Denver, Colorado 1978
𝓕inney tinha começado a responder as questões do questionário que o Sr. Nullings tinha o dado, mais cedo quando chegou da escola. Ele achou as questões um pouco estranhas, todas sendo sobre como ele se sentia com determinadas coisas e as reações físicas que ele tinha quando passava por situações que não eram confortáveis para ele.
Ele deu uma espiada no que ele tinha entregado ao pai, as perguntas de lá pareciam menos vagas. Perguntavam sobre o desenvolvimento de Finney e coisas desse tipo. Ele realmente não saberia responder sozinho, tudo que o garoto sabia é que ele tinha começado a falar muito cedo, com onze meses para ser exato, seu pai sempre se gabava de que com um ano, seu filho falava frases completas e tinha um vocabulário melhor do que muitos adultos.
Esses eram um dos únicos momentos que finney sentia que seu pai podia sentir algum tipo de orgulho dele, por isso amava eles.
O garoto parou a leitura que fazia em seu livro sobre astronomia para se levantar ao lado da cama, e começar a pular. Ele realmente gostava desse assunto.
A porta foi aberta por Terrence, que suspirou ao ver o filho, tentando se acalmar para evitar uma briga.
—Eu tô' indo levar a sua irmã pro ballet e depois vou pro trabalho. Aquele negócio da sua escola tá' em cima da mesa, eu já respondi. Por favor, para de agir assim.
—Desculpa pai.
O homem mermurou algo e saiu, fechando a porta.
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Robin estava tentando fazer suas lições da escola, mas parecia impossível.
Ele não podia deixar de pensar em Finney, nos cachos bonitos que ele tinha, na boca perfeitamente desenhada e com uma cor linda que ele queria muito poder beijar um dia, na voz calma que ele tinha o tempo todo, na forma que as mãos finas e delicadas dele balançavam quando ele se sentia empolgado. Ele não podia deixar de pensar o quanto amava cada pequeno detalhe dele.
Robin não era bobo, ele tinha total noção de que estava apaixonado, desdo primeiro momento em que ele avistou o garotinho do all star azul. Ele sempre soube que gostava de meninos da mesma forma que gostava de meninas e nunca teve o mínimo problema em aceitar isso, pra ele não fazia sentido ter que escolher apenas um, se ele não quisesse.
Mas entre todos, ele com toda certeza escolheria o Blake. Escolheria sua risada melodiosa, seus olhos brilhantes, seu all star azul. Cada mínimo detalhe era tão apaixonante ao ponto de o deixar doente. Ele quase se sentia febril só de estar junto do outro, Finney Blake definitivamente era quente.
Robin decidiu escrever todos esses pensamentos, como uma forma de eternizalos. Praticamente ninguém sabia, mas o Arellano era apaixonado por escrever poemas, e vinha se sentindo imensamente inspirado desde que conheceu Finney e em vez de temas tristes seus textos passaram a serem repletos de declarações.
O loiro realmente tinha o ajudado. Mesmo que não transparecesse, Robin tinha muitos problemas e tentava lidar com todos de maneiras não tão saudáveis as vezes, a auto-multilação tendo sido parada a menos de um ano. sem contar os problemas de confiança que ele criou por conta da relação perturbada com a mãe, mas ele tinha que ser grato a ela também, se ele não tivesse que se moldar durante anos para tentar entender ela, talvez ele não tivesse paciência para tentar entender o Blake.
Ele finalmente se sentia bem, coisa que os mil e um terapeutas que ele visitou nunca conseguiram fazer ele sentir, mas por algum motivo, Finney conseguiu, e de uma forma tão natural que Robin as vezes se perguntava até onde ele sabia.
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Gwen e o pai de finney já estavam de volta a um bom tempo, o garoto tentou assistir um pouco de televisão com a irmã, mas preferiu recuperar as energias antes do jantar. Ele estava em seu quarto, em baixo dos cobertores e de porta fechada, lendo o livro com a ajuda da lanterna de seu pequeno foguete de brinquedo que ele ganhou em algum brinde de restaurante fastfood.
O momento de paz foi finalizada com batidas propositalmentes altas na porta, antes dela se abrir derrepente, fazendo finney tirar o cobertor da cabeça assustado, não com medo de um invasor ou de um monstro como q maioria das pessoas sentiria, ele sabia quem era, o monstro mais antigo que poderia o assombrar, Terrence, infelizmente, seu pai.
—Agora você ouviu, seu merdinha!?—ele gritava alto, fazendo os ouvidos do filho mais velho doerem e Gwen se encolher na cozinha.
—Desculpa pai, eu não te ouvi chamando.—Ele escondeu o livro de baixo das cobertas, não queria que Terrence rasgasse mais um.
—Você nunca ouve, é impressionante. Pelo menos uma vez, você pode me dar um dia tranquilo sem estragar tudo?
—Desculpa—É tudo que ele pode dizer.
O homem revirou os olhos irritado, e saiu, não sem antes empurrar a porta mais uma vez. Finney o seguiu, com máximo de silêncio possível para evitar outra crise. Ele jantou em silêncio, com medo. Um sentimento que não deveria ser sentido em uma casa, não quando se está jantando com sua família, mas era recorrente naquela mesa em específico.
ᨳ୨୧ ⊹ 𝘼𝙡𝙡 𝙨𝙩𝙖𝙧 𝙖𝙯𝙪𝙡 𝙚 𝙥𝙤𝙚𝙨𝙞𝙖 𔓘꒱ ू ୨୧
@ ( notas do autor) ᯇ 𓂂 ׄׄ ✧
Enfim, espero que tenham gostado, é um capítulo rápido pra compensar o também curtinho, essa ainda n é a atualização da semana
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all star azul e poesia | RINNEY
FanfictionRobin ama escrever poesias, principalmente sobre o garotinho do all star azul. ¡Autistic finney!