𝘁𝗿𝖾𝘇𝖾

713 27 2
                                    

Kael

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Kael

Eu não sabia o que fazer.

Ela desmoronou na minha frente e eu só soube confortá-la com um abraço e palavras banais.

O que mais eu poderia ter feito?

O que mais poderia ser feito da minha parte?

Não faço a miníma ideia, nunca passei por uma situação dessas com uma mulher, minha mãe sempre se controlou para não chorar perto de nós e eu não tenho nenhuma irmã ou amiga que já tenho visto chorar desse jeito.

Na verdade ela teve um ataque de pânico e eu me vi tão desesperado para acalmá-la que quase tive um também.

Debbie estava escorregando na parede em direção ao chão enquanto se agarrava ao nó do lençól envolvendo seu corpo.

Ela não parou de chorar por um segundo.

Continua soluçando com a cabeça encostada no meu ombro, levei-a até o banheiro principal e deixei-a sentada por pouco tempo no balcão da pia enquanto trancava a porta.

Meu corpo inteiro está frio, minhas pernas ameaçam tremer e as mãos são ainda mais incertas.

Peguei a garota novamente nos braços e adentrei o box, fechando a porta em seguida.
Ligo o chuveiro e permito que a maior parte de água caía sobre ela, esperando que a ducha a ajude a se acalmar.

- Tá quente... - murmura, a voz fraca graças à todo o choro - me solta.

- Não posso te soltar. - afirmo olhando-a nos olhos, agora tão tristes quanto os meus ao vê-la perdida desse jeito.

- Por que não? - questiona inocentemente.

Sustento seu olhar, parece determinada a sair daqui como outra, há uma força ali dentro que não posso deixar morrer.

- Porque eu não vou te deixar cair.

Deb fecha os olhos calmamente, as lágrimas retornam e se misturam a toda gota que cai no seu rosto, mas por um segundo penso ter avistado uma ponta de alegria dançando nos seus lábios enquanto ela finalmente parece relaxar, antes de uma sombra percorrer sua face.

- Tenho que ir vê-la. - reflete, abrindo os olhos no mesmo instante.

- Eu sei. - meneio a cabeça assentindo.

- Fico feliz que saiba - se aconchega no meu peito - assim é mais fácil ir logo.

Acaricio suas costas e imagino que podemos ficar aqui para sempre; presos. As preocupações pairariam sobre nossas cabeças, mas nunca tão perto a ponto de nos machucar.

É como àgua fria no inverno, um incômodo hóstil, mas suportável, ao qual você se adapta com o tempo.

Imagino que nós dois nos adaptaríamos facilmente e essa agulhada constante se tornaria comum até não ser mais notada. Nossos corpos colados seriam a única coisa que importa, provocando respirações falhas como na última noite. Um desejo infantil e egoísta, como sei que sou.

Sem Tempo Para MorrerOnde histórias criam vida. Descubra agora