Melina

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Henry narrando

Ao me aproximar do meu carro,  ouvi a porta do outro carro destravando.

- Olá Henry! - Era Melina.

- Olá! - Respondi e passei por ela, indo direção ao meu carro.

- Você não quer tomar um drink? - Falou ela, saindo do carro e vindo em minha direção.

- Não costumo tomar drinks. Até porque, não temos nada o que comemorar. Mas até se eu tivesse algo para ser comemorado, eu não tomaria um drink com você. Agora se você me der licença, eu tenho uma esposa em casa me esperando. - Ela parou próximo ao meu carro e levantou as sobrancelhas, colocando as duas mãos na cintura.

- Como assim? Você está fazendo pouco caso da minha companhia? Se você for bonzinho... Eu consigo fechar com meu pai para você. - Ela debruçou na janela do carona, para olhar para mim, enquanto falava.

- Eu não preciso de sua ajuda, eu sou competente o suficiente para conseguir os contratos que eu preciso. Não preciso de sua "ajudinha". Agora,  queira por favor desencostar do meu carro, pra que eu posso sair.

- Então vamos ver se você vai me resistir. Até amanhã Henry. - Ela piscou um dos olhos para mim e virou,  indo em direção ao seu carro.

Dei graças a Deus que eu tinha instalado no carro umas câmeras com microfone, depois dos incidentes que  Wendy e eu passamos, nosso detetive particular achou por bem termos alguns equipamentos de segurança. Eu tinha também seguranças a paisana. Devido também a empresa ter aumentado muito, não sabíamos com quem tratavamos, então era melhor nos prevenir.
Ao chegar em casa depois de ter tomado um banho com Wendy, sentei nossa cama e conversei com ela. Contei tudo que tinha acontecido e eu mostrei a ela a filmagem e a gravação.

- Agora é minha vez de ficar com ciúmes, né? - Ela olhou no fundo dos meus olhos e tentou dar um sorriso.

- Meu amor, você não tem com o que se preocupar. Eu só tenho olhos para você. Você já preencheu todos os espacinhos que tinha aqui dentro de mim. - Fiz um círculo com o dedo na direção do coração. - Eu nunca vou fazer nada para te entristecer, disso você pode ter certeza. Você é a mulher da minha vida! Eu não vou deixar ninguém atrapalhar esse momento mágico que temos vivido. Eu perco o contrato,  a sociedade... O que mais me importa é estar bem com você, você é minha prioridade. - Segurei seu rosto e a beijei.

- E você é minha prioridade! - Ela falou, ainda com os lábios encostados nos meus. - Eu te amo!

Jantamos e após a janta Wendy decidiu subir para deitar, ela estava se sentindo indisposta. O remédio do tratamento, a deixa meio enjoada e com dor de cabeça. Mas hoje ela está pior, vomitou a janta toda. Tive que pedir Tânia para preparar um lanche mais leve, para ela comer antes de dormir.
Ela comeu e dormimos abraçados um no outro.

Acordei e ela estava no banheiro tomando banho, levantei e fui até ela.

- Bom dia, meu amor! Posso tomar banho com você? - Perguntei, já tirando o short e a camisa de dormir.

- Bom dia, meu bem... Claro que pode! - Ela abriu o blindex pra que eu pudesse entrar.

- Por que não me chamou? - Me aproximei e a abracei por trás.

- Senti uma pequena cólica, daí levantei para urinar. Ao me limpar, vi um sangue marrom no papel higiênico. Preferi tomar banho antes de voltar pra cama.

- E como você está se sentindo agora? - Falei encostando meu queixo em seu ombro.

- Agora estou melhor, só com um pouquinho de cólica ainda e dor nos seios. Talvez esteja ficando naqueles dias.

- Então vou ficar com você hoje, posso? - Eu a virei de frente para mim, de maneira que a pudesse olhar nos olhos.

- Claro que quero que fique, mas... Você não tem nada importante hoje? E sua reunião com... Você sabe quem! - Ela revirou os olhos e bufou.

- Você é minha prioridade, está bem? Não esqueça disso! - Eu segurei o rosto dela, enquanto falava. - Eu paro tudo o que tive fazendo, só pra estar com você. - Dei um selinho demorado nela.

- Obrigada meu amor! Eu não sei o que seria de mim sem você.

- Vou pedir a secretária para ligar para Melina. Caso ela ainda queria uma reunião, eu posso fazer online. Será até melhor. O que acha?

- Eu acho uma excelente idéia. - Ela sorriu daquele jeito que eu amo.

- Então está combinado!

Tomamos nosso banho e fomos novamente para a cama. Peguei um remédio de cólica para ela e desci pra buscar o café da manhã.
Preferi ficar em casa, sei como Wendy se sente todos os meses quando a sua regra vem. Vejo uma tristeza, por não estar grávida.  Tento amenizar a sua dor, o máximo que eu posso.

Liguei pra secretaria e passei as informações, pedi para retornar com a resposta.
Subir com o café da manhã e uma barra de chocolate, dizem que o chocolate é bom para quem está na TPM.
Ao entrar no "Nosso lugar" Wendy estava deitada, olhando para fora. A tristeza em seu rosto era nítida, como eu poderia trabalhar e deixá-la assim sozinha em casa?

- Aqui está seu café meu amor e olha o que eu trouxe para você... - Levantei a barra de chocolate, ela deu um sorriso para mim.

- Minha preferida! - Ela levantou e se ajeitou na cama.

- Come tudinho, se não você não vai poder comer o chocolate. Ouviu mocinha? - Ainda segurava o chocolate.

- Sim senhor, papai! - Ela fez uma voz de criança e fez um biquinho no final.

- Olha a chantagem... Isso não vale! - Me aproximei dela, dei um beijo em sua cabeça e entreguei a barra de chocolate a ela.

Tomamos nosso café da manhã e ela dividiu a barra de chocolate comigo.
Para minha surpresa, Wendy estava bem faminta. Ela comeu três pães, eu tive que descer para pegar mais.
Tomou o suco de fruta e ainda quis beber café.
Após estarmos bem alimentados, voltamos a deitar.

- O que você quer fazer hoje?  Sou todo seu... - Deitei e a puxei de maneira que ela ficou aninhada em meu peitoral.

- Eu quero ficar agarrada em você. - Ela passava a mão e no peitoral.

- Seu pedido é uma ordem, meu amor.

Aproveitei que o tempo estava fresco e nos envolvi em um edredom. Ainda estava cedo e dava pra dormir mais um pouco, até a hora do almoço.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora