Maya Vinturino
Com alguém me sacudindo, abri os olhos e fechei novamente.
— Maya, se você não descer agora, meu pai vai te matar. - Pude ouvir a voz irritante da Emma.
— Já vou. - Disse, levantando da cama, e ela saiu do meu quarto batendo a porta.
Amarrei meu cabelo em um coque e fui escovar os dentes. Andei até meu closet e peguei um vestido simples.
Desci as escadas e na sala pude ver meu pai ao lado da minha mãe, Emma praticamente se jogando em cima do senhor Collalto. Ah, é verdade, hoje ele ia vir aqui.
Os quatro me olharam enquanto eu terminava de descer as escadas.
— Papai me chamou? - Perguntei, parando em sua frente. De canto de olho, pude ver o senhor Collalto me analisando, talvez procurando algum hematoma.
— Sim, querida. O senhor Collalto veio marcar a data do casamento. Sente-se, vamos. - Disse, batendo a mão ao seu lado. Me sentei e coloquei as mãos sobre os joelhos.
— Então, senhor Collalto, tem alguma data em mente? - Perguntou meu pai, pouco interessado nesse assunto. Obviamente, se fosse a Emma no meu lugar, ele estaria soltando fogos de alegria.— Sim, mês que vem, dia 12 de maio. Ele já até tinha uma data marcada para vir aqui? Não era mais fácil só ligar?
— 12 de maio, certo? Uma ótima data.
— Se não se importa, senhor Vinturino, eu gostaria de levar a Maya para um pequeno passeio. - Isso me pegou de surpresa. Olhei para meu pai. Eu nunca saí nem no jardim, só saía para festas com ele.
— Claro, que não fique à vontade, senhor Collalto. Agora ela é sua prometida. - Papai disse com amargura. Mas eu fiquei feliz, era a primeira vez que eu ia sair dessa casa para um passeio.
— Certo, vamos, senhorita Vinturino? - Ele esticou a mão para que eu pegasse, e eu aceitei de bom grado.
Ele me levou para fora e fomos em seu carro. Ele permaneceu em silêncio, mas eu sou curiosa e não me aguentei.
— Para onde vamos? - Perguntei, e ele me olhou rapidamente, voltando sua atenção para a avenida.
— Surpresa.
— O que seria uma surpresa? Nunca recebi uma surpresa.
— Você não sabe o que é isso, loira? - Ele estava chocado, com certeza pelo tom de voz.
— Não, o que seria? Algo para comer? - Perguntei, e ele soltou uma rápida risada.— Depende. Às vezes sim, às vezes não. Depende da surpresa. Deixa eu ver como te explicar. - Ele pareceu pensar em como me explicar o que é uma surpresa.
— Quando sua irmã disse que estava grávida, você ficou feliz, não é? - Perguntou, e eu assenti. Aquele dia eu fiquei tão feliz que a família ia aumentar e quando descobri que seria uma menininha...
— Aquilo foi uma surpresa para você. O mesmo aconteceria quando fosse o seu aniversário e várias pessoas se reunissem para fazer uma festa para você sem você saber, seria uma surpresa.
— Então eu já tive uma surpresa. - Falei contente.
— Claro que sim, loirinha.
(...)
— Onde estamos? - Perguntei assim que ele estacionou em frente. Era um lugar grande e estava cheio de gente.
— Bem-vinda ao restaurante da família.
— Eu nunca fui em um restaurante. - Falei enquanto olhava aquilo encantada.
— Imaginava. Vamos entrar, o pessoal está nos esperando. - Ele foi na minha frente e eu o segui. Quando chegamos, havia dois homens e duas mulheres. Eu os conheço.
— Oi, Maya. - Laura foi a primeira a se pronunciar.
— Oi, Laura, tudo bem? - Perguntei enquanto me sentava, já que o senhor Collalto puxou a cadeira para mim.
— Ia bem até ele chegar. - Ela emburrou e eu a olhei chocada. Como ela tem coragem de falar uma coisa dessas para o capo?
— Vai tirando uma comigo, Laura, até você achar o seu. - Ele se sentou ao meu lado.
— Se você tivesse coragem... - Ela estava perdendo o juízo. Só pode. Vi um homem beliscá-la, e ela o encarou brava.
— Você quer parar com isso, Laura? Você deve respeito ao capo. - O homem ao seu lado disse, parecendo indignado com ela.
— Certo. Vamos pedir algo para comer então. - Stella sugeriu, chamando o garçom.
— O mesmo de sempre para nós.
— Certo, em um instante já trago. - O garçom disse e, depois de alguns minutos, voltou com seis pratos de alguma comida, colocando um prato na frente de cada um.
Peguei um garfo e mexi para ver o que tinha no meio e vi uns rolinhos vermelhos.Não vai comer, Maya? - Senhor Collalto disse, me encarando.
