Capítulo 43.

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Crescimento.

Pov – Louis.

A madeira está bem talhada como eu quis que ficasse, adoro o tempo que passo aqui confeccionando sozinho o berço que um dia será do meu filho, acho que sempre sonhei com isso.

Lixo a madeira mais uma vez e assopro para afastar a poeira, passo os dedos para sentir a textura, é meu pequeno que vai estar ali e precisa estar perfeito.

Às vezes me esqueço da vida ali, enquanto talho com minhas próprias mãos a cama do meu filho. Claro que tem berços prontos em uma ou duas casas de nossa fortaleza, mas decidi que ele ou ela não carregaria o peso de dormir na cama de uma criança que está morta.

Sempre penso que outros pais um dia sonharam como eu, e que tiveram de assistir seus sonhos desmoronarem no meio do fim do mundo, não quero olhar para o lugar mais sagrado de uma criança e pensar nessas coisas, não quero que Harry pense.

Continuo meu trabalho, tenho tido calma no trabalho, ainda falta bastante tempo e posso ser cuidadoso.

Ergo a cabeça quando escuto passos, Liam cruza os braços se encostando na porta, dá um sorriso franco e devolvo com um meio sorriso.

─ Desculpe, Louis, mas sempre fico impressionado com você assim.

─ Eu também.

─ E descobrimos um novo talento afinal, é um bom marceneiro.

─ Acho que sempre quis fazer algo assim.

─ E tem as motos também, você conserta tudo.

─ Para um entregador de pizza, não está tão mal também. – Liam afirma, se aproxima tocando na madeira talhada já bem desenhada.

─ Como chegamos tão longe?

─ Ficamos juntos. – Respondo com toda certeza.

─ É, ficamos juntos, isso foi mesmo o jeito certo de fazer as coisas.

─ Foi.

─ Sasha está partindo mais uma vez, dessa vez o Frank e o John vão com ela e Rosita.

─ Às vezes acho que chega, temos cinquenta pessoas e não sei quanto mais podemos juntar, antes de ficar difícil alimentar todos.

─ Eu sei e Oli acha o mesmo.

─ Harry já foi se despedir? – Pergunto, soltando a lixa e limpando a mão. – Vou atrás dele, toda vez que alguém parte, ele chora.

─ Quem diria que teríamos um Harry todo sensível.

─ Cada dia mais maluco, pula das lágrimas para o riso num segundo, ainda me deixa completamente louco.

Seguimos os dois em direção ao portão, ainda parece faltar uns quatro meses, pelas contas de Stacy e com a ajuda de Janine. Só posso agradecer a Beth por ter nos trazido uma médica de verdade.

Logo avisto Harry acenando para o grupo que partia e o portão se fechando, ele se vira e como previ, estava chorando.

─ Amor! – Harry me abraça e beijos seus cabelos.

─ Vem, maluquinho, vamos para casa.

─ Estou triste, Louis, acho que mereço cafuné.

Sorrio, é claro que vou fazer, mas antes tenho por obrigação me fazer de difícil.

─ Todo dia isso? Estou cansado, Harry.

─ E eu estou chorando, minhas amigas partiram para os perigos lá fora, mereço atenção.

Caminhando Entre os Mortos | l.s versionOnde histórias criam vida. Descubra agora