Capítulo 38.

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Ciúme.

Pov – Louis.

Só Louis Tomlinson mesmo para acreditar em amor incondicional. Atiro o cimento e encaixo o bloco, arrumo com a espátula e repito o processo. Harry brincando com minha cabeça e me deixando doente, não do jeito de sempre.

Dessa vez é de um jeito ruim, que machuca e me faz querer sumir, vi olhares e sorrisos. O modo como ele fala daquele idiota, sempre em tom carinhoso, não o culpo por se interessar por outro, não acho que Harry possa evitar. Além disso, droga, sou eu, um Tomlinson. Cedo ou tarde, ele daria de cara com algo melhor do que isso.

Mal consigo olhar para ele, ficar perto me machuca como nunca achei que seria, amo aquele maluco e se não fosse por isso, já teria sumido desse maldito lugar.

Estávamos bem, mesmo quando não tínhamos teto, estávamos bem, mas então caímos aqui. Não acredito que o trouxe para os braços de outro, meu coração dispara num misto de raiva e medo.

Fujo dele com medo de quando vai me contar, dormir no sofá foi... Por que ele veio se deitar comigo, se enrolar em mim, tão lindo e delicado, será que não vê que adiar só me faz sofrer ainda mais?

─ Acabamos! – Digo, colocando o último tijolo e me preparando para continuar no muro ao lado onde parte do grupo já trabalhava. Fico de pé sobre o muro para olhar meu trabalho e procurar por falhas, ainda é a fortaleza que vai proteger o homem que amo, mesmo que isso não importe mais a ele.

Um movimento me chama atenção, Harry entrando pela janela dos fundos da casa de Beth? Que maluquice nova é essa? Eu podia sorrir e estava prestes a fazer isso, quando vejo Bruce fazendo o mesmo um segundo depois. Então era assim que terminava uma história de amor, com encontros escondidos e covardes?

Desço do muro sem dizer nada, pego a besta e ninguém me questiona, caminho para o portão. Abraham fazia a guarda, me olha meio surpreso quando abro o portão.

─ Ei, cara... – Eu o encaro, minha expressão deixa claro que ele não tem escolha, que não vou ouvi-lo, ele afirma e me ignora, deixo a porcaria do lugar que trouxe segurança e dor.

A floresta fica tão próxima como no tempo da prisão e me embrenho no mato querendo não pensar.

É inútil, só consigo pensar em Harry, fico pensando quando foi que mudou, não encontro o lugar ou o motivo. Ele sempre sorri e parece feliz, eu o deixei dormindo e Harry foi atrás de mim ontem, me procurou no sofá, mas hoje não foi. Eu até pensei que talvez fosse, mas não, tinha outros planos.

Harry não é assim, não trai e engana, dá valor as pessoas e não consigo vê-lo me fazendo de bobo, me usando desse jeito nojento, tem que ter outra explicação.

Um zumbi se aproxima e penso nele me dizendo o quanto é horrível não saber, em outros tempos, eu nunca sairia sem ele, mas agora...

"Obrigado por estragar minha felicidade." ele me acusou, quando disse não a moto, foi isso que fiz. Estraguei as coisas para ele, faço isso o tempo todo, perdi Harry e aquele imbecil nem mesmo sabe o quão perfeito ele é.

Estávamos bem, talvez ele estivesse tentando salvar as coisas e ficou na dúvida, dividido, mas eu o empurrei para longe e o entreguei de bandeja. Quero socar o infeliz, brigar, quebrar tudo e depois sumir, sem Harry não tem nenhuma razão para continuar, nada.

O zumbi continua a caminhar para mim e chego mesmo a pensar que bastava ficar parado e aquela maldita dor iria embora para sempre. Me lembro da senhora Adams, entendo perfeitamente por que ela simplesmente quis morrer, não havia mais nada.

Caminhando Entre os Mortos | l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora