A verdade

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Wendy narrando

Enquanto tomava banho com meu marido que estava tarado, fizemos amor novamente. Tivemos um orgasmo juntos, acabamos o banho e nos arrumados pra descer.

Senhora Tânia levou um susto quando entramos na cozinha, mas pelo visto ela sabia que ele estava em casa, pois a mesa de café da manhã estava posta.

- Bom dia Sr. Henry. Como foi a volta de sua viagem.

- Foi tudo bem Tânia. Graças a Deus. - Ele me puxou e me abraçou por trás, deu um beijo em minha cabeça.

- Nunca vi você com um sorriso tão lindo assim no rosto, senhora Wendy...

- Aqui está o motivo. - Peguei a mão de Henry e dei um beijo. Ele riu enquanto apoiava o queixo sobre minha cabeça.

- Vem! Sentem-se pra comer. Daqui a pouco vocês não almoçam.

- Você avisou a ela que tinha chegado? - Me enclinei e sussurrei pra ele.

- Ela deve ter visto as malas. - Ele Sussurrou de volta.

Henry sentou do meu lado enquanto tomávamos café da manhã. Como de costume, meu apetite estava a todo vapor. Tinha uma sementinha faminta dentro de mim... Eu comia e Henry me olhava com um sorriso nos lábios.

- É tão bom ver você bem... Eu quase infartei quando vi você desanimando.

Quando ele falou isso, eu lembrei que tinha consulta marcada e que teria que ir em jejum, para o exame de sangue.

- Putz! - Coloquei a mão na testa.

- O que houve?

- Esqueci que tinha consulta marcada, tinha que ir em jejum para tirar o sangue.

- Sem problemas, eu vou ligar e vou pedir pra reagendar pra amanhã. - Ele pegou minha mão e deu um beijo.

Respirei aliviada e voltei a comer igual uma onça faminta.

Após tomarmos café Henry e eu fomos para o nosso lugar. Deitamos no sofá suspenso e ficamos ali olhando o mar.

Ele deitou do meu lado me puxando para o seu braço, minhas costas estava encostado em seu peitoral. Ele enfiou o nariz no meu cabelo e me envolver em seus braços.

- Que saudade que eu estava de ficar assim com você. Por mim o tempo poderia congelar nesse minuto, troco qualquer lugar do mundo para estar com você. Esse é o meu lugar favorito! - Falava ainda com o rosto enfiado no meu cabelo.

- Só Deus sabe o quanto eu sofri todos os dias longe de você. Eu nunca mais quero ficar longe de você.

- E não ficará meu amor, onde eu for agora, você vai comigo.

- Henry eu tenho que te contar algo. Mas eu estou com muito medo da sua reação.

- Como assim você está com medo da minha reação? O que pode ser tão grave? - Ele me soltou dos seus braços e se sentou. Eu me sentei e ele sentou de frente pra mim... - Alguém mexeu com você? Alguém te ameaçou? - Ele começou a ficar nervoso.

- Não foi nada disso, mas eu preciso que você tenha calma e me ouça.

- Fala Wendy! Você está me deixando nervoso! - Ele segurou meu rosto de forma suave com as duas mãos.

Eu não conseguia falar, o medo estava tentando me impedir e as lágrimas eram teimosas demais para ficarem em meus olhos.

- Henry... Eu... - Abaixei a cabeça e coloquei as duas mãos no rosto.

- Fala Wendy! Tem outra pessoa, é isso? Você não me ama mais? Se arrependeu de ter casado comigo? - Ele levantou e começou a andar de um lado para o outro. - Foi porque eu te deixei aqui? - Ele segurou meu rosto e olhou dentro dos meus olhos. - Não me diz que você quer me deixar, Wendy. Pelo amor de Deus!

- Não é isso, Henry. Não estou indo para lugar nenhum. Eu só tenho você, eu só quero você.

- Então me fala o que é, droga! Eu estou aqui pensando mil coisas. Você sabe o quão cimento eu sou. - Ele foi perto da janela e tentou se controlar. Passou a mão no rosto e respirou fundo. - Fala Wendy, seja o que for. Só não me deixa nessa agonia. - Voltou e ficou de pé na minha frente.

- Henry... Eu estou .... Eu estou grávida. - Não consegui encarar ele.

- Você está o quê?

- Eu estou grávida! - Olhei pra ele e ele tinha um olhar de decepção.

- Você está brincando comigo, não está? - Riu nervoso e colocou uma mão na testa.

- Não, eu não estou. Eu não brincaria com uma coisa séria dessa.

- E agora Wendy? Como vai ser? - Ele olhou pra cima tentando controlar as lágrimas, respirou fundo e colocou as duas mãos na cintura.

- Eu não sei Henry... Eu não sei como vai ser. Eu também não planejei isso. Desculpa eu não ter me prevenido, eu esqueci completamente que eu tinha que tomar anticoncepcional.

- Eu não quero um filho agora, Wendy. Nós nem curtimos nosso casamento. Agora você não vai me dar atenção e vai viver cansada. Já está até perdendo a saúde por conta disso... Disso aí! - Apontou pra minha barriga.

- Eu não vou deixar você falar assim, Henry! Eu também não queria um filho agora. Mas nós dois não pensamos direito, e ele está aqui.

- Eu preciso de um tempo pra digerir isso.

- VOCÊ PREFERIA QUE EU ESCONDESSE DE VOCÊ? OU QUE EU FIZESSE UM ABORTO? - Gritei com ele. - Henry, eu estou precisando de você e você diz que precisa de tempo pra pensar...

- Eu não te pediria pra matar ninguém, Wendy. Mas eu nunca tive vontade de ser pai.

- Então você quer o quê? Você quer que eu tenha e dê para alguém?

- Wendy, eu preciso pensar. Eu vou sair e não sei se volto por esses dias. Eu vou ficar em um hotel.

- Você vai me abandonar? É isso? - Levantei e segurei o rosto dele com as mãos. - Olha pra mim... E a promessa que você fez de cuidar de mim, de não me deixar.

- Isso foi antes. - Ele fechou os olhos e levantou a cabeça.

- Você não pode me deixar... Você prometeu! - Eu abracei ele e ele permaneceu com os braços caídos do lado do corpo. Meu peito parecia que ia rasgar, de tanta dor.

- Desculpa , Wendy. - Ele tirou meus braços do corpo dele e caminhou em direção a porta.

Eu caí sentada no chão e chorava tanto com aquela dor que me dominava. Quando ele estava preste a sair eu o chamei.

- Henry! - Ele parou de costa pra mim, enquanto segurava a maçaneta da porta. - VERDE. - Eu chorava enquanto pronunciava, tentando faze-lo entender.

- BRANCO! - Ele abaixou a cabeça enquanto pronuciava. Saiu e bateu a porta atrás dele.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora