Denver, Colorado 1978
Finney passou horas ensaiando o que falaria para o senhor Nullings quando eles finalmente se encontrassem no outro dia, mas quando chegou lá e viu Robin e Vance sentados ao seu lado ele acabou desistindo. Não teria coragem de deixar que estes soubessem que ele provavelmente era transtornado.
Robin e Vance conversavam sozinhos, enquanto Finney falava com o professor. O homem tinha percebido a inquietação do loiro e o fato dele não parar de estralar os dedos mas sabia que enquanto os outros garotos estivessem na sala ele não seria sincero caso fosse questionado.
—Eu queria te fazer um convite, Blake.—O garoto olhou para a boca do homem fixamente, para mostrar estar prestando atenção.—O que você acha de jantar na minha casa hoje a noite? Você pode finalmente conhecer Griffin, acho que ele iria te adorar.
—Essa noite?—Seria a oportunidade perfeita para falar sobre o assunto que insistia em coçar um canto da sua cabeça. O mais velho concordou.—Acho que posso ir. Se meu pai não se importar.
—Você tem o número do meu telefone, se ele não permitir, me liga e avisa.—O Nullings deu o costumeiro sorriso torto que foi respondido com um fraco por parte de Finney.
—Ei, Finn. Quantos anos sua irmã tem mesmo?—Robin perguntou, parando a conversa que tinha com Vance.
—Onze. Por quê?
—Ela veio falar comigo hoje, como se nós nos conhecemos a anos. Ela é meio estranha, sem querer ofender.—Vance respondeu e o outro suspirou, sua irmã não tinha um bom filtro social mas não é como se ela tivesse alguém para ensinar isso. A mãe dos dois se foi quando ela era nova demais, o pai era a última pessoa que alguém poderia se inspirar e Finney nunca foi bom em situações sociais de toda maneira.
—Desculpa por isso, ela normalmente é assim mesmo.
—Relaxa, cara. Foi até bonitinho, mesmo que estranho.—O mais velho disse, com um sorrizinho no rosto, algo que o Blake definiu como "típico do Vance Hopper."
—Ela não te incomoda, Finn? Digo ela fala bastante e você não gosta tanto assim de barulho.
—As vezes sim, mas eu me acostumei. É minha irmã, afinal.
—Entendo, minha mãe também é extremamente barulhenta.—Vance reclama.
—E bonita.—Robin diz levando um tapa como resposta.—o que foi? É verdade, você tem q ver, Finn. A mãe dele é um pitel.
—Fala dela assim de novo e eu arranco seus dentes, mexicano magricela.—Robin apenas riu assim como Finney.
—Minha mãe também era muito bonita, ela já foi até miss uma vez.—O loiro disse sorrindo. Ele se lembra de viver dizendo a mulher que ela era a mulher mais linda do mundo, e ele ainda acreditava nisso.
—Por que "era"?—Robin acabou deixando escapar, só percebendo a indelicadeza depois mas o outro não pareceu abalado com isso.
—Ela faleceu alguns anos atrás, quando eu era mais novo.—Ele falava sobre isso com uma naturalidade que assustou os outros dois garotos, mas para Finney fazia sentido, mesmo que fosse triste é algo que passou, ela tinha morrido e nada iria a trazer de volta, não tinha sentido ficar se remoendo a todo momento.
—Eu sinto muito, desculpa ter sido invasivo.—O Blake deu de ombros.
—Vamos mudar de assunto, pelo amor de deus.—Vance disse, se sentindo desconfortável com a situação.—O que vocês estão estudando na matéria do Nuggets?
O homem o olhou com uma cara fechada.
—Eu agradeço aos céus por não ser mais seu professor, Hopper.
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all star azul e poesia | RINNEY
FanfictionRobin ama escrever poesias, principalmente sobre o garotinho do all star azul. ¡Autistic finney!