Capítulo 11.

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Perigo e separação.

Pov – Louis.

Ficamos os dois quietos, assistindo o céu clarear, os momentos perfeitos se repetindo na minha cabeça. Eu quase disse a ele, queria ter dito, mas não consegui e de todo modo, foi perfeito. Harry é perfeito e agora é meu.

Eu olho para ele que já está dormindo, calado assim, só podia mesmo estar dormindo. Me arranca um sorriso e meu coração falha um pouco, nunca estive tão inteiro com alguém, nunca nenhum homem esteve tão inteiro para mim. Toco seu rosto com cuidado, se ele acordar e me ver assim, rendido e carinhoso, estou perdido, nunca mais vai me dar paz.

Ele ressona e se enrola em mim, fico imóvel, mas Harry está mesmo dormindo e eu continuo a olhar para ele, afasto seus cabelos do rosto, ele tem a pele de seda como gosta de dizer, tudo nele é delicado e belo, ao menos quando dorme. Acordado é uma hecatombe, é vida em estado bruto, mas também amo isso.

− Todo lindo. − Digo baixo, beijo seus lábios, volto a ficar quieto e acabo adormecendo. O melhor sono da minha vida, penso quando sinto Harry se mexendo em volta de mim e abro meus olhos, ele está vestido e calçava as botas. Quando nota que acordei, sorri para mim, como pode ser assim tão honesto.

− Oi. − Ele volta para meus braços e deita de novo, se enrola em mim.

− Está bem? − Eu pergunto preocupado, nunca estive com um garoto virgem antes. – Arrependido?

− Está brincando? − Ele me encara, os olhos brilham, estão ainda mais claros. – Estou me perguntando como perdemos tanto tempo, você que já sabia como as coisas eram, podia ter ido com mais sede ao pote. − Ele é maluco. – Faz as contas, noites inteiras gastas dormindo, que tolice.

− Se eu tivesse ido com mais sede ao pote, teria fugido.

− Certo. Pode ser, mas agora que estamos aqui, não vamos mais perder tempo.

− Mas parece que tem outro compromisso, está todo vestido.

− É uma merda, mas tenho que ajudar o Oli na horta, se lembra? Hoje é meu último dia.

− Manda tudo para o inferno e fica aqui.

− Eu bem que queria fazer isso, mas não é certo deixar o Oli na mão. Depois vamos sair e na volta, vamos ter que ficar na minha cela.

− Por quê?

− Lá tem cortina. − Ele sorri e me beija de leve. – Tenho que ir, logo o Oli chega para o trabalho, não sei porque essas plantas acordam tão cedo.

− Só fala bobagem. − Eu o seguro junto a mim.

− Está louco por mim, nem consegue se afastar. − Ele brinca. – Me acha todo lindo.

− E maluco também.

− Diz de novo, todo lindo. − Harry pede e faço que não, ele morde o lábio e faz bico. – Você é muito mal, te entreguei minha inocência e nem pode me dizer que me acha todo lindo.

− Como é cara de pau. − Eu beijo Harry. – Sabe o que acho de você e já disse uma vez, agora chega.

− Está bem, nem ligo. Se não quer dizer, então não diz. Agora vou trabalhar, te vejo lá embaixo, leva minha lanterna.

− Não sou...

− Por favor. − Ele diz já de pé e está ainda sorrindo, me manda um beijo. – Adoro descer pelo alçapão, é tão legal.

− Cuidado!

Me arrumo e depois me levanto, coloco a besta nas costas, fico olhando a prisão, os muros e grades, mentalmente desejo que fiquem firmes, que protejam Harry.

Caminhando Entre os Mortos | l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora