Capítulo 18.

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Recuperação.


Pov – Louis.

− O que conversaram? − Eu pergunto ao Niall assim que ele sai da cela. – Por que está chorando? Harry não vai morrer. − Não gosto desse ar derrotado dele, ninguém pode duvidar da força e coragem de Harry.

− Calma, não falamos nada demais. − Ele toca meu ombro tentando me passar esperança.

− Ele vai ficar bem. − Harry é forte e não vai me deixar, não aceito isso.

− Vá ficar com ele, molhe a testa e mantenha a temperatura baixa. − Niall me sorri, sinto raiva pelo olhar de pena que me lança.

Dou as costas a ele e entro na cela. Harry secava as lágrimas, disfarçando como se eu não tivesse percebido. Me aproximo e ele me dá as costas, se encolhendo de frente para a parede.

− Louis, prefiro ficar sozinho. − A voz está embargada, garoto infernal.

− Por que está fazendo isso? − Pergunto de pé próximo a cama. – Não vou sair daqui, eu quero cuidar de você.

− Não quero. − Ele continua triste, chora e só quero resolver isso.

− Harry, não vou deixar você sozinho, eu amo você. − Me sento perto dele.

− Eu posso morrer, sabia? − Harry me avisa.

− Para com isso, não é hora para ser idiota. − Respondo irritado.

Harry choraminga encolhido, eu me aproximo mais e me deito com ele, a febre parece ter subido e sinto meu corpo doer só de pensar. Eu nunca quis isso, não fazia parte dos meus planos me apaixonar. Pelo menos, não no meio desse caos, porque sabia que algo assim podia acontecer e eu não suportaria uma perda como essa, mas quando me dei conta, já era tarde, Harry ocupou todo o espaço.

− Eu quero dormir. − Ele me diz. – Preciso que...

− Preciso que fique calado, eu vou ficar e cuidar de você.

− Se a febre me dominar, se as coisas acontecerem...

Eu o abraço e Harry tem uma crise de choro. Logo depois adormece, um sono confuso, chora, me chama e me empurra. Foi um resto de noite difícil, molho um pano e coloco em sua testa, vou trocando durante a noite.

Pela manhã a febre parece ter cedido um pouco, Hershel veio ver e ficar um pouco com Harry.

− Eu vou ficar aqui um pouco com Harry. Vá comer, Louis. − Hershel me diz sorrindo tranquilo, ele tem esse jeito fácil de lidar com as situações mais assustadoras, sempre centrado e cheio de esperança.

− Não! − Digo decidido – Não tenho fome.

− Mas quero conversar um pouco com ele.

Sem alternativa eu deixo a cela, sigo para o pátio e ando de um lado para outro, fujo das pessoas, não quero ninguém com pena ou me consolando, não preciso disso. Harry vai superar e não quero ser preparado para o pior.

Não existe nenhuma preparação para isso, me lembro de Lori e do completo desespero de Oli, me dá medo, porque Oli tinha motivos para voltar, dois filhos pequenos precisavam dele, mas eu só tenho Harry. O garoto mais maluco e inconsequente do universo, se eu o perder, não vai me restar mais nada.

− Inferno! − Resmungo retornando para o nosso bloco de celas. Chega de conversa, quero ficar perto dele, Oli vem em minha direção.

− Não quero ouvir nada. − Eu aviso, ele me dá um tapa no ombro.

Caminhando Entre os Mortos | l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora