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1920.

Charlotte estava na Itália, onde a capital dos seus negócios começou e onde se prolonga a muito tempo. Ela estava acompanhada apenas de sua solidão, mesmo que fosse da sua vontade estar com alguns dos seus seres preferidos.

Há coisas sobre ela, coisas que muitos dos seus inimigos enxergam apenas quando estão dando seu último suspiro e tem a oportunidade de encarar os olhos dela. Boss, era assim que todos deveria se referir a ela, mesmo que fosse seu sobrenome isso ainda carregava um significado importante.

Sua vida estava acompanhada de negócios, ela acordava pelos negócios, comia pelos negócios, jantava pelos negócios. Tem quem diga que até andava pelos negócios. Sua imagem era sua negociação, a imagem e a reputação de sua família era sua negociação.

Não tinha nada naquele mundo pós guerra que fizesse Charlotte parar tudo que ela sempre fez. Os motivos pelo qual ela está na Itália, não deixavam de ser negócios, ela vivia pelo trabalho. Isso não impediu que ela fosse até o seu café preferido e que andasse pelas ruas com tranquilidade.

A parte boa de muitas pessoas envolvidas na máfia não saberem seu primeiro nome era que ela podia viver como uma pessoa normal, ainda andar nas ruas sem correr o risco de ser vigiada.

Charlotte está longe do seu monopólio principal, onde ela vivia e onde ela cresceu. Birmingham tinha a sua importância, mesmo sendo ainda pequena e meio inacessível. Suas fábricas principais ficavam lá, e com muito orgulho elas levantaram a importância da cidade nas produções mundiais.

A mulher estava longe de casa, mesmo que tenha deixado seus fiéis irmãos em casa e que confie neles para resolver qualquer problema, ela ainda poderia ver muito mais do que eles estando longe.

Ela caminhou pelo escritório, com uma prancheta na mão enquanto girava a caneta na outra. Ela geralmente costumava deixar suas mãos ocupadas, livrando-se da tenção. Não era muito apropriado girar uma faca, como ela geralmente fazia em casa, em um escritório.

Charlotte esperava uma pessoa importante, que estava tendo contato íntimo em Birmingham e que era de sua confiança. Terminou de escrever na prancheta e voltou para sua cadeira desfrutando da sua bebida enquanto esperava.

Em Birmingham:

Os Shelby voltaram da guerra a pouco, e mesmo assim a gangue parecia um pouco bagunçada sem a supervisão deles. Arthur ainda tinha aquela pose, tentando fingir que era o líder e que tinha todas as respostas e planos mirabolantes. John estava animado com o caderno de apostas, que estava tão agitado quanto a sua vida.

E Thomas, bem.. ele tinha seus problemas. Faz alguns dias que o inspetor chegou na cidade, faz alguns dias que Polly pressionou ele por resposta, e desde então é a única que sabe. Para sua infelizmente pareceu que a família inteira queria arrumar alguma questão no momento errado, Ada decidiu engravidar e mesmo que a ideia inicial fosse abortar ele sabia que isso não aconteceria.

As coisas estavam indo mal, porém Thomas tinha algo a fazer. Era interessante que talvez ele tivesse tempo para se interessar pela garçonete loira do Pub. Tudo que ele menos precisava agora era de um amor para atrapalhar suas ideias, mas de qualquer forma ela seria útil.

Na Itália:

Charlotte deixou o cavalo lhe guiar, talvez essa fosse o desfrute que ela pouco tinha na vida, deixar ser guiada. Seus cabelos pareciam não se importar se fosse fazer mal a sua aparência mais tarde, tão soltos e voando como se fosse parte do próprio vento. O campo era limpo, cheio de pequenas flores. O céu estava escurecendo, em um ponto do qual a mulher se orgulhava de ter o dom de sempre atrair.

Boss lady [Peaky Blinders]Onde histórias criam vida. Descubra agora