No hospital

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Henry narrando 

Ao chegar na recepção dei o nome de Wendy e me encaminharam para um sala, onde a mãe dela já estava.

- Oi Sra. Eloah! - Dei um abraço nela. - Como nossa menina está?

- Eu vou deixar o médico falar com você, ele já volta aqui. Ela não pode nos deixaram assim tão nova... - Depois que ela falou , caiu em lágrimas  novamente.

- Como assim nos deixar? O que houve? - Eu buscava por respostas .

- Olá, bom dia. Parentes de Wendy? - Fui em sua direção e apertei sua mão .

- O que ela tem doutor? - Meu coração parecia que ia parar a qualquer momento.

- Bem, o estado dela agora é estável. Wendy está sofrendo de uma depressão profunda e ela tem que ter um motivo que a faça voltar do coma. Sua mente a está sabotando. Ela está perdendo a vontade de viver. Ela teve duas paradas cardíacas, a segunda foi muito forte e quase a perdemos. - Ele passou a mão nos cabelos. - Ela precisa sentir que ainda é querida aqui, que ela é importante. Quanto mais dias se passarem, menos certeza temos de sua volta. Vocês tem que conversar com ela.

- Ela pode nos ouvir? - Perguntei com uma imensa tristeza.

- Sim, ele pode ouvir. Temos que aproveitar isso.

- Dr. Eu posso vê-la?  - Meu coração parecia estar todo em pedaço. Isso tudo foi culpa minha, se eu a tivesse ouvido... Como eu fui infantil.

- Pode sim. - Respondeu ele.  Olhei em direção a mãe de Wendy, buscando aprovação, ela sorriu e fez um sinal pra eu ir levantando o queixo.

- Acho que eu não sou a melhor pessoa pra ela querer lutar pela vida. Você já  deve ter ouvido a história - Lágrimas caíram do seu rosto. - Se eu for lá e bem capaz dela abrir os olhos e desligar ela mesma os aparelhos . - Dona Eloah deu um sorriso fraco.

Quando entrei, a sala estava bem fria , muito iluminada e cheia de aparelhos. Minha pequena e doce Wendy estava lá, com um tubo na boca e uma máquina a fazia respirar, como se fosse seus pulmões.

Me aproximei dela tantando ser forte, passei a mão naquele cabelo cor de cobre e dei um beijo em sua testa. Queria que ela abrisse aqueles lindos olhos verde e olhasse em minha direção.

Ah, Wendy....  Não consegui mais segurar o choro. Eu queria pega-la no colo e sair correndo dali, queria deita-la no meu quarto e nunca mais deixá-la sair de lá. Tinha tanta coisa que eu ainda queria falar pra ela.... Queria poder senti-la se aninhando nos meus braços, queria sentir suas mãos em meu rosto, sua respiração ofegante. Deus, por que isso dói tanto?

- Oi Wendy... Não aguentei de saudade e vim te ver. Você sabe que eu não consigo ficar um dia sequer sem você, não sabe? Para com essa brincadeira de mal gosto e volta pra mim. Eu já aprendi minha lição. Me perdoa, Wendy. - Eu Sussurrava em seu ouvido em meio ao choro.
- Não me castiga desse jeito, Wendy! - Gritei com desespero e vi uma lágrima escorrer no rosto dela. - Luta por nós meu amor! Eu sou imaturo, explosivo, ciumento. Mas eu te amo Wendy! Eu prometo que eu vou ser outra pessoa a partir de hoje, mas eu preciso de você pra me ajudar. Você mudou minha vida por inteiro. Eu quero viver tantas coisas com você... -Segurei a mão dela e pude sentir um aperto fraco. - Wendy, aperta novamente minha mão... - Ela permaneceu imóvel. Parecia que um buraco no meu peito estava se abrindo. - Eu não vou sair do seu lado meu amor. Eu quero estar aqui quando você abrir esse lindos olhos. Não me prive de vê-los outra vez.

Alguns dias depois

Wendy já está há quase sete dias aqui. Eu não sai de perto dela desde então. Hoje recebi a gravação do dia em que Wendy foi acediada. Esses dias tem sido intensos, eu preferi não vê o vídeo e deixar minha atenção toda voltada pra Wendy. Mas hoje Gael me encaminhou o vídeo e me garantiu ter demitido o cara.

Aquele homem não me é estranho, graças a Deus tinha uma câmera dentro da sala com áudio. Nem Wendy sabe dessa camera instalada lá.

PAUL? É isso mesmo que eu ouvi Wendy falar?

- Desgraçado! - Sai da sala onde Wendy estava e liguei pro Vladimir. E passei as informações. - Eu quero esse desgraçado atrás das grades. - vociferei.

Eu fui tão infantil com Wendy, lembrar do seu rosto indefeso no vídeo, ela queria se refugiar em mim... E o que eu fiz? A empurrei pro abismo.

Entrei na sala e fui em direção a ela.

- Meu amor, você já dormiu demais. Eu sinto sua falta ... - Sussurei pra ela

- Com licença, viemos tirar o tubo. É um procedimento difícil de ver. Se o senhor preferir pode sair. - Disse a enfermeira e logo o médico entrou.

- Vou esperar aqui fora.  - Eu não tenho coragem de ver minha pequena passando por isso. Sentei e apoiei meu cotovelos nas pernas e segurei a cabeça com as mãos.

- Faça com tudo isso acabe logo. - Pedi em voz baixa. - Depois de mais alguns minutos ali. Senti uma mão no meu ombro.

- Já pode entrar, até que ela reagiu bem o desmame. - Disse a enfermeira.

Quando voltei ela estava na mesma posição, agora sem aquele tubo na boca, respirava sozinha e isso me deixou mais feliz. Pensei logo em tomar os lábios dela, estou a muito tempo sem sentir seu toque, seu sabor.

Como eu queria ver aquele sorriso novamente.

Fui bem próximo ao ouvido dela e disse baixinho

- Meu amor, eu estou com muita saudade. Volta pra mim... Por favor! - Fiquei ali passando o nariz na sua bochecha. - Estou com saudade do seu cheiro, esse aqui está misturado com cheiro de hospital. - Ri baixinho, cheirando seu pescoço.

- Eu te amo, Wendy.

- E eu te amo, Henry. - Uma voz fraca respondeu. Levantei o rosto assustado, ela ainda estava de olhos fechados mas tinha um ar de riso em seus lábios.

- Wendy, fala comigo!  - Eu não sei se chorava ou sorria. - O que você falou? - Eu estava eufórico. Ela abriu os olhos lentamente em busca dos meus.

- Eu disse que que te amo, Henry.  - Sua voz estava muito fraca. Sua boca machucada devido ao tubo.

-Ah, meu amor... Que saudade de ouvir sua voz. - Eu chorava de alegria.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora