Capítulo 6.

1.3K 174 43
                                    


Limpeza nas tumbas.

Pov – Louis.

"Você é bom em beijar, mas é péssimo em abraçar". Essa frase diz muito sobre ele, sobre nós, ele gosta do meu beijo, isso é bom. Mesmo que não queira admitir, eu também gosto de beijar Harry, mais do que já gostei de beijar qualquer outro homem e sei que cedo, ou tarde, vou fazer de novo e ele vai corresponder, mas ele diz que sou péssimo em abraçar e isso também fala muito sobre nós dois.

Sou reservado e não sei lidar com carinho, esse tipo de sentimento me assusta, posso lidar com meu desejo por ele, mas com o resto que sinto, eu não sei demonstrar, nem mesmo sei se quero fazer isso. Prefiro sempre suprimir, é assim com todos, sempre foi e deveria continuar sendo, mas parece que esse garoto infernal está fazendo de tudo para mudar isso.

Ele é todo sentimento, cada parte dele demonstra o tempo todo, sorri abertamente, rouba abraços, fala o que sente sem medo de se machucar.

É isso que me fascina em Harry, que me prende a ele e me deixa confuso, sem reação, me vejo fazendo coisas que nunca pensei que faria.

Apoio os braços na grade da torre, respiro o ar frio da noite, sempre gostei das minhas noites de vigia, mas hoje queria estar na minha cela, esperando a luz da lanterna iluminar meu rosto enquanto ele caminha leve em minha direção, pronto para brincar ou brigar, para Harry dá no mesmo.

− Inferno! − Eu digo em voz alta, me afasto da grade e me deito na droga do colchão duro e gelado. Fico olhando para o teto da torre e de novo, lá está ele dominando meus pensamentos, ele é encantado, só pode ser isso, deve ser um desses seres de contos de fadas, assim como os zumbis saíram dos contos de terror. É possível que Harry tenha saído de uma dessas histórias infantis, um anjo caído do céu, ou expulso, depois de provocar alguma confusão.

Me vejo gritando com ele na frente dos outros, me vejo perdendo o controle e o limite, beijando Harry quando devia simplesmente caminhar para longe e a cada uma dessas atitudes, ele reage na mesma proporção.

Quando vi a arma apontada para ele e achei que ele estava em risco, eu poderia ter mudado de lugar com ele, eu queria isso. Ele é todo cheio de vida e o mundo sem ele ficaria uma merda ainda maior. E então ele disse que queria ir com eles e achei mesmo que estava falando sério, me magoou pensar nisso e me deu medo, não posso nem quero sentir isso. Harry é livre, simplesmente pode partir quando quiser e talvez vá, afinal, ele é maluco.

Me reviro no colchão. Será que ele foi atrás de mim? Será que devia ter avisado que passaria a noite aqui?

Talvez ele fique furioso, eu acabo sorrindo, gosto quando ele fica furioso, talvez nem se importe, pode ter apenas ido dormir e estou aqui achando que ele está pensando em mim.

− Está parecendo o idiota que seu irmão sempre te acusou de ser. − Eu digo em voz alto, me lembro que Harry fala sozinho e que isso deve pegar.

Tenho uma noite infernal, as horas nunca demoraram tanto a passar. Desço pela manhã, a prisão acordava, Niall me serve uma xicara de café, ele conversava com Zayn e Liam. Eu aceno para todos e subo, preciso dormir um pouco e depois temos muito o que fazer.

Entro em minha cela distraído e quase derrubo a caneca. Harry dormia tranquilo na minha cama, abraçado a lanterna que ainda estava acesa e me lembro que ele não tem nenhuma responsabilidade sobre economizar bateria, mas é tão lindo, os cabelos estão espalhados no meu travesseiro, lindos e castanhos, o nariz encrenqueiro é tão perfeito, a boca suave. Ele está todo espalhado, tranquilo e sei que seu cheiro nunca mais vai sair das minhas coisas, nunca mais vou dormir por conta do que vão provocar em mim.

Caminhando Entre os Mortos | l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora