2.

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Data não comemorada.

Havia poucas coisas naquele ambiente, talvez o vazio e solidão que Charlotte esperava encontrar. O frio invadia seu corpo mal coberto algumas vezes, mas a sua mente está distante o suficiente para não se tornar um problema.

Pela forma como seu café da manhã foi, ela sabia que hoje era um dia importante. Minnie fez seu sanduíche preferido, suas frutas estavam separadas de forma diferente e ela montou o prato de Charlotte antes.

Richard agiu normalmente, mesmo que fosse realmente da sua vontade acabar perdendo o controle e entregando logo seu presente. Charlotte não era tão esquecida assim, ela apenas não de importava com coisas como essas.

Seus irmãos também agiram entranho, Harry nunca a olhou tanto daquela forma. Eles tinham uma rotina e uma forma de agir um ao outro, mas ele estava definitivamente perdendo esses pontos.

Richard entrou na sala, com uma elegante caixa branca em mãos. Aquele era o seu lugar da casa, mas passou a ser de sua filha também.

Apesar das mãos trêmulas e o medo de não de seu presente não ser bem recebido o homem arrumou a postura, alinhou o terno agindo normalmente com a caixa corretamente nas suas mãos. Não chamou a atenção da filha mais velha, mesmo que a mesma estivesse próxima.

Concentrada no livro antigo, ela estreitou os olhos para cima- apenas para enxergar o reflexo do corpo do pai visível no vidro à sua frente. A mulher tinha alguns hábitos, qualquer coisa que se move-se para perto era uma ameaça. Ficar atenta aos pequenos atos aos seu redor, ou até mesmo em qualquer respiração que possa estar próxima o suficiente.

As vezes até às pequenas coisas, como, onde se posicionar em um lugar público. Se o lugar é de insegurança, cabe a ela ficar mais próxima da saída, ou até mesmo se manter em uma posição que lhe possibilite a visão de todas as saídas e de todas as pessoas no ambiente.

Richard ainda exibia sua postura, entre todos, o que a filha viu foi algo diferente. Talvez os seus ombros estivessem atordoados de uma forma que só ela entenderia.

Aquilo sim chamou sua atenção, por isso virou- se com calma apenas para encarar os olhos do pai. Preocupação era algo que ambos podia ler um no outro, não costumavam ser carinhosos, isso não era nada além de convivência.

Richard levantou os olhos esverdeados para encontrar sua cópia, limpou a garganta e se pós novamente nervoso a situação.

-Por que motivo está inquieto, Boss?- ela exclamou com um olhar limpo.

Richard tentou disfarçar quando os olhos da filha o consumiram de forma indelicada.

Era horrível admitir que Charlotte tinha poder sobre qualquer um, inclusive sobre ele.

O olhar de Boss era claro, sua transparência de alto confiança poderia ser um grande problema para qualquer um, ninguém era capaz de escapar daquela tensão.

O apelido soprado de seus lábios pintados de vermelho, deixou claro o sarcasmo violento. Foi isso que impulsionou o mais velho a responder sem descartar sua personalidade.

-Não reprima os sentimentos alheios-ele respondeu seco.

-Jamais.- Charlotte provocou o homem, largando o seu livro em cima da mesinha- Richard.. o que a com você?

Boss lady [Peaky Blinders]Onde histórias criam vida. Descubra agora