Suspeitas

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Henry narrando 

Havia duas horas que eu estava no hospital com o Wendy, ela ainda dormia sob o efeito do medicamento. A médica, que a atendeu,

indicou que ela conversasse com psicólogo de plantão, assim que acordasse.

Fiquei ali deitado do lado dela na cama. Não pude deixar de pensar como aquele escorpião apareceu no quarto, era algo que estava me tirando a paz.

Aquele tipo de escorpião não é típico da região em que moramos. Lembrei de Wendy falando que viu um vulto saindo, em direção a porta da sala... Aquilo começou a martelar na minha cabeça. Será que alguém seria capaz de colocar aquele escorpião no quarto de propósito, só para machucar Wendy ou a mim?

E como alguém, se por acaso tivesse entrado, conseguiu passar pelos seguranças da casa?

Enquanto eu estava envolto em meus pensamentos, Wendy começou a despertar.

Ela foi abrindo os olhos lentamente, quando me viu sorriu, mas, de repente o seu corpo se enrijeceu e ela começou a olhar por todos os lados olhando para a parte baixa da cama. Sua respiração ficou irregular.

- Calma, meu amor. Está tudo bem... calma. - Abracei ela.

- O que houve comigo? Estou com muito medo ainda. - Ela estava agarrada em mim.

- Você teve uma crise de pânico, daí ficou em estado de choque. Mas está tudo bem, não precisa ficar apreensiva.

- Eu não posso ficar refém do medo, isso vai me fazer mal. Mas não estou conseguindo relaxar.

- Já mandei pessoas para limpar a casa, estão dedetizando nesse momento. Mas se você preferir, podemos ir para um hotel. - Falava com ela e ela estava agarrada em mim, parecia que buscava se proteger.

- Não, não precisa. Eu quero ficar na nossa casa. Eu tenho que perder esse medo, Graças a Deus não aconteceu nada de ruim.

- Como você quiser, meu amor. Podemos ficar no "nosso lugar", já pedi para limpar ela também.

- Eu acho que esse medo vai além do escorpião. - Ela se enconlheu um pouco

- Como assim meu amor? - Perguntei.

- Henry... Eu não estou entendendo como aquele escorpião foi parar no quarto, esse tipo de escorpião não é típico da região onde moramos. Será que tem a ver com o vulto que eu vi saindo na porta da sala?

- Eu pensei a mesma coisa, meu amor. Mas se foi alguém que colocou eu vou ver nas câmeras. Assim que chegarmos em casa eu vou verificar.

- Se aquele escorpião tivesse me picado... - Seus olhos estavam rasos d'água. - Se ele tivesse me picado... Agora eu teria perdido o nosso bebê. Se alguém colocou ele lá, tinha a intenção de me machucar, machucar você ou de machucar o nosso bebê, Henry. Quem poderia fazer uma maldade tão grande assim?

- Vem aqui meu amor! - Apertei o corpo dela contra o meu, a envolvendo mais forte em meus braços. - Não vamos pensar nisso agora, tá bom? Se tiver alguém querendo machucar vocês ou a mim nós vamos descobrir. A médica que te atendeu indicou que você falasse com psicólogo que está de plantão hoje, você aceita?

- Sim, quero sim. Obrigada meu amor, por cuidar de mim e por me proteger. - ela levantou a cabeça e me olhou nos olhos, enquanto eu dava nela um selinho demorado nela as lágrimas escorriam em sua face.

Após Wendy passar pelo psicólogo, ficou muito mais calma, então a médica achou por bem nos dar alta.

O motorista nos levou para casa, durante o trajeto ela foi encostada do meu ombro com a mão entrelaçada na minha.

Quando chegamos em casa eu a ajudei descer do carro, entramos e fomos em direção a cozinha.

Tânia estava sentada, com os cotovelos encostados no balcão. Em frente a ela tinha um pote de vidro com o escorpião dentro.

- Vocês voltaram. Graças a Deus! Como a senhora está ?

- Estou bem melhor, obrigada Sra. Tânia. - Wendy respondeu, ainda estava agarrada no meu braço e olhava com um certo receio para o pote com escorpião dentro.

- Tânia, estamos famintos... - Eu falei, tentando quebrar o clima tenso que pairava no ar.

- Mas vocês não comeram nada... Como assim?

- A Wendy ficou no medicamento e eu fiquei receoso de deixa-la sozinha. Aí sabe como é,  acabou que as horas se passaram e eu não me dei conta, quando fui ver já era tarde.

- Então se sentem aí, que eu vou servir-los. Deixa eu tirar esse pote daqui de cima. - se referiu ao pote que estava com escorpião dentro, ela percebeu que estava causando algo estranho em Wendy. Quando Tânia tirou o pote de cima do balcão, Wendy soltou um ar pesado, respirando aliviada.

- Tenho pavor desse bicho! - Ela falou e enfiou o rosto no meu peitoral.

- Olha ele está morto agora, não há com que você se preocupar já dedetizaram a casa toda que não acharam nada. - Eu segurei o rosto dela com as duas mãos, enquanto falava a olhava nos olhos. - Fica calma não deixa isso tirar a paz da sua mente.

- Obrigado meu amor! Me dá um beijo? - Ela Sussurrou.

- E você precisa pedir? Meus lábios sempre desejam tocar os seus. - Passei um braço pela cintura dela e com a outra mão apoiei sua nuca.  Por um momento esqueci que estavamos na cozinha e que Tânia estava lá.

Tomei os lábios da minha querida esposa, dando a ela um beijo protetor, eu queria poder passar a confiança por aquele beijo.

Queria provar a ela que estava tudo bem, que ela podia confiar e ficar em paz. Wendy se entregou totalmente, relaxando ao sentir os meus lábios nos dela. Ela Segurou o meu rosto com as duas mãos e retribuiu todo amor que emanava de mim.

Afastamos nossos lábios, mas ainda mantivemos as nossas festas encostadas e os nossos narizes um no outro.

- Eu te amo, Wendy. - Falei com os meus lábios próximos aos dela. - Eu estou aqui para cuidar de você também, não vou deixar nenhum mal acontecer contigo.

- Eu te amo, Henry! Obrigada pelo seu amor, pelo seu cuidado e a sua proteção.

- Agora vamos almoçar, porque tem um menininho aí que deve estar cheio de fome.

- É verdade! - Ela passou a mão na barriga e olhou para mim rindo.

Tânia nos serviu e nos alimentamos tranquilamente. Após o almoço nos mudamos para o quarto no segundo andar, deixei Wendy lá deitada e fui investigar as câmeras de segurança.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora