Capítulo 39.

500 62 35
                                    

Oficialmente desculpado.

Pov – Louis.

Harry dorme ao meu lado, o rosto suave como um anjo, nada parecido com o furacão que é acordado. Os cabelos espalhados pelo travesseiro, a boca entreaberta, nunca me senti tão perdido quanto no momento em que ele deixou essa casa.

Meu maluquinho perfeito, só queria fazer um drama, eu devia ter corrido atrás dele, mas não fui. Que ideia estúpida a minha de pensar que Harry estava envolvido com alguém, sou um paspalho e fui injusto, muito injusto.

Tão lindo, tantas vezes deixou isso claro, quando vou parar de duvidar? Quando vou parar de duvidar que mereço? Talvez nunca, ele é tão lindo, alegre e cheia de vida, por que justo eu fui ter essa sorte?

Não vou mais questionar, apenas aceitar, Harry é meu marido, temos dez anos de casados, sorrio olhando para ele, não consigo parar de olhar.

Harry se move na cama, se remexe e abre os olhos, meu coração quase para só por olhar sua beleza assim pela manhã, os olhos imediatamente sorriem ao me verem o encarando.

─ Ainda é ontem, ou já é hoje?

─ Já é hoje.

─ E dormi mais que você? – Harry questiona impressionado, sempre acorda primeiro.

─ Gostei, assim fiquei te olhando dormir. – Ele geme e me lembra o ronronar de um gato manhoso, me puxa para ele e eu o beijo.

─ Estava me achando uma delícia?

─ Estava te achando bonitinho.

─ Só me maltrata. – Ele choraminga. – Estou sofrendo muito, Louis, me acha um traidor, briga comigo, Oli me expulsa da casa dele e nem o sino eu posso tocar. Chorei um montão, sofri, me engasguei com a poeira na casa do Oli e você não me agrada.

─ Não te agrado? – Beijo Harry. – É só isso que sei fazer.

─ Um pouco, bem pouco, estou morrendo de fome.

─ Então vamos tomar café. – Beijo Harry mais uma vez.

─ Depois vamos caçar uns esquilos? Faz tempo que a gente não come aquilo, me deu saudade até.

─ Saudade de comer esquilo? – Harry é mesmo maluco. Ele afirma. – Amanhã, hoje eu vou terminar o muro.

─ Não! Então me empresta a besta, que eu mesmo vou lá fora fazer isso.

─ Sozinho? Nem pensar e não sabe atirar direito, nunca acertou um alvo quando treinávamos.

─ Dou com a besta na cabeça do esquilo, quero ver se ele não morre. – Me contenho, quase sempre, mas não tem como não rir dele.

─ Para de dizer bobagens, amanhã caçamos.

─ Está bem, eu vou sozinho.

─ Harry! – Ele consegue me irritar, não sei que talento é esse. – Amanhã.

─ Troglodita! Sabia que eu sonhei que estávamos morando na floresta e de noite a gente estava na frente de uma fogueira comendo esquilo?

─ Sonhou que estava comendo esquilo?

─ Tá, eu não sonhei, mas podia ter sonhado, ficou bom o sonho.

Volto a rir, é sempre assim, um minuto e quero matá-lo, no outro eu estou rindo.

─ Me perdoou? – Pergunto, com uma ponta de medo.

─ Só se me levar para caçar, se não vou morar no Oli.

Caminhando Entre os Mortos | l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora