Boss lady [Peaky Blinders]

4.

Solomons.

Era um minuto, só um minuto. Foi nisso que a mente traiçoeira de Thomas se agarrou, e pareceu ser uma boa decisão durante sua conversa com Henry.

Um minuto.

Tudo que ele viu foi Ada na frente daqueles homens, tomando decisões próprias dessa vez. Seu ato poderia ser eficaz, e aquilo acendeu a mente de Thomas sobre como as coisas deveria acabar apartir de agora.

Um minuto.

Kimber gritou algo aos seus hormônios, atirando em Tommy. Tudo ficou em silêncio, e o minuto se esvaiu, e tudo que deixou foi o choro do bebê no canto. Denny correu a frente do seu corpo, caído entre os dois grupos de uma vez só.

Um minuto.

O riso de kimber trouxe a raiva como uma avalanche. E tudo que Thomas pode fazer foi atirar de uma vez só, ele tinha um minuto e uma oportunidade de acabar com aquele filho da puta.

Ele não tinha mais um minuto, mas finalizou o de Kimber no mesmo final que o seu. Sua testa estava furada, enquanto o outro gritava aos homens para irem embora. Tudo que ele precisava já foi feito, e ninguém morreria, não agora, não de novo.

Ada ficou perplexa, e correu até Freddie assim que viu os outros recolherem o corpo de Kimber. Esse era o fim, não havia mais nada ao que fazer naquele minuto. Ela conseguiu, e recebeu em troca algo que jamais seria tirado dela.

[...]

A coisas que provavelmente não poderemos concertar, coisas como escolhas e o caminho que elas te levam. Pessoas enxergam aquilo que elas querem, talvez aquilo que elas esperam, mas poucas são capazes de ver a verdade e o real.

O real.

Era disso que estávamos falando afinal, durante toda essa briga de poder, a realidade era uma facada em todos que perdem-e nos que ganham também.

A verdade sempre vai ser uma facada nas costas ou no coração, não importa quantas vezes você atrase esse fato com mentiras. Para algumas pessoas, mais poderosas do que outras, a verdade são elas quem controlam.

Isso pode ser real para algumas e apenas uma enganação para outras. Mas em todas as fases do seu real, em todos os caminhos que as escolhas lhe deram, sempre há um lugar onde coisas novas podem vir.

Você perde, para ganhar.

Foi nisso que Polly pensou durante sua espera por Tommy no pub, ela sabia que ele provavelmente estava vendo Grace. Sabia que ele não mudaria de ideia sobre deixar ela ir, isso se ele a achou é claro. Quando Thomas passou pela porta do pub a mulher finalmente pode respirar.

-Ele chegou..-A voz do Arthur bêbado disse.

-Tommy-Jhon disse também bêbado.

A forma como ambos ergueram as canecas mostrou que ainda estavam felizes pela vitória.

-Bebida?- Polly perguntou, esperando ele se aproximar.

Houve um momento de silêncio, talvez Tommy estivesse muito conturbado para falar, ou só estava seguindo uma tradição da sua mente de sempre pensar sobre.

Ele anunciou que havia uma garrafa de champanhe atrás do balcão, e Polly foi para o outro lado. A mulher sabia de mais coisas do que ele esperava, e quando ela disse quem tinha comprado Thomas apenas não respondeu.

Tentou se distrair dos olhos da tia enquanto abria o lacre da garrafa, mas nada poderia tirar a nitidez que ela o lia.

-Hoje foi um dia bom..-Tommy fez uma pequena pausa- enquanto os homens do Kimber estavam ocupados aqui, os Lee tomaram todas as pistas dele na corrida de Worcester. Se eu tivesse planejado não teria dado tão certo..