10.

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"Há" era uma pequena e singular palavra, mas foi descrita com tanta convicção. Todos puderam sentir os pulmões de Polly soltando aquela pequena palavras. E não era para menos, ou era?

Thomas deveria ter notado, notado os seus olhos sobre Charlotte na corrida, sua afeição nítida. Sincero, esperava que realmente que não fosse um problema tão grande quanto aparentava ser, tampouco queria alguma confusão no momento.
Tinha muito a se fazer ao invés de arrumar uma briga considerável e desestabilizada.

O ambiente ficou em silêncio, alguns analisavam a expressão de Tommy. Esperança foi o que rolou nos seus olhos, quando o mesmo não demonstrou nenhuma raiva nítida.

Não havia muitas pessoas, família era aquilo.

Jeremias, como um bom e escudeiro soldado. Jonny Dogs, Arthur e John- que aparentava estar tão decepcionado quanto Tommy.

Não havia o que esperar, era uma reunião de família afinal, ninguém soube de uma reunião de negócios. Sobre tudo, Polly, em minutos estaria frente a frente a sua ruína.

A porta abriu bruscamente, assuntando alguns com o barulho alto. Finn entrou as pressas, suado e com os olhos arregalados. Seus pés batiam forte no chão, tremendo as mãos e acalmando seu pulmão de pouco a pouco.

—Os Beaumont estão vindo!– ele disse em tom alto, olhando Thomas nos olhos.

—Merda..–John se levantou do canto da sala, indo para o lado esquerdo de Tommy na mesa central. Bateu os pés sem parar no canteiro da mesa, temia esse capítulo da sua vida mais do que qualquer outra coisa.

Thomas respirou fundo para si mesmo, deixando seu corpo relaxado como sempre. Porventura para os outros ele estava em mais um dia comum, fumando seu 100° cigarro seguidamente. Para si, não passava da rotina ter que lidar com gangues rivais.

Ademais a mulher passar pela porta, e não retoricamente seu corpo praticamente se dissolveu. Encarou a figura enquanto os outros passavam depois dela. O calafrio foi a última coisa que sentiu antes de analisar a situação e a sua companhia.

Charlotte era porventura uma personalidade diferente da noite do jantar.  Ainda alta, talvez 1,70 ou coisa parecida. Era morena, cabelos meio ondulados, corpo marcado escultural. Nas curvas quanto nos mínimos músculos, ela malhava ou lutava algo.

Os olhos verdes, tiraram o pouco fôlego de Thomas. Seu coração se estressou, iniciou-se algo que não deveria ter início.

Ele se lembra de sentar em um banco de rua com aqueles mesmo olhos, mas não eram os mesmos, tão mortos e obscuros. Proferindo o sarcasmo e calmaria.

Vestida de preto e com um lenço no rosto, a mulher observou o lugar, antes de ficar próxima a Finn e olha-lo de cima. O garoto parecia tremer, qualquer um que o olhasse dessa forma levaria possivelmente um chute nas canelas, mas não ela.

—Olá– Finn disse gentilmente, tremendo o beiço.

—Olá, Finn– a voz dela saiu sutil, profunda e confiança obscura de fundo. Boss levantou o olhar, encarando Thomas como se estivessem em um competição de quem aguenta mais. Ele gostou, se não fosse tão aparente a sua intenção.

Caminhou até a cadeira a frente de Thomas, a puxando com calma, ainda o olhava. O barulho das suas botas foi a coisa mais aparente no momento, observando-a se sentar e seus irmãos se acomodarem em algum lugar atrás dela.

Harry ficou a sua direita, calado e também com o lenço em seu rosto. Seus olhos passavam algo de impiedoso, encarando John como se o momento fosse nada favorável para sua amizade.

Caesar e Emma estavam junto, mas nenhum dos dois se importou de ocupar o lugar da esquerda. As pessoas observavam os dois líderes se encararam como o inferno, prontos para serem amigos ou inimigos por uma eternidade.

Boss lady [Peaky Blinders]Onde histórias criam vida. Descubra agora