capítulo 31

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Hoje é o chá de bebê da Lorena, enfim saberemos o sexo do bebê, Kadu está todo empolgado.

Como não posso sair do morro, ele resolveu fazer o chá aqui em casa. Está tudo pronto, a casa está toda decorada de azul e rosa, Lorena está linda com aquele barrigão, Hellen está ajudando a organizar os últimos detalhes. Em dizer em Hellen, ela e Lorena tem ficado mais próximas, com a fuga de Majú, Lorena se sentiu muito sozinha e quando Hellen entrou pra família aos poucos elas foram se aproximando.

No começo Lorena não queria contato com Hellen, sempre que Kadu vinha pro morro Lorena ficava na casa dela e não colocava os pés aqui, Hellen me questionava sempre, por qual motivo a esposa do meu irmão não aparecia aqui em casa? Eu sempre fugia do assunto, ela ficava desconfiada, mas eu conseguia me esquivar.

Um dia Lorena passou mal e começou a perder um pouco de sangue, Kadu estava aqui em casa, Hellen ao saber foi correndo para a casa da Lorena com Kadu e auxiliou os dois no postinho, Lorena é grata a ela até hoje por isso, a gratidão é tanta que Hellen e eu seremos padrinhos do bebê.

- Lyon, me ajuda a pendurar essas bolas aqui em cima. Me chama Hellen que está em cima de uma cadeira tentando pendurar as bolas com os nomes Bernardo e Luana, esses foram os nomes escolhidos.

- Desce daí antes que você caia! Pego ela no colo e depois de beija-la a coloco no chão.

Estamos na contagem regressiva para estourar o balão para saber a cor dos confetes ali dentro, todos estão sorrindo feliz da vida... 5... 4... 3... 2... 1... E é na hora que a bexiga é estourada que junto ao barulho do estouro dela ouço o barulho de um tiro.

Tudo acontece em câmera lenta pra mim, geral correndo para todos os lados, Hellen me agarrando e se jogando no chão, meus amigos saindo da festa correndo atrás de alguém, passo o olho pelo quintal procurando Lorena e Kadu mas não consigo vê-los, mas consigo ouvir seus gritos.

Sou tirado do meu transe por Fael me sacudindo.

- Caralho Lyon! Me ouve porra! Ele está desesperado, olho para ele e espero ele dizer o que aconteceu. - Kadu levou um tiro!

Me levando na hora tremendo e agora sim consigo vê-lo atrás da mesa do bolo, caído no chão, com a cabeça no colo de Lorena enquanto ela grita por socorro. Kadu tem a blusa tomada de sangue e a roupa da Lorena também tem muito sangue, ele respira fundo e tenta falar algo, mais não consegue.

Hellen aparece com várias toalhas na mão, rasga a blusa dele e com as toalhas, pressiona seu ferimento.

- Quero um carro! Ela grita. - Ele precisa de um hospital, urgente!

Fael estaciona o carro na garagem de casa e com minha ajuda coloca Kadu nele, enquanto dirijo para o postinho desesperado com Fael ao meu lado e Lorena mais a Hellen estão atrás cuidando dele.

Estaciono e já começo a gritar por uma maca, o postinho tem um centro cirúrgico bem equipado, eu mandei construir caso alguém aqui do movimento precise, por que se saímos daqui com certeza não voltamos mais.
Eles entram com Kadu e eu, Fael e Lorena ficamos no lado de fora esperando.

- O que aconteceu? Pergunto olhando para o céu, pedindo a Deus para não levar meu irmão.

- Ainda estamos tentando descobrir, Lyon. Só sei que quem atirou foi rato, o moleques já estão com ele lá na mansão.

Mansão é como chamamos o galpão que temos na mata, fica ao lado da casa que sapo está, lá levamos os inimigos para torturar.

- Não matem ele, assim que eu tiver certeza que meu irmão vai ficar bem, eu vou resolver esse b.o com ele.

Fael concorda e logo Hellen aparece.

- Ele levou um tiro no braço, nada muito grave, mais vai precisar de cirurgia urgente se não pode perder o membro. Não temos cirurgião ortopedista aqui, então vamos ter que levar ele para um hospital particular.

- Fael... Vai atrás de um cirurgião, quero um aqui em meia hora! Ordeno e Fael sai em disparada.

Olho para o lado e só agora me dou conta de Lorena, que está encolhida no canto.

- Vem aqui! Puxo ela e a abraço. - Ele vai ficar bem!

Ela chora de soluçar e recebe o abraço da Hellen também.
Hellen acha melhor levar Lorena para uma avaliação, verificar pressão, escutar o batimento cardíaco do bebê, essas coisa e eu sou liberado para ficar ao lado do meu irmão que nesse momento está estável e apesar de está morrendo de dor mesmo com as medicações, está lúcido e conversando.

- Cuida dela pra mim, cuida do meu filho se algo acontecer comigo na cirurgia? Ele me pede, me deixando irritado.

- Para de falar essas coisas... Cadê a porra do pensamento positivo? Vai dar tudo certo e em breve você vai ver seu guri nascer.



Continua...

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