A proposta

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Wendy narrando 

Henry deu um meio sorriso , mas não era com aquele sorriso que eu estava acostumada.

- Se você continuar assim, eu vou pedir que me leve embora. - Disse olhando nos seus olhos.

O pequeno sorriso se desfez por completo e ele me encarava como se quisesse me desvendar.

- Wendy... Sussurrou ele. - Eu tenho ciúmes de você. Eu nunca senti isso com ninguém. Eu quero socar as pessoas que se aproximam de você. Eu queria poder te guardar só pra mim... - Ele fechou os olhos, respirou fundo.  - Tenho que te perguntar uma coisa... - Fez uma pequena pausa e respirou fundo.

- Fala Henry, pode falar! -  Disse preocupada.

- Deixa eu te fazer feliz? Aceite ser minha namorada. Deixa eu cuidar de você ,Wendy! - Fiquei sem saber o que dizer. Apesar de todas gentileza de Henry, preocupação e todo cuidado, eu o via como um amigo e ainda estava amadurecendo a idéia de ter um namorado. Dei um selinho nele, mas não me via namorando alguém. Acho que ele reparou a confusão na minha mente que transpareceu no meu rosto. - Wendy, não precisa me responder agora, tá certo? Só promete que vai pensar...

Respirei aliviada e disse que sim com a cabeça.
O dia foi perfeito, Henry voltou a sorrir daquela forma tranquila. Conversamos sobre muitas coisas e eu consegui distrair a mente, pude esquecer por um momento os problemas lá de casa.

Ao chegar em frente a minha casa, Henry parou o carro e ficou olhando para frente como se pensasse em algo. Eu ainda estava lembrando do por-do-sol maravilhoso naquela praia, Henry fez questão de segurar minha mão durante todo aquele espetáculo.
Vi que ele olhou por vezes no retrovisor. Como ele ainda estava mudo e parecia preso em seus pensamentos, decidi me quebrar o silêncio:

- Muito obrigada pelo dia maravilhoso. - Falei olhando na direção dele, que por sinal continuou olhando para frente. Como ele não respondia, me inclinei e dei um beijo em seu rosto . Saindo assim do carro.

Quando estava contornando o carro,  indo em direção ao meu portão, escutei alguém me chamando. Aquela era uma voz familiar...

- Wendy! É você?

Olhei em direção a voz e reconheci logo quem era.

- Garoto! Que saudade de você - Corri em direção ao meu amigo Peter, lhe dei um abraço tão apertado...

Peter era meu amigo de infância, há um ano ele viajou, após ter passado na prova das forças armadas. Nesse tempo todo ele quase não entrava em contato.

Peter era muito educado, gentil e amoroso. Assim que ele foi para a força armadas tinha menos músculo do que agora. Eu o chamava de Jacob, aquele do Crepúsculo. Pois ele lembrava muito o ator que protagonizou o filme. Agora está mais parecido ainda, com esse tanto de massa muscular que ganhou.

- Nossa, você está mais linda do que o normal. - Disse ele desfazendo o abraço para me olhar melhor.

- O que as tarefas intensivas fez na sua mente? Está com problemas na visão? - Falei dando um soquinho em seu ombro.

Henry narrando 

Estou tentando conquistar essa menina, mas ela é jogo duro. Eu não sou de desistir fácil, e quando eu quero uma coisa... Eu consigo!

Posso aproveitar esse momento de fragilidade para me aproximar mais e conseguir o que eu quero.

Tentei parecer o mais sensível possível durante todo o dia. Aquele tal de Gael ainda não desceu na minha garganta, não suporto vê ninguém tocando na Wendy.

Se eu pudesse eu quebraria a cara dele lá mesmo. Mas eu tenho que ganhar a confiança e admiração dela.

Quando parei em frente ao portão da casa dela, tive vontade de trancar a porta do carro e não deixa-la sair. Queria mais tempo com ela, queria abraçar aquele corpo e beijar aquela boca. Fiquei parado olhando para frente, tentando afastar esses pensamentos de mim.

Pude ver pelo retrovisor um carro parando, um homem desceu e veio em direção ao meu carro, talvez esteja vindo em direção a casa de Wendy.

Será que esse carinha conhece ela?  Tomara que não banque o engraçadinho, caso conheça.

- Wendy! É você?  -Disse o tal cara.
- Não é que ele conhece ela... Aff!

E o que diabos ela está fazendo? Por que está correndo pra abraçar ele ?

Cerrei meus punhos e respirei fundo, tentando controlar minha vontade de socar a cara daquele que estava com os braços envolvidos na minha Wendy.

Pra piorar ainda está admirando ela, teve a ousadia de dizer que ela está mais linda do que o normal.

Dei um soco no volante do carro e passei as mãos no rosto.

Wendy narrando 

- Vem aqui! Quero te apresentar a um amigo, Peter. - Levei Peter até a janela do carro de Henry. Ele nos observava com um olhar sombrio.

- Peter, esse é Henry. Henry, esse é Peter.

- Muito prazer Henry! Sou amigo da Wendy, amigo não, irmão.  - Disse Peter e estendeu a mão para Henry.

- Muito prazer... Peter. - Respondeu Henry com uma cara contrariada. Apertou mão de Peter e o encarou por alguns segundos.

- Peter, você tem muitas coisas pra me contar. Faz muito tempo que não nos falamos direito. Espero que não me esconda nada e me dê umas dicas. - Falei com um grande sorriso no rosto.

- Ah, pode deixar senhorita exigente. Vou te contar tudo e não vou esconder nada. Mas em primeiro lugar, eu quero te agradecer por todas as vezes que me incentivou e segurou as pontas quando estava tudo muito complicado.

Muitas vezes eu emprestei dinheiro pro Peter pagar a mensalidade do curso preparatório. Seus pais são excelentes pessoas, mas não acreditavam muito que Peter seria capaz de passar na prova. Peter fez todo o preparatório escondido dos pais. Eu dei muitos conselhos a ele e ajudei muito em oração e com dinheiro para a  mensalidade ficar em dia, hoje ele voltou formado.

- Eu não posso deixar de dizer que... Eu te amo! Você foi a peça fundamental para o meu sonho se realizar. - Disse Peter.

- Eu também te amo meu amigo! Falei com lágrimas nos olhos.

- Wendy! Infelizmente vou ter que me retirar agora, recebi uma mensagem e tenho coisas a serem feitas. Obrigada pela ótima companhia de hoje. - Disse Henry. Fui até a janela do carro e dei um beijo em sua testa.

- Eu que agradeço pelo dia maravilhoso. Vai com Deus.  - Disse a ele.

- Até logo Peter, foi um prazer.

- Até logo Henry, o prazer é todo meu.

Henry saiu cantando pneu, talvez estivesse atrasado mesmo para o compromisso.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora