Dépaysement

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     As vezes,abrir os olhos pode ser a coisa mais dolorosa que você já teve que fazer

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     As vezes,abrir os olhos pode ser a coisa mais dolorosa que você já teve que fazer.

...Pedreira-uma semana depois do incidente.

Faziam exatamente uma semana que o mundo havia "acabado".uma semana sem notícias de sobreviventes...

Glenn e eu dividiamos a mesma barraca,que ficava quase ao lado da dos Dixon.Somente os dois não sabiam que éramos irmãos,Glenn preferiu deixar assim...

Na verdade eu pensei em contar, há duas noites atrás.Quando estava saindo para fazer xixi,dei de cara com um Merle tentando espiar dentro de nossa barraca.O caipira idiota teve a capacidade de falar " um casal não deveria ser mais barulhento a sós?apesar de que se o china não estiver dando conta eu posso te ajudar"...um caipira chereta.

Glenn não contaria se puder evitar que Merle Dixon me encha o saco,enquanto ele esta fora.Na maioria das vezes meu irmão ia na cidade ou em pequenos estabelecimentos para buscar suprimentos.Eu sempre pedia para ir junto,e ele,sempre negava.

Shane era o suposto "líder ",ele não me agradava,porém em termos de liderança ele era até que bom.

Lori Grimes,mãe de Carl e esposa de Rick Grimes.Seu marido estava morto,pelo oque Shane havia contado para a mesma...Eles eram melhores amigos.Duvido muito.Se melhores amigos significa comer a esposa do outro,então quem sou eu?apenas uma coreana desconhecida que todos confundem com chinesa.

Ed,marido de Carol.Um babaca que batia na mulher e filha.

Dale,ele era um velho bom.T-Dog,também agora Andrea e Amy,eu não gostava da loira mais velha.Ela era metida e sempre me lançava olhares estranhos,eu não tinha oque reclamar da mais nova.Haviam mais pessoas no nosso acampamento,todas diferentes uma das outras.

Desconhecidos unidos pelo acaso.

Daryl Dixon,algo nele me chamava atenção,talvez os olhos azuis,ou o seu jeito de ser.não sei.

Ele não falava muito,na verdade,ele não falava nada a não ser que alguém puxasse assunto.E mesmo assim,as respostas não eram as mais educadas e gentis.cada um com o seu jeito de ser,e eu gostava daquele jeito dele.

loucura né?

Mais um dia que chegava ao fim,estavamos reunidos em volta da fogueira com as chamas baixas,para não atrair os mortos,não sabiamos como chama-los ainda.

Eu estava encostada no peito de Glenn,minha cabeça em seu colo e o mesmo fazia um cafuné em meus cabelos.Ele tinha essa mania desde que eramos crianças.

Estavamos conversando sobre oque fazíamos antes de tudo isso,Shane era policial,Dale era aposentado,Andrea era advogada...faltava apenas eu e glenn responder, já que os Dixons preferiam se manterem calados.

-Nós morávamos em um bairro de Atlanta,nunca guardamos o nome daquele lugar,era somente nós dois e Aika...-começou Glenn

-Heyden fazia faculdade de Biomedicina,e trabalhava como estagiária de enfermagem.Eu sei,totalmente o oposto do imaginado-risos-ela estava no penúltimo ano,quando tudo aconteceu...

-E seus pais? - perguntou Carol

-nossa mãe morreu quando tinhamos 10 anos,nosso pai se casou dois anos depois.Quando tudo começou,eles estavam vindo para a nossa casa...provavelmente devem estar mortos-Glenn omitiu a verdade,haviam muitas coisas que ninguém precisavam saber sobre nós.

-sinto muito- ela falava com uma voz amarga...

-tudo bem,todos perdemos alguém-eu finalmente disse minhas primeiras palavras naquela noite,meus olhos por alguns segundo percorrerão pelas pessoas ali,parando em Daryl.Ele nos olhava com...duvida talvez?

