O passeio

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Wendy narrando

Olhei para a tela do celular e vi o nome de Henry.

- Oi, bom dia Wendy! Está tudo bem?

- Oi Henry, bom dia! Está tudo bem sim e com você?

- Melhor agora, falando com você. Estou aqui fora, quer dar uma volta?
- Fiquei surpresa ao ouvir que ele estava lá fora. Precisa sair pra distrair a mente mesmo.

- Aguarda só um minutinho, vou me arrumar.

Desliguei e fui me arrumar. Coloquei um vestido estampado, o fundo era azul com algumas florzinhas lilás e roxo, calcei uma sandália de dedo branca. Passei uma maquiagem leve e deixei meus cabelos soltos. Peguei minha bolsinha de mão e sai ao encontro dele.

Henry estava parado encostado no carro. Não deu para não admirar aquela bela visão. Ele vestia uma blusa gola polo verde menta, uma bermuda nude e All star branco com detalhes da cor da blusa. A cor da blusa combinava muito com o seu tom de pele. Fui andando bem devagar em direção a ele, só para curtir um pouco mais aquela paisagem .

Ele desencostou do carro e veio se aproximando de mim rodando a chave do carro no dedo.

- Oi, como você está linda! - Disse ele me puxando para um abraço.

- Digo o mesmo de você. -Respondi ainda abraçada com ele.

- Ah, então quer dizer que você acha que eu estou lindo, é?! - Henry segurou nos meus ombros, me afastando pra olhar nos meus olhos.

- Claro que acho! Não só está, como é. - Falei olhando nos olhos dele e sorri em seguida.

- Wendy, Não faz isso! - Sua voz quase sussurrava. - Essa é a primeira vez que você sorri assim para mim... E ainda fica dizendo essas coisas... - Henry me olhava com um olhar tão profundo... - Posso? - Assenti com a cabeça. - Ele soltou meus ombros e segurou meu rosto depositando um selinho demorado em meus lábios. Eu apenas retribui.- Sorria mais vezes assim pra mim, por favor! - Disse Henry ao separar nossos lábios.

- Vou pensar no seu caso. - Disse já sorrindo novamente. - Não sei pra onde iríamos, mas eu precisava muita sair pra distrair a minha mente.

- Vamos? - Disse ele estendendo a mão pra mim.

- Vamos! - Segurei a sua mão e fui até o banco do carona na parte da frente do carro.

Chegamos em um condomínio fechado e pelo visto Henry conhecia muitas pessoas por ali, muitos o comprimentavam enquanto ele ia entrando vagarosamente com o carro. Ao chegar no final do condomínio, ele estacionou e abriu a porta pra que eu descesse.

- Bem-vinda ao condomínio Willian's! - Ele falou e se abaixou fazendo uma referência.

- Esse condomínio é do meu pai e eu ajudo administrar, tem mais uns cinco espalhados pelo Brasil e alguns fora do Brasil. Esse aqui é o meu preferido e vou te mostrar o motivo.

Henry entrelaçou os dedos nos meus, seus olhos pareciam brilhar. Fomos caminhando em direção a uma rua estreita dentro do condomínio. Comecei a sentir cheiro de maresia e escutar ondas batendo. Atrás do condomínio, no final da rua estreita tinha uma praia linda.

- Que coisa mais linda Henry! - Fiquei boquiaberta quando vi aquelas águas cristalinas.

O mar era calmo, tinha umas pedras que faziam com que a praia se tornasse privada. Parecia que tudo tinha sido arquitetado, pois tudo era de uma perfeição só.

- Fico feliz que você tenha gostado. - Disse e me puxou para eu ficar de frente para ele. - Você pode escolher qualquer casa aqui, eu dou para você! - Henry falava com o olhar penetrado nos meus.

- Ah Henry, muita generosidade sua, mas... - Antes de eu completar a frase, ouvi alguém chamando meu nome atrás de mim ...

- Wendy, é você mesmo?

Me virei para ver quem era. Era um dos filhos do sócio da empresa que eu trabalhava.

- Oi Gael! Bom dia! - Disse me virando para ele.

Ele veio caminhando em minha direção e me puxou para um abraço, Gael tinha essa mania horrível de me comprimentar com abraço e beijo no rosto. Ele dizia que um dia eu seria sua esposa e lhe daria muitos filhos ruivos. Gael era alto, corpo atlético, cabelos claros e olhos azuis. Certamente nossos filhos seriam Gasparzinhos, de tão branquinhos que seriam.

Retribui o abraço, mas me afastei logo após o beijo demorado na bochecha.

- Esse é Henry, meu amigo! - Falei apontando para Henry. Ele estava com o rosto sombrio olhando em direção a Gael, parecia se controlar mentalmente. Seu corpo estava enrigessido e seus dentes pareciam que quebrariam a qualquer instante de tanto que ele apertava.

- Olá Henry, prazer em revê-lo. - Gael estendeu a mão para Henry, pude notar um meio sorriso no rosto de Gael, ele percebeu a expressão dura no rosto de Henry.

- Olá Gael, o que te trás aqui? - Henry apertou a mão de Gael . E soltou uma respiração pesada.

- Vocês se conhecem? Perguntei, tentando amenizar o climão.

- Sim, meu pai é um dos sócios do condomínio Willian's, Wendy. - Gael se direcionou a mim. - Henry sempre teve esse jeito sombrio, mas hoje ele está batendo o recorde. - Gael falou, quase sussurrando para mim.

Será que era do mesmo Henry que estávamos falando? O Henry que eu conhecia esbanjava sorriso e sempre foi muito amável.

Ele permanecia paralisado ao meu lado, encarando Gael .

- Wendy, se quiser fazer alguma coisa mais tarde... Estarei por aqui o dia inteiro. - Disse Gael.

- A agenda dela já está está cheia. - Disse Henry em um tom de voz seco e rouco, me puxando para perto dele. - Com licença Sr. Gael, tem muita coisa que eu quero que Wendy conheça. Após me puxar para perto dele, Henry saiu de perto de Gael deixando-o para trás, me puxando pela mão.

- De onde você conhece ele? - Perguntou Henry.

- Ele é filho de um dos sócios da empresa em que eu trabalho.

- Você já teve alguma coisa com ele? - Henry parecia nervoso.

- Não, claro que não. Ele vai lá de vez enquanto e sempre me trata dessa forma como você acabou de vê. Somos apenas amigos.

- E nós Wendy, o que nós somos? - Henry parecia exaltado, ele tentava controlar a respiração. Seus olhos me analisava buscando por respostas.

- Não estou entendendo porque você ficou tão nervoso. Você sabe que você está se tornando algo mais, mas eu preciso estar bem comigo mesma para assumir uma relação. Você me entende? - Perguntei.

Henry pareceu relaxar um pouco.

- Eu entendo Wendy, me desculpe pelo vexame. Eu sou super protetor, perdi a noção. Me desculpe! Eu só tenho muito medo de te perder - Henry olhou para baixo com uma expressão triste.

- Ei! Pode parando com isso! - Levantei o rosto dele com as mãos, de uma forma que eu pudesse olhar em seus olhos. - Cadê o Henry risonho que eu conheço? - Perguntei.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora