estava totalmente paralizado, eu não tinha reação. Percebi que minha família tinha parado de discutir e prestava total atenção em mim agora, eu não sabia o que fazer.
- Desculpa o incômodo. É que eu soube que Quinton pegou a chave para você e eu precisava ficar aqui só para averiguar a segurança dos brinquedos. Sabe como é, não posso deixar os jovens sozinhos, pode ser perigoso. Mas não quis te atrapalhar com a moça, por isso que não deve te ele visto na noite - ele sorriu, parecia confuso. Cada palavra que saía da boca dele era tentando consertar o que vinha antes, mas só piorava minha situação. Queria pedir para que ele ficasse quieto.
-Hā. Tudo bem, senhor. Obrigado - esbocei um sorriso forçado sem mostrar os dentes para ele, na esperança que ele entendesse o sinal e fosse embora.
Pelo visto ele compreendeu, pois pediu licença e se afastou. Me virei aos poucos para minha familia. Eles ainda esperavam alguma explicação. Bryce parecia nervoso, pois era cúmplice da minha mentira. Linsay estava indiferente, como se já soubesse do que tratava e quisesse ficar do meu lado na briga, mas tinha medo da reação de meus pais.
Meus coração estava acelerado, quase saindo pela boca. O homem acabara de entrar uma das minhas noite mais importantes, que deveria ser segredo. Mas ele não disse quem era a garota, eu talvez ainda tivesse alguma chance de salvar meu traseiro nessa história.
- Então.. - meu pai por fim falou, tentando manter a calma - Quem é a garota?
- Sab - pensei rápido, disse rápido, tentei não hesitar.
- Sab? - minha mãe disse em tom de deboche - Pensei que você tivesse dito que não havia nada entre vocês.
- Eu... tinha mentido – eu podia sentir o tom de nervoso e medo na minha voz naquele momento, acho que não estava convencendo eles.
- Como está mentindo agora? - ela perguntou. Sua voz tinha um tom analítico, eu com certeza não estava os convencendo.
- Olha, eu posso...
- Explicar? - meu pai interrompeu - Então comece pela parte em que você é amigo de Quinton Griggs? Pensei que essa amizade deveria ter parado na infância. Você é um motoqueiro agora, não pode se meter com essa gente, Vincent!
- Eu sei, pai. Eu sinto muito - baixei a cabeça, triste.
- Quem é a garota? - minha mãe insistiu.
-Se permitirem, eu prefiro não dizer- tentei ser educado.
- Não, não permitimos - meu pai respondeu com rispidez, mas com a voz mais calma possível.
- Eu não quero contar.
-Tudo bem. Então Bryce pode nos contar - minha mãe disse e imediatamente todos olhamos para Bryce.
- Eu? - ele ficou assustado.
Bryce provavelmente iria mentir por mim. Ele tentaria de tudo para me proteger. Não queria que ele fizesse isso. Meus pais o acolheram me casa e desde então é como se ele tivesse uma dívida com ele, mentir na cara deles não seria legal. Eu não podia meter Bryce nessa enrascada. Não era justo, era uma luta só minha.
- Não mete o Bryce nessa história, por favor. Ele não sabe de nada.
- Dúvido.
Eu conhecia meu pai bem o suficiente para saber que ele iria insistir, pressionar Bryce até que ele contasse. Eu não queria ter que escolher entre os dois. Proteger Bryce e deixar que ele contasse sobre Brooke, ou proteger ela e deixar que meus pais descontassem em meu melhor amigo.
Não era justo que eu estava fazendo com eles.
- Então? - meu pai ergueu a sobrancelha esperando explicações.