- Talvez,existam mais sobreviventes,talvez possa existir uma cura...não é o fim,certo?-Amy dizia aquilo,como se fosse fácil,como se houvesse alguma esperança.

-Eles devem ter se refugiados e...-eu a corto

-se houve refugiados em Atlanta agora devem estar mortos,as bombas,elas destruíram boa parte da cidade para conter os mortos...-eu dizia aquilo,e era como se eu estivesse tirando as esperanças deles.não posso mentir...

-Seria difícil ter uma cura para isso,nem sabemos oque é e...

- exato!não sabemos,mas cientistas podem criar uma cura e acabar com isso-A loira mais velha dizia,ao me cortar

- os cientistas criam varias doenças para usar como proteção tanto para outras doenças,como para dizimar um exército...isso tudo me lembrou uma palavra Won - eu disse e fui retribuida com olhares cheios de dúvidas,Glenn ao perceber completa

- É uma palavra coreana,onde recusamos a largar as ilusões e aceitar a verdade...porque lembrou disso?- a última frase ele disse baixo mas todos escutaram

- O mundo acabou,Quero dizer,a humanidade. E nós nos recusamos a aceitar...a única coisa que eu posso te dizer Amy e afirmar com todas as minhas forças é que,não é o fim-eu disse com convicção e eles ainda me olhavam

- Não é o fim porque estamos vivos,podemos não ser os únicos.Mas duvido que os que sobraram durem por muito tempo...

- o que quer dizer com isso?-pela primeira vez naquela noite eu havia escutado a voz dele.

Grossa,e rouca...

- que eles vão morrer?- Lori falara

- não,isso seria mais fácil...-mal terminei de falar e Andrea se revolta

- Como a morte séria mais fácil?você ta louca?-idiota,Glenn segura minha mão um pouco forte,como se me pedisse calma

- se me deixar terminar eu agradeço...duvido que os que restaram,permaneçam em si

- como assim?-Lori ainda não havia entendido...

- o ser humano,não é adaptado para estar só,nossa mente enlouqueceria e logo estaríamos como os caminhantes.Vivos mas nossa humanidade,por assim dizer,estaria perdida em algum lugar do cérebro.

- Os que restaram podem tentar nos matar-meu irmão havia entendido

Um silêncio se propagou ali.

Eles sabiam que eu estava certa.

- Amanhã teremos outra ronda,para pegar suprimentos,Glenn vai e leve Andrea,T-Dog,Jaque e Merle junto com você- Shane falará depois de minutos em silêncio

- Posso ir junto e...- tentei falar,porém fui cortada

- Não!você fica aqui,voltaremos rápido-Glenn como sempre,protetor.

-Ele tem razão Heyden- Dale concordava sempre com Glenn quando o assunto era eu ir junto.Idiotas,eu não sou de porcelana.

Logo fomos para as barracas,Dele ficaria de vigia e Glenn iria ser o próximo,como sempre.

Meu irmão e eu deitavamos juntos,por falta de colchão e cobertores

-você nunca me deixa ir- eu começo,enquanto olhavamos para o teto da tenda um do lado do outro

-Hey,não vamos começar com isso de novo.não quero que você vá,sua segurança em primeiro lugar...

-Do jeito que as coisas estão,é quase impossível se manter seguro-tento

-não importa como as coisas estão,meu trabalho sempre foi te manter segura.Desde a morte da mamãe,se você for eu vou ficar preocupado e não prestarei atenção em nada.

- ok...mas você tem que me prometer voltar em segurança- eu nunca conseguiria o convencer,principalmente ao tocar a mamãe nisso

- eu prometo - cruzamos nossos dedos mindinhos em sinal de promeça

Não sei em que momento eu adormeci,mas sabia que ao acordar meu irmão ja estaria a caminho de Atlanta.

Eu estava com um mal pressentimento...

As cidades não são seguras,os mortos ainda podem estar pelas ruas,vagando, a procura de algum ser vivo para se alimentar.

Till death do us part - Daryl Dixon- Onde histórias criam vida. Descubra agora