Capítulo 19

1K 50 3
                                    

Estou sentado em minha cama dando uma última olhada nos mapas que estão nos livros, queria ter certeza que estava tudo calculado perfeitamente quando orelha entra na cela e já vai logo me contando.

— Tudo certo Lyon... Já incluí sapo no nosso grupo da lavanderia essa madrugada.

— Ele sabe o que vai acontecer? Pergunto curioso.

— Preferi não contar, não sabemos muita coisa dele, não ia correr o risco dele abrir o bico e estragar tudo, na hora ele vai ficar sabendo.

— Tá certo, melhor assim.

[...]

2:10 da madruga, estamos na lavanderia e tem um guarda parado na porta da mesma nos observando, puta que pariu só faltava essa. Parece que eles tem faro pra treta, nunca fica guarda aqui dentro da lavanderia, justamente hoje ele cismou de observar tudo.

— O que vamos fazer? Sussurra pezão disfarçadamente enquanto coloca os uniformes nas máquinas.

— Não sei, tô pensando... Porra! Eu estava muito tenso e os caras ali também estavam, o único calma era sapo que não sabia de nada.

Vejo pezão se aproximar do guarda e sem eu esperar ele dá um mata leão no homem fazendo o coitado se debater por alguns segundos e logo apagar.

— Que porra tá acontecendo? Pergunta sapo nervoso.

— Porra pezão, não fode... Digo o encarando e ignorando a pergunta de sapo.

— Ele não ia sair daqui, então tive que agir! Diz com uma calma de dar inveja.

Resolvo não entrar em uma discussão com ela agora, amarramos o guarda e colocamos ele em um canto cheio de roupas suja em cima dele.

— Vocês vão me dizer o que está acontecendo ou não? Pergunta mais uma vez sapo.

— Vamos fugir e tú vai com a gente! Diz orelha.

Ele não diz nada, quem não quer sair desse inferno?

Depois de passarmos pelo duto de ventilação e chegarmos a sala de RX, caminhamos apressadamente até a sala da dra, coloco a mão na maçaneta e olho para geral.

— Agora vamos saber se essa sua pinta de garanhão convenceu a dra! Diz pezão visivelmente nervoso.

Giro a maçaneta e páh, a bendita abre, os caras me olham com um sorriso no rosto e rapidamente entramos sala.

Ali estavam eu, pezão, passa fome que é o braço direito do pezão, olho de vidro, pão com ovo, orelha e sapo... Sete caras ansiosos para meter o pé daquele lugar, com cuidado e sem fazer barulho retiramos o ar condicionado antigo e já dava pra vê o buraco e o fio.

— Como vamos sair agora? Questiona orelha.

— Tá vendo aquele fio? Vamos nos pendurar nele e com calma vamos atravessar aquele muro. Aponto!

— Puta merda!! Diz passa fome e todos olham para ele. — Eu... Eu não vou passar por esse buraco! Gagueja ele.

Apesar de ser apelidado de passa fome, o moleque estava acima do peso, mas ele passava pelo buraco, tenho certeza.

— Você passa sim! Digo já me preparando para atravessar aquele buraco.

— Pera aí!! Diz pezão. — Você não vai ser o primeiro a passa! Porra! Começou a viadagem!

— Por que não? Questiono.

— Quem garante que você vai nos esperar?

— Pezão, presta bem atenção... Vocês não tem escolha, ou confiam em mim ou ninguém sai daqui! Ele fica pensando por um tempo e no final concorda, ele não tinha escolha.

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora