Clima tenso

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Henry narrando 

Fui até a sala onde ficava os monitores com das câmeras. Para minha surpresa as câmeras de dentro de casa estavam desativadas.

Isso me fez sentir um frio percorrendo em minha coluna, será que as nossas suspeitas tinham lógica?

Liguei imediatamente para o nosso detetive particular, Álvaro era especialista em recuperar imagens antigase ele entendia esses negócios de câmera. O que a pessoa que desativou as câmeras não esperava, era ter uma câmera muito bem escondida dentro da sala de monitores.

Fui para o quarto onde eu ficaria com Wendy, no segundo andar e peguei meu notebook.

- O que está procurando Henry? Conseguiu descobrir alguma coisa? - Falou ela levantando da cama, veio e sentou em uma cadeira ao meu lado.

- Você não vai acreditar! As câmeras de dentro de casa estão todas desligadas. Isso me faz sentir que as nossas suspeitas estavam certas.

- Meu Deus, Henry! - Ela colocou as duas mãos na boca.

- Fica calma meu amor, já liguei para o detetive. - Eu passei o braço sobre o ombro dela e a aconcheguei em meu peitoral. Dei um beijo em sua cabeça e enfiei o nariz ali suspirando, tentando manter a calma e passar calma para ela também.

- Henry e se estivermos em perigo? Como essa pessoa conseguiu ter acesso a nossa casa? Só pode ser alguém que trabalha aqui. - Pensei por um minuto tentando imaginar quem poderia fazer isso...

- O jardineiro! Ele é a única pessoa diferente que começou a frequentar nossa casa nesses últimos dias. Como eu não averiguei isso antes? Estava muito preocupado com seus cuidados,  que acabei deixando passar despercebido.

- Henry... - Ela estava com o olho arregalado e com uma mão na boca. - Bem que ele nos observava muito.

- Calma!  Tenta manter a calma... Eu vou descer e ver se ele ainda está aqui.  - Me levantei para descer, mas Wendy segurou meu braço.

- Não! Não vai, pelo amor de Deus! Nós não o conhecemos, ele pode ser perigoso. É melhor chamarmos a polícia, Henry. - Ela começou a chorar agarrada no meu braço.

- Vamos fingir que não sabemos de nada, fica aqui no quarto enquanto eu vou lá averiguar.

Além do mais, Tânia também está lá embaixo e ela pode estar correndo risco.

Vou pedir para Álvaro ligar para a polícia. Ele já deve estar chegando. Vou ligar para a empresa e perguntar informações sobre esse novo jardineiro.

- Toma cuidado, por favor.

- Eu tomarei. Vou deixar o notebook aqui enquanto vai abrindo as informações, quando o download estiver completo você aperta nessa tecla. - Mostrei a ela. - Ela vai dar acesso a câmera de dentro da sala de monitores. Na tela vão ficar os vídeos com as datas que você quer ter acesso. Se você quiser apertar e ir vendo os vídeos... Caso não queira, pode deixar que eu faço quando voltar. Só fica aqui e se mantenha em segurança, tranca a porta quando eu sair, só abra se eu bater.

Dei um beijo em Wendy, que ainda chorava e a deixei dentro do quarto com o notebook. Desci e fui em direção a cozinha, tentei manter a calma e fingir que nada estava acontecendo. Olhei por lá e não vi Tânia, isso fez com que o meu coração disparasse.

Fui próximo a piscina e avistei um segurança, perguntei a ele se ele tinha visto Tânia e ele respondeu que não.

Olhei ao redor da casa e depois entrei na casa novamente, não havia nenhum sinal de Tânia. Resolvi então ligar para o telefone dela.

O telefone que você ligou, está fora de área ou desligado. 

O telefone que você ligou, está fora de área ou desligado. 

Tentava e não tinha resposta nenhuma.

Fui informado que Álvaro tinha chegado e com ele havia dois policiais.

Passei tudo para eles, desde o momento do escorpião até aquele momento com o sumiço de Tânia.

Pelo jeito o jardineiro estava envolvido em algo pois ele já tinha saído antes de cumprir o seu período de trabalho.

Ouvimos um barulho na cozinha, os policiais sacaram a arma e se encostaram na parede indo em direção. Um fez o sinal para o outro que ia entrar na cozinha, para lhe dar cobertura, quando ele entrou na cozinha ouvi o grito de Tânia.

Esperei que o policial fizesse o sinal para que eu pudesse entrar. Tânia estava com umas sacolas de supermercado nas mãos com os olhos arregalados.

Eu corri em sua direção e abracei.

- Graças a Deus, você tá bem!

- O que está acontecendo, senhor Henry?

-Tânia, eu vou precisar que você preste bastante atenção no que eu vou falar. - A sentei em uma cadeira e segurei o rosto dela, de maneira que ela pudesse olhar para mim.

- Pode falar, senhor Henry.

- Estamos suspeitando que alguém está tentando machucar Wendy ou a mim, que aquele escorpião foi implantado. Fui averiguar as câmeras para ver se tinha algo suspeito e para minha surpresa as câmeras de dentro de casa estão desligadas.

- Meu Deus! - Ela estava com um semblante de pavor. - E já tem algum suspeito?

- Sim... Temos sim, o jardineiro. - Andei de um lado para o outro coçando a cabeça. Eu me sentia culpado por não ter averiguado a procedência dele.

- Onde está a senhora Wendy?

- Está no nosso quarto, no segundo andar.

Wendy narrando 

Ele me deixou no quarto e eu tranquei a porta, fiquei ali sentada em frente ao notebook esperando o download ser concluído.

Quando o download foi concluído eu comecei a ver os vídeos da movimentação da sala de monitor. Os vídeos pareciam todos serem os mesmos, pois ninguém entrava ali.

Exceto por um de dois dias antes, um homem vestindo uma roupa preta usando boné entrou na sala e começou a mexer nos computadores desativando as câmeras de dentro da casa. Dei um zoom para ver se conseguia enxergar o rosto daquele homem, me parecia familiar mas a imagem ficou meio desfocada e o boné me impedia de ver totalmente o seu rosto.

Tinha alguém dando cobertura a ele.

Um daqueles homem era com certeza jardineiro, eu conheci pelo porte e uma tatuagem na mão. Lembro que Tânia chegou a comentar sobre a tatuagem que ele tinha na mão era um corvo. Ao olhar aquela filmagem, vi que o corvo estava desenhado na sua mão direita. Apesar de nunca ter me aproximado dele, eu já o vi diversas vezes parado nos olhando, conheci seu jeito de parar.

Porém o outro homem não me era estranho.

Fiquei ali parada encarando o notebook tentando achar alguma lembrança na minha mente que me levasse ao outro homem.

Feito para mimOnde histórias criam vida. Descubra agora