Capítulo 26

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Hoje é a festinha de um ano de Leon, isso mesmo, desde que descobri quem é Sandro de verdade já se passaram três meses. Minha convivência com ele está pior a cada dia, acho que ele percebeu alguma mudança em meu comportamento e com isso ele mudou também. Antes ele era carinhoso, na medida do possível fazia minhas vontades, mas hoje ele mudou completamente, ele está mais ríspido comigo, muito mal consigo levar Leon na pediatra, sempre tem alguém me seguindo, eu sinto que sou vigiada o tempo todo. Nossas brigas estão mais constantes, isso por que eu não deixo ele me tocar e depois que descobri que ele havia me traído, não que eu me importe, mas foi o pretexto que achei para afasta-lo de mim ainda mais.

A cidade é pequena então rapidinho a fofoca se espalhou, hoje quando passo na rua sinto o olhar das pessoas em cima de mim, não aquele olhar de antes, olhar de “a nora do prefeito” e sim o olhar de “como aceita ser traída”? Mal eles sabem que sou obrigada a aceitar.

A festa do Leon que seria algo simples, só a família do Sandro e a gente, se transformou em um evento pra cidade, o sítio do pai dele está cheio, cheio de gente que não faço ideia de quem seja, Leon está enjoado e chora o tempo todo, meu bebê é tão pequeno, mais parece que sabe o que está acontecendo, toda vez que Sandro se aproxima de mim ele chora fazendo com que ele se afaste.

Sandro já questionou isso, disse que não sabe por que Leon mudou com ele, eu digo que é coisa de criança, ciúmes, mas na verdade eu sei que meu pequeno sente de alguma forma que Sandro não é boa coisa.

— Você convidou a cidade inteira? Pergunto brava a Sandro.

— Chamei meus amigos, não tenho culpa se você não se socializa. Rebate ele.

— Não preciso e não quero me socializar, um bolinho se transformou em uma festança e nem comunicada eu fui, Leon está enjoado e querendo dormir. Falo ríspida.

— O dinheiro saiu do seu bolso? Então não reclama, eu estou bancando essa porra toda! Ele diz alterado. Algumas pessoas olham, ficam chocados com o jeito que ele falou comigo.

— Pagou por que você quis, não te pedi nada, ok? E você tinha que bancar tudo mesmo, já que 99% das pessoas são seus conhecidos! Digo e saio andando em direção a entrada da casa.

Eu não ia ficar ali aplaudindo palhaço, ele que se foda com seus convidados, a festa acabou pra mim e pro meu filho!

Entro em um dos quartos daquela casa e Sandro vem atrás de mim, ele tem um copo de whisky na mão e já fala alto, mostrando que ele já encontra-se alto.

— Você pensa que vai aonde? Ele segura o meu braço com força.

— Vou dar um banho no meu filho e vou colocá-lo para dormir... E solta o meu braço que você está me machucando! Digo puxando.

— Eu não vou ficar lá embaixo recebendo as pessoas sozinho igual um otário, o aniversariante tem que está lá!

— Dá teu jeito Sandro! Meu filho está cansado!

— Foda-se! Ele dorme no seu colo, mas vocês dois vão ficar lá embaixo! Ele grita.

— Não vou descer mais, já disse! E para de gritar por que você está assustando meu filho! Falo entre os dentes, tentando manter a calma para não assustar mais Leon que já está chorando.

— Eu grito quando eu quiser, essa porra aqui é minha!

— Então você fica aqui gritando que eu vou embora!

Tento acalmar Leon enquanto vou pegando as coisas dele para ir embora, mais é na hora que Sandro vê eu colocando a bolsa no ombro que ele surta.

Ele me agarra pelo cabelo, puxando minha cabeça para trás e encostando a boca no meu ouvido ele diz:

— Tá pensando que você está lidando com quem? Com aquele otário do Lyon? Nessa hora meu sangue gela e minha expressão muda. — Tú acha que eu sou otário Maria Júlia? Não precisa fazer essa cara de assustada que eu sei que você sabe muito bem quem sou eu, cansei de me fazer de bonzinho pra você, agora você vai conhecer o verdadeiro Sandro!

Ele me joga em cima da cama com força fazendo com que Leon caia na mesma também gritando, aquilo me subiu uma raiva tão grande que deixo Leon ali mesmo e parto pra cima de Sandro, mais antes mesmo que eu dê o primeiro tapa nele, sou recebida com um soco no rosto, fazendo meu supercílio abrir na hora, o sangue começa a escorrer pelo meu rosto, Sandro me agarra pelo pescoço e começa a apertar e quando eu tento o arranhar e chutar, Leon está em Pânico eu começo a me apavorar também por quê já estou ficando sem ar, até que alguém abre a porta do quarto fazendo Sandro me soltar na hora.

— Ah, desculpa! Pensei que fosse o banheiro. Diz Michele me olhando assustada.

— Já viu que não é o banheiro, agora vaza! Diz Sandro grosseiramente.

Michele me dá uma última olhada com pesar e fecha a porta me deixando novamente com ele. Meu rosto ainda está lavado de sangue e Leon ainda grita, mais eu estou com ele em meus braços já, tentando o acalmar.

Sandro deixa o quarto sem falar uma palavra se quer, mas posso ouvir ele trancando a porta por fora.

Pego o primeiro pano que vejo e coloco em cima do machucado, afim de faze-lo parar de sangrar.

Depois do rosto limpo e Leon dormindo, me olho no espelho e tenho certeza que vou precisar de pontos, além de ter que lhe dar com um rosto completamente roxo com certeza. Coloco uma poltrona atrás da porta e me deito com Leon, se aquele louco entrar aqui enquanto estou dormindo eu vou pelo menos ouvir, não serei pega de surpresa.





Genteee😭, estou arrasada! Coitada da Majú... E o pequeno Leon gente, isso é traumatizante para uma criança.😞

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora