19.

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Cecília colocou as mãos no bolso, ficou ao lado de Boss e então respirou fundo pela milésima vez. Seus dedos estavam suando, seus dedos tremendo. O sentimento que seu coração tentou esconder a qualquer custo, era aquele nervosismo e medo da decepção.

Ela retirou o cachimbo da vestimenta, esticando em direção a outra mulher.

-Como posso viver sem você?- Charlotte lhe lançou um sorriso sincero, como se tivesse recebido o melhor presente de toda a sua vida.

-Tive que ir muito longe por isso, senhora..- ela disse, baixo o suficiente para não parecer com uma ameaça.

-E é por isso que irá ser recompensada..- Charlotte a olhou, estranhamente preocupada.

-Poderemos conversar melhor, mais tarde?- Cecília pediu, enquanto tentava não tirar atenção do restante da mesa que continuava sua conversa.

-Quando quiser..- Charlotte pegou o cachimbo de sua mão, lançando um sorriso simples e voltando para sua reunião.

O nervosismo não passou, nem mesmo quando as discussões sobre a exportação começaram. Charlotte explicou ao concelho que recebeu dos seus seguranças o suficiente para que pudesse ir atrás do que perdeu.

Nenhum deles pediu nada, ninguém questionou o quão longe ela iria para recuperar aquele carregamento. Todos sabiam da sua capacidade, e gostavam de estar ao lado disso e não contra.

Para Thomas, o sentimento era de que a decisão que tomou foi estranhamente impulsiva. Saiu daquele lugar, voltou para casa, foi visitar seu cunhado no hospital, e voltou para casa novamente, nada foi suficiente para tirar sua inquietude.

Ele foi, incrivelmente, levado a ideia de que tinha muito mais a ganhar com Boss do que com Campbell. O plano do velho era diabólico, e daria certo.

Entretanto, sua mente te sabotava para pensar nas coisas que poderia perder.

Tommy foi até o canteiro do rio, como sempre seu tio Charles estava lá. Olhando a água se movimentar junto aos barcos pequenos.

Os cavalos no estábulo atrás dele, e toda aquela sensação de que algo de importante tinha acabado de chegar pelo rio.

Charles olhou em direção ao sobrinho, se levantando e seguindo em direção ao pequeno porto, com uma grande caixa de madeira coberta pelas lonas.

Tommy soube, no momento em que viu aquela caixa em suas terras, estava em uma situação ruim.

-Me diga que isso, assim como o último carregamento fantasma, não é a nossa ruína..- Charles tirou a lona da caixa, que na realidade era grande o suficiente para serem duas.

Tommy ficou calado, observando enquanto seus irmãos também chegavam ali. Arthur parecia interessado no quanto aquilo poderia levá-los a um lugar melhor, já John encarou a situação em silêncio.

-Tommy, não temos tempo para isso- Gold disse rapidamente.

-O que está acontecendo?- Thomas levantou o olhar para ele, observando o quanto seus olhos estavam atordoados.

Não houve uma resposta clara, mas aquilo foi necessário. Thomas não estava preparado, de forma alguma, para o que estava prestes a te atingir.

Ele não tinha talheres o suficiente para aquilo.

[...]

Ada estava no quarto junto ao seu marido, que incrivelmente estava acordado, passando pelo tratamento de forma sã. Eles conversaram muito, e em conclusão Freddie não sabia exatamente o que te atingiu.

Boss lady [Peaky Blinders]Onde histórias criam vida. Descubra agora