Psicopata

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Wendy narrando

Ela não parava de olhar a casa e passar a mão nos móveis.

- Pode ficar a vontade, eu vou no banheiro.

E vou tomar um banho.

Subi pro meu quarto, tranquei a porta e mandei mensagem para Álvaro, dizendo que tinha uma mulher suspeita na casa. Tinha uma mensagem do  Dr. Arthur, dizendo que uma mulher loira tinha ido me procurar no hospital, deu o nome de Paty. Como ele foi informado do sequestro de Henry, ele ficou preocupado e decidiu me avisar.

Passei a informação para Álvaro e mandei um a senha do rastreador do meu celular, caso precisasse.

Ele informou que a mala dele tinha ficado no meu quarto e que tinha um botão que era um rastreador, caso eu perdesse o celular. Agradeci mentalmente por ter subido pro quarto, não sei quanto tempo eu tinha.

Peguei o rastreador na mala e coloquei a mala embaixo da cama.  Peguei a roupa e entrei no banheiro, trancando a porta.

Liguei para Tânia e avisei para ela não voltar pra casa.

Quando tirei a roupa, pude ver que tinha sangue na calcinha, talvez eu estivesse perdendo meu bebê... Eu nem poderia sofrer a dor da perda, tinha que ser forte por Henry e por mim.

Tomei banho e coloquei um absorvente, as cólicas começaram. Eu sabia que tinha que ir para o hospital, mas eu também sabia que aquela bruxa loira não deixaria. Tomei um remédio pra dor, apliquei um remédide segurar o bebê e pedi a Deus que me ajudasse.

Coloquei o botão na blusa, escolhi uma que tinha botões assim ela não veria a diferença.

As dores amenizaram e eu decidi sair do quarto pra resolver logo aquilo.

Desci as escadas e ela estava lá, sentada olhando minha foto e de Henry. A foto era do dia do nosso casamento, nós estávamos radiantes. Ele estava com aquele sorriso perfeito no rosto, ele estava atrás de mim, me abraçando por trás, com os braços em volta dos meus ombros, seu queixo estava repousado sobre minha cabeça. Eu quase sumia no meio dos braços dele.

Ela se assustou por não me ver chegar.

- Gostou da foto? - Perguntei de forma gentil.

- Ele parece muito feliz... Diferente do Henry que eu conheci há onze anos. - Ela riu ainda olhando a foto e olhou para baixo.

- Patrizia? - Ela olhou pra mim e deu um sorriso de lado.

- Sim... Pelo visto, ouviu falar de mim.

- O que você quer?

- Eu não sabia o que Paul estava fazendo, eu não tinha ideia de onde ele estava. - Ela colocou a mão na testa e soltou uma respiração pesada.

- E você sabe que Cedric levou meu Henry?

- Sei, e ele me pediu pra vir te buscar. Eu não queria fazer nada disso. Eu sei que eu errei muito com Henry, por isso não quis levar o caso pra frente. Sei que manipulei ele e o fiz sofrer.

Quando descobri a gravidez, eu queria fugir, mas Paul me obrigou a falar tudo pra Henry. Eu não tive coragem, mas disse algumas coisas pra ele ficar com raiva de mim e seguir a vida. Não esperava ele ter um surto.

Paul nunca perdoou ele, sempre pesquisou sobre a vida de Henry. Eu me afundei em uma depressão por não aceitar a perda do meu bebê. Eu quis muitas vezes que Henry morresse, ou que ele pagasse tudo que fez comigo.

- Patrizia, eu não sei até onde você está sendo sincera. Eu só não quero perder o meu marido. Se você está sob ameaça, nós podemos resolver isso.

- Não Wendy, nós não podemos resolver isso assim. - Ela deu um sorriso psicopata.

- Você está precisando de ajuda psicológica, eu posso pedir algum médico pra te ajudar.

- EU NÃO ESTOU PRECISANDO DE AJUDA DE NINGUÉM. - Ela gritou e logo após começou a gargalhar, seus olhos estavam arregalados e ela chorava ao falar. - Eu só preciso de Paul de volta e você vai me ajudar a trazê-lo de volta.

- Patrizia, você já perdeu um filho. Você sabe como é doloroso, não jogue sua vida fora desse jeito. Pensa!

- Quem é você pra me dar conselhos sobre o que devo fazer ou não? Você está sofrendo por estar longe de Henry? Pois bem, eu estou sofrendo por estar longe de Paul.

- Mas ele quis nos machucar... Paul está preso por um motivo. Já Henry... O que ele fez?

- Paul estava tentando me defender... Só isso. - Ela colocou a mão para trás e tirou uma arma, que estava enfiada na calça. Segurou a arma com as duas mãos e apontou pra mim. - Agora você vai me ajudar a tirar ele de lá. Henry tem que dar um jeito, ou nós vamos torturar você. - Ela pendeu a cabeça pro lado olhando pra mim, a arma ainda estava apontada em minha direção. Deu um sorriso de lado e chorava ao mesmo tempo.

- Patrizia, pensa... - Levantei as mãos, como quem se rende.

- CALA SUA BOCA, SUA VACA! Você tinha que aparecer na vida dele, não é? Estava tudo bem, enquanto ele vivia uma vida infeliz, sozinho. Mas Paul não pode vê-lo feliz, não enquanto sofriamos nosso luto. Eu tentei engravidar outras vezes, mas nunca mais consegui. - Ela estava com o olhar pedido enquanto falava. - Não é justo ele ter um filho e ter uma vida normal.

- Ele te falou que me assediou? Paul...  Esse seu marido exemplar... - Não podia demostrar o medo que eu estava sentindo. Isso fez ela voltar a si.

- CALA A BOCA! - Ela tapou os ouvidos com as mãos, em uma das mãos estava a arma. - Isso fazia parte do plano dele, Paul nunca me trairia. E chega de conversas, vamos logo. - Ela emaranhou a mão no meu cabelo e enfiou a arma na minha costela.

Fomos caminhando em direção a porta, ao sairmos, o segurança nos avistou e tentou sacar a arma que estava no coldre.

- Ei,ei,ei... Nem pense nisso! - Ele levantou as mãos. - Tire as munições e jogue pra longe. - Ele fez conforme ela pediu. - Pegue aqui no meu bolso, um enforca gatos. Pegue e amarre as mãos dele. - Fiz confirme ela pediu, o segurança juntou os dois braços e eu amarrei as mãos dele com o enforca gatos. Enquanto isso ela estava com a arma na minha nuca.

Fomos até a garagem e pegamos o carro que Henry tinha me dado de presente de aniversário, ainda nem tinha andado nele. Era uma Range Rover Evoque Dynamic 6000, branca com o teto vermelho.

Minha saga de repouso e hospital tinha mudado minha rotina completamente.

Fui dirigindo, enquanto ela apontava a arma para mim.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora