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Charlotte fechou a carta, encarando seu avô com certa raiva. Essa era a parte que ela mais temia, aquela que ela tinha que fazer o papel de demônio e estragar a festa de todo mundo.

Essa criança precisava nascer o mais rápido possível, ela precisava voltar para Birmingham e terminar de vez com Campbell. Seu coração saltitou algumas vezes, vendo a sombra de ombros largos passar pela praia.

Do seu escritório ela tinha a visão, tão imprudente, ela o detestava-detestava tanto que acabava adorando. Está cedo demais para essas palavras?

Oh, não mesmo.

As responsabilidades de Charlotte quase sempre sufocam sua alma, ela tinha direito de, apenas em sua própria cabeça, admitir seus sentimentos.

- Essa porra não acaba!- ela jogou o papel em cima da mesa.

- Use os seus homens, Charlotte!- seu avô observou enquanto perdia a atenção da neta.

- Vocês homens, sempre pensando pelo lado mais fácil- ela negou com a cabeça- eu tenho contas, e além de tudo tenho acordos políticos. Isso não esta de pé apenas pela sanguinária situação do início.

- Eu não estou pedindo para você ser tradicional- Angelo bufou.

- Sei bem o que vai dizer, preciso de um concelheiro.- ela olhou por cima do ombro, ainda com as mãos sobre a cintura.

- Isso é uma necessidade, alguém precisa estar nos lugar ao invés de você- Angelo se enjoou, como sempre fazia- precisa ter o advogado do diabo.

- Eu preciso que esses vermes saiam do meu sapato- ela saiu da janela, observando os olhos do mais velho- esses filhos da puta que você manteve perto.

Angelo deu um passo para trás, sabendo que aquele era o caminho errado. Boss nunca perdia o tom de voz, nunca deixava de analisar as situações.

Quando ela se aproximava demais, você sabia, não pelas suas palavras, pelos seus olhos que ela estava prestes a fazer tudo que fosse necessário. Angelo tirou Call de dentro da sala a alguns minutos, e ele pode ver nos olhos dela a sua determinação.

Charlotte iria ate o inferno para proteger sua família.

Eles ouviram um barulho alto do lado de fora, quando um estralo passou pelas paredes da casa. Antes o que era os barulhos das ondas e da natureza, agora eram gritos e pedidos de ajuda.

Charlotte abriu a porta do escritório, caminhado até o corredor e analisando a situação. Claer estava se espremendo entre os braços de Polly e Harry, gritando com a dor insuportável.

O olhar de Harry partiu para o dela, podia ver seu medo, mas ele, diferente, podia ver todo o preparo de sua irmã sobre isso.

Charlotte já fez isso muitas vezes junto com seu pai. O que um líder deve fazer com a chegada de um novo herdeiro.

- Caesar, mande os homens fecharem a casa- Charlotte retirou suas botas com rapidez- deixe os telefones desligados, e traga o padre.

- Sim senhora- seu irmão saiu do ambiente, deixando sua lista diminuir a cada passo que dava.

- Jason!- ela chamou, e como um vulto o homem apareceu- panos úmidos e quentes, traga qualquer coisa que Polly pedir.

A jovem lançou um olhar a madrinha, dando passe livre para o que ela estava tentando fazer a muito tempo- participar da nova chegada.

- Minnie, prepare o quarto principal para Claer. - Charlotte se abaixou ao lado da cunhada e do irmão, enquanto ouvia os sussurros de clemência do seu irmão.

Boss lady [Peaky Blinders]Onde histórias criam vida. Descubra agora