— Ah, não. Eu não estou com fome.
— Deixa disso, Mayazinha. Camarão é vida. - Laura disse.
— Não, obrigada.
— Não gosta de camarão? Vou pedir outro prato para você. - Senhor Collalto disse, chamando o garçom com a mão.
— Não, não é isso. É que eu tenho alergia a frutos do mar. - Descobri isso quando fui parar no Hospital da Máfia. Já que meu pai e Emma sabiam, ela colocou frutos do mar na minha comida.
— Então coma um prato de macarrão. - Senhor Collalto disse para mim, e o garçom anotou. Ele retirou o meu prato e foi buscar o outro.
— Quantos anos a senhorita Vinturino tem? - O tal Marco perguntou.
— Ah, eu tenho 22. - Disse simplesmente.
— Ah, vai ser a caçula da famiglia.
— Calado, Matteo. - Senhor Collalto disse.
— Calma, miniatura Collalto, é só um comentário. - Laura disse. Não sei como ela ainda está viva normalmente. O pior acontece quando se desrespeita o capo. Acho que é porque ela é mulher do irmão do capo.
Estranhei porque miniatura Collalto?
— E porque ele é parecido com o nosso pai, Senhorita Vinturino. - Marco disse. Aí, meu Deus, pensei alto.
— Eu pensei em voz alta?
— Não, mas pela sua expressão deu para ver a dúvida.
O almoço foi tranquilo, as meninas eram divertidas, Marco também. O senhor Collalto ficou sério o almoço inteiro. Falou poucas vezes com a gente. Matteo é um tapado. Como Marco e Laura disseram, estávamos indo embora, eu e o senhor Collalto em seu carro.
— Gostou?
— Ah, sim. As meninas são muito divertidas. Posso te fazer uma pergunta?
— Pode.— O senhor só tem os meninos na família? - Perguntei, e ele ficou sério de repente, ainda mais sério do que já era.
— Não, tenho os meus pais. - Respondeu de uma vez.
— Eu tinha ouvido dizer que você tinha uma irmã. - Disse baixo, para que ele não escutasse, mas parece que ele ouviu.
— Quem te disse isso? - Ele perguntou com mais raiva.
— Eu, eu... - Não consegui dizer, não consigo falar quando alguém grita comigo. Isso pareceu irritá-lo ainda mais.
Ele bateu a mão no volante, estressado. Isso me assustou.
— Caralho, Maya, quem te disse isso? - Ele elevou a voz, me assustando mais do que eu já estava.
— Olha aqui, você não me irrita. Me fala logo quem te disse isso. - Senti algo bater no carro. Meu corpo foi para frente e voltou. Olhei para o senhor Collalto, e logo outra batida. O carro rodou na pista.
Senhor Collalto girou o volante para controlar o carro e evitar bater no túnel. Quando o carro parou, senhor Collalto tirou o cinto, abriu o porta-luvas e pegou uma arma. Olhei para ele, estava com medo, achei que seria o meu fim. Ele tirou meu cinto.
— Você vai se agachar aqui e não saia do carro até eu voltar. - Disse sério, me olhando.
— Mas... - Ele me interrompeu.
— Mas nada, Maya. Até eu voltar, não abra essa porta. - Ele abriu a porta e saiu. E assim, fechou. Eu travei o carro.
Estava nervosa, não parava de tremer. Estava escuro, é claro. Maya, vocês estão no meio de um túnel, pensei comigo mesma.
Ouvi uma sequência de tiros. Meu coração acelerou, já sentia as lágrimas molharem meu rosto. Fui para o banco de trás, ainda tremendo. Vi uma chave de fenda, peguei e destravei o carro.
Sai dele, tentando olhar tudo ao redor, mas minha vista já estava embaçada pelas lágrimas.Senti alguém agarrar meu braço e me jogar no chão. Uma forte dor de cabeça me atingiu.
— Olha só o que temos aqui. Não é a princesinha dos Vinturino, futura senhora Collalto? - Ouvi uma voz zombeteira.
— Não vai dizer nada, lindinha? - Ele debochou da minha cara, mas eu não estava em posição de questionar ou até mesmo retrucar, já que ele apontou a arma para mim.
— Por favor, me solte. - Estava com tanto medo que não consegui formular uma frase direito.
— Ah, a princesinha fala. - Ele disse, passando a ponta do revólver no meu rosto. Fechei os olhos com força, esperando o pior.
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Sob Minha Proteção[EM REVISÃO]
Fiksi PenggemarMaya Vinturino uma jovem linda que só queria sua liberdade filha caçula da família Vinturino a que mais sofre nas mãos do seu pai, sua irmã mais velha kiara se livrou dele assim que casou com Enzo, sua irmã do meio e uma mimada pelo pai, e sua mãe s...