Capítulo 10

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Continuação...

Não tem sido fácil ser mãe solteira, choro todos os dias achando que não vou conseguir. Meu seios estão feridos, Leon não dorme a noite toda e durante o dia resmunga com cólica, estou a 5 dias sem dormir e começo a acreditar que fugir de Lyon e cortar contato com as meninas e com Kadu não foi inteligente da minha parte.

Nesse momento estou sentada na sala com Leon em meu colo mamando enquanto lágrimas escorrem pelo meu rosto de dor, meu cabelo está bagunçado e minha roupa está fedendo a leite por que não tenho tempo nem de tomar um banho, é só eu colocar Leon no berço ou no carrinho que ele começa a chorar.

Cansada resolvo ligar para Kadu, preciso de ajuda, pego meu celular e quando me preparo para fazer a ligação ouço a campainha tocar.

Me levanto ainda com Leon em meus seios mamando e dou uma olhada pelo olho mágico da porta e vejo que é Sandro, abro a porta e o mesmo me olha dos pés a cabeça.

Sei que estou um caco e tenho certeza que esse olhar dele pra mim é de puro nojo, eu estou deplorável. Minha olheira já toma o rosto todo e com certeza ele está sentindo esse cheiro de azedo.

— Vim ver como vocês estão? Ele diz ainda assustado.

— Só em me olhar você já deve imaginar. Respondo dando passagem para ele entrar.

— Ok! O que está acontecendo? Ele pergunta sentado no sofá.

— Parece que não estou dando conta do recado... Ser mãe solteira não é fácil, Leon não dorme a noite, tem muita cólica, meus seios estão feridos e a cada mamada dele é um sofrimento só, a ponto de eu odiar esse momento e isso me deixa arrasada, não consigo nem tomar banho por que ele não fica no berço e nem no carrinho. Digo já chorando.

— Ei, calma! Ele tenta me acalmar.

— Eu vou ter que passar por cima do meu orgulho e voltar a morar no Rio, lá eu tenho pessoas para me ajudar... Ele nem deixa eu terminar de falar.

— Não! Me assusto. — Quer dizer... Deixa eu te ajudar?

— Não tem como Sandro, você não tem noção da luta que é.

— Eu sei sim, tenho uma irmã mais nova, vi o que minha mãe passou, me deixa te ajudar?

Não sei o que responder então fico quieta olhando pro Leon que acabou de mamar e está em meu ombro para arrotar.

— Vamos fazer assim, deixa que eu faço ele arrotar e nesse tempo você vai tomar um banho, não precisa ter pressa eu sei me virar com esse garotão. Ele já vai pegando o Leon de meus braços.

Eu não tenho muita escolha, preciso de um banho urgente e vou aproveitar que ele está aqui.

Deixo Leon com ele, lógico que eu estava receosa afinal Sandro ainda era um estranho pra mim, mais lá no hospital eu fiquei sabendo que ele era filho do prefeito daqui, então sei que ele não faria nada de ruim a um bebê.

Meu banho dura aproximadamente 30 minutos, desculpa mãe natureza mais eu precisava disso. Quando saio do banheiro tomo um susto, Leon está dormindo no carrinho e a casa está arrumada, na minha pequena mesa tem vários isopor com comida.

— O que aconteceu aqui? Pergunto perplexa.

— Ajeitei as coisas pra você, espero que você não fique chateada...

— Não! Claro que não, só estou tentando entender como você conseguiu fazer isso em meia hora e ainda conseguiu fazer Leon ficar no carrinho. Ele rir com a minha cara.

— Liguei para a pediatra que foi da minha irmã e falei das cólicas desse garotão, ela me aconselhou colocar uma bolsinha de água morna na barriguinha dele, disse que é normal nessa idade. Pedi para a farmácia entregar a bolsinha e rápidinho ele dormiu... Aí o restante foi tranquilo de fazer e pedi uma comida, espero que goste.

— Uau! É só o que consigo dizer.

Ele senta na mesa comigo e me faz companhia no jantar, ele pediu uma lasanha, disse que era o mais certo de eu gostar já que não sabia meu gosto para comida.

Era por volta das 22 horas e eu já estava caindo de sono, Leon havia acordado e estava mamando e pra variar eu estava chorando por que era isso que eu fazia toda vez que ele queria mamar.

— Amanhã você vai receber ajuda de uma profissional para tentar resolver esse seu problema com a amamentação, minha mãe sempre disse que esse deveria ser a melhor hora para uma mãe mais que infelizmente nem todas tem essa sorte.

— Obrigado por tudo Sandro, obrigado mesmo. Peço. — Está tarde e você deve está cansado, já me ajudou tanto hoje... Pode ir que eu seguro as pontas daqui. Digo.

— Deixa eu ficar essa noite aqui? Eu fico aqui na sala... Se ele acordar eu te ajudo.

— Não precisa fazer isso... Sério Sandro, eu me viro, de verdade.

— Me deixa ficar, Majú... Ele insiste.

Depois de tanta insistência eu acabo deixando ele ficar, coloco alguns lençóis no sofá e um travesseiro, dou boa noite para ele e me direciono para o quarto. Penso em trancar a porta mais acho que vai pegar mal, então só a encosto. Coloco Leon em seu berço com a bolsa de água quente em sua barriguinha e me deito na cama.

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora