O dia esperado

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Wendy narrando

Eu tentei me controlar, controlar as emoções. Eu não podia ficar nervosa por causa da pressão.
Eu sentia como se meu coração fosse sair pela boca. Tentei me levantar da cama, mas não tinha forças, eu me tremia tanto...
Liguei pra Tânia e pedi que ela fosse no quarto. Expliquei para ela o que tinha acabado de ouvir e pedi para ligar para o celular de Henry, a essa altura eu já não estava enxergando mais. Eu me tremia toda e chorava a cada ligação não atendida.

Pedi que um dos seguranças fosse até o escritório averiguar se Henry estava lá, expliquei a ele o motivo. Ele poderia estar em alguma reunião por isso não atendia a ligação. Apesar dele ter saído de casa só para assinar alguns papéis.

Tânia entrou e trouxe um chá calmante. Após toma-lo comecei a sentir fortes dores na barriga e na nuca. Senti como tivesse formiga pelo meu corpo todo e então tudo ficou em silêncio.

Henry narrando

Eu estava terminando de atender o novo comprador, quando de repente a secretária bate na porta avisando que um dos meus seguranças estava lá fora.
Isso fez com que o meu coração disparasse, pensei logo em Wendy.
Tentei explicar rapidamente a situação para o novo comprador e ele entendeu perfeitamente. Como eu já havia explicado tudo que ele precisava saber, ele se retirou com os papéis já assinado.

O segurança me explicou do telefonema que Wendy tinha recebido e disse que ela não estava nada bem, que estava muito nervosa.
Ao pegar o celular vi inúmeras chamadas dela, retornei a ligação para ela e Tânia me atendeu desesperada.

- Senhor Henry, Wendy está desmaiada e não está reagindo. Ela está com falta de ar também, está com muita dificuldade para respirar.

- Tânia, você já ligou para o Dr. Arthur?

- Sim, ele pediu que eu fizesse alguns procedimentos nela, porque ele ainda está chegando na cidade. Falou que deve demorar por volta de uma hora até que chegue no hospital.

- Certo, estou indo pra aí e já vou pedir uma ambulância. O hospital não é longe, talvez cheguem primeiro do que eu. Só me mantenha informado, por favor.

- Tá ok, senhor Henry! Sr. Henry, ela está acordando.

- Fala que eu já estou chegando entrei no carro agora, em vinte minutos chego aí. Se ela conseguir falar, passe pra ela, põe no viva voz. Verifica como ela está, por favor Tânia.

- Está no viva voz, senhor Henry. Ela está ouvindo o senhor.

- Oi meu amor, eu estou bem. Nada de ruim aconteceu comigo. Desculpa não ter respondido ou atendido as ligações. Eu fiquei preso em uma reunião, quis tirar todas as dúvidas do novo comprador, para assim terminar logo, para ficar com você. Como você está?

- Oi meu amor, agora estou mais aliviada por ouvir a sua voz. Mas não estou me sentindo nada bem. Estou com muita contração e a dor na nuca está horrível, como nunca senti. Não sei se vou aguentar.

- Ei, você é mais forte do que imagina. Já se esqueceu por tantas coisas que você já passou e está aí firme? Falta muito pouco agora, já já a ambulância chega aí. Eu estou indo mais rápido que posso, optei por não dirigir meu carro e estou indo com o nosso segurança. Fica firme meu amor, só falta um pouquinho...  Mas não cobre tanto de si, respeite seus limites.
Fique deitada e tente relaxar, eu já chego. Eu te amo Wendy, você é o meu orgulho.

- Eu te amo meu amor!

Desliguei o telefone e ligue para o hospital pra pedir a ambulância. Por sorte ou por Deus, tinha uma bem próximo da nossa casa, estava uma rua antes. Eles se dirigiram pra lá e levaram Wendy para o hospital.
Cheguei no hospital e Wendy tinha sido levada para a sala vermelha.  O médico me informou que seus batimentos estavam acelerados e que sua pressão estava muito alta. Falaram que iam tentar estabiliza-la.

Eu andava de um lado para o outro, sem saber o que fazer. Liguei para meus pais e para os pais dela, passando a informação para eles.

Meia hora depois me liberaram para entrar pra ver Wendy, ela estava com uns acessos no braços e com uma máscara de oxigênio. Sua respiração estava muito pesada, no monitor dava pra ver que os batimentos estavam altos. Ela parecia está dormindo, talvez seja pelos medicamentos.
Me aproximei e dei um beijo em sua testa.

- Oi meu amor, vai ficar tudo bem. Está acabando essa fase ruim. - Sussurrei próximo ao seu ouvido.

Ela suspirou fundo e procurou minha mão para segurar, ainda de olhos fechados.

- Estou com medo de não aguentar, as dores estão voltando novamente... - Sua voz era calma e baixa.

As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto. E eu ali segurando em sua mão tentando me manter forte. A minha vontade era de poder tirá-la dessa situação.
Ouvi uma batida na porta, ao me virar para ver, avistei Dr. Arthur.
Ele falou baixo que estava indo se trocar e que já voltava.
Fiquei ali acariciando o rosto da minha amada e pedindo a Deus que isso tudo passasse logo.
Dr. Arthur entrou na sala, após uns quinze minutos.

- Olá meu camarada, como está? - Ele apertou minha mão e se dirigiu para Wendy. O rosto dele era calmo, mas de repente fez uma expressão de espanto.

- O que houve Dr. Arthur?

- Temos que leva-lá para o centro cirúrgico imediatamente. Sua pressão está subindo muito rápido e isso não é um bom sinal.

Nesse momento meu coração quase já estava saindo pela boca, ele pediu para que eu me encaminhasse para uma sala ao lado, para trocar de roupa para assistir o parto. Eu não sabia se ria de nervoso se eu chorava de alívio. Como eu iria assistir um parto, será que eu teria estômago para isso?
Fiz conforme ele mandou, vesti a roupa hospitalar e fiquei sentado do lado de fora do centro cirúrgico, esperando eles virem me chamar para entrar.
Enquanto estava ali sentado meu coração pulsava forte, eu orava muito por Wendy. E a emoção me dominou, pensei na alegria que será conhecer meus filhos e no alívio que eu irei  sentir ao ver que Wendy está fora de risco. O dia mais esperado chegou!

Um enfermeiro veio até mim e abriu a porta do centro cirúrgico.

- Está pronto? - Ele me perguntou

- Sim, estou. - Respirei fundo e o segui.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora