Adeus, médicos tarados

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Wendy narrando 

- Henry... - Falei e ele voltou a atenção pra mim. - Você tem um jantar de negócios.

- Droga! Eu tenho que sair daqui mesmo? - Ele passou as duas mãos no rosto. - Depois teria que conversar, como deveria fazer?

- Eu não sou a melhor pessoa pra te dizer o que fazer. - Ri da situação.

- Eu não quero sair daqui... Quero ficar agarrado em você.- Ele Sussurrou no meu ouvido.

- Eu também não quero que você saia, mas você tem prioridades. - Ele estava em pé entre minhas pernas, com as mãos em meu quadril.

- Minha prioridade é você. Eu cancelo e rejeito o que for preciso, se isso te fizer feliz... - Ele passou o polegar na minha bochecha.

- Não quero meus sogros zangados comigo. Você viu o jeito que sua mãe pegou na orelha daquelazinha lá? - Rimos lembrando da situação.

- Eu te defendo. - Ele falou e me puxou pra mais um beijo.

- Meu amor, temos que ir... E eu acho que você está esquecendo que a porta está aberta. Não trancamos a porta na chave.

- Eita! Pior que eu esqueci mesmo. - Ele olhou em direção a porta.

- Preciso de ajuda pra descer daqui...

- Só um minuto... Ele foi em direção a porta e trancou. - Deixou a chave na porta e mostrou a outra chave reserva, enfiando no bolso da calça.

- Você é louco! - Ri da cara que ele fez.

- Acertou em cheio, sou louco por você.

- Meu amor... Temos que ir...

- Eu sei... Eu sei... Mas eu preciso ficar mais teu com você.

- Eu te quero com a mesma intensidade, mas é sério você tem que ir. - Eu o puxei pra mais perto e dei um selinho demorado nele.

- Sua estraga prazeres!  - Ele me deu outro selinho e riu de lado. Olhei pra baixo e fiz um biquinho. - Não faz essa carinha pra mim... - Ele me puxou pra mais perto e começou distribuir beijos no meu rosto. Me fazendo rir.

- Você é o amor da minha vida, sabe disso? - Ele deu um lindo sorriso, amo quando ele sorri com os olhos.

- Você é minha perdição. Te amo! - Ele deu um beijo na minha testa e me segurou pela cintura. Me desceu da pia e me colocou de pé no chão.

- Eu vou precisar de uma ajudinha aqui. - Ri pra ele e apontei pro meu rosto.

Ele abaixou e abriu o armário embaixo da pia. Pegou uma bolsinha e me deu.

- Aqui tem umas maquiagens da minha mãe, ela deixa aqui pra emergência. E essa é uma... Certo? - Assenti com a cabeça. - Se bem que eu ainda acho que você está linda.

Eu falei que queria tirar sua maquiagem.  - Sussurrou em meu ouvido e deu uma mordidinha na minha orelha.

Parei de frente pro espelho e comecei observar o estrago. Meu batom já estava chegando na minha orelha, de tão borrado que estava. Os cílios ainda estavam colados. Só precisava retocar o batom mesmo.

Henry deixou a bolsinha ali e caminhou até a porta. Abriu para vê se tinha alguém lá fora querendo entrar.

Ele saiu olhando para os lados, talvez esteja observando se a confusão com a "Boneca inflável" já tinha acabado.

Eu já tinha passado um lenço umedecido pra tirar o batom borrado, retoquei o blush e quando eu ia passar o batom... Parei com o susto que eu levei.

Henry deu um grito tão alto que me fez parar.

- WENDY! - Ele estava dentro do banheiro e me olhava com espanto.

- O que aconteceu Henry? - Eu senti meu rosto perder o sangue. - Ele estava parado, com os olhos arregalados e mão na boca. Ele chorava e ria.

- Wendy... Você... Você... - Ele não conseguia formular a frase. - Como ele não saia do lugar, eu corri em direção a ele e comecei a sacudi-lo.

- Fala comigo Henry, o que houve? Fala comigo por favor. - Ele me abraçou e começou a chorar. Dava pra senti-lo soluçando.

- Wendy, você não está vendo o que você fez e o que está fazendo?

- Eu me afastei um pouco dele, para olhar em seus olhos.

- O que eu estou fazendo Henry? - Olhei para ele e senti meus olhos marejarem.

- O que você está fazendo... Eu entrei e você estava de pé sem as muletas, nem sequer encostada em algo estava. Agora você vem correndo em minha direção e ainda por cima de salto. - Eu olhei pra mim de pé em frente a ele e olhei pra trás vendo as as muletas encostadas no balcão da pia. Tudo parecia em câmera lenta.

- Henry... Eu estou andando! Eu estou andando! - Coloquei as duas mãos na boca, incrédula.

- Está sim meu amor. Eu vou explodir de alegria! - ele me abraçou pela cintura e começou a beijar meu rosto.

- Como não me dei conta disso? - Eu o abracei e agradecíamos a Deus em meio as lágrimas.

- Sabe o que isso significa? Que eu não vou ter mais que aturar aqueles médicos tarados. - ADEUS, MÉDICOS TARADOS! - Ele levantou as mãos como quem agradece. Nós rimos ainda com lágrimas escorrendo em nossos rostos.

- Até que eu gostava daquelas muletas, usei tão pouco... Fiz até uma maquiagem para combinar com ela. - Sorri olhando para as muletas.

- Se você quiser podemos guarda-la como recordação. - Ele me abraçou por trás e enfiou o rosto no meu cabelo.

- Não precisa, as fotos já estão de bom tamanho. - Henry sempre tirou fotos de toda minha evolução. Desde quando eu estava em coma, ele sempre acreditou em mim, que eu retornaria. Disse que isso daria um lindo testemunho e que eu precisava de provas para mostrar.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora