Capítulo 14

1.3K 65 7
                                    

Continua...

Por volta do meio dia, caminho em passos apressados até a lavanderia da penitenciária, depois de analisar bem o mapa, cheguei a conclusão que o melhor ponto para ter acesso ao telhado é por aqui.

Na lavanderia tem um duto de ventilação desativado, algo que não foi retirado do prédio depois da obra que fizeram aqui de reforma. Pezão e os caras da minha cela estão na porta para impedir a entrada dos outros presos, lentamente me deslizando pelo duto consigo chegar no alto do prédio, a sirene de emergência toca e é nesse momento que olho meu relógio de pulso, a contagem começa a ser feita, meu olhar está atento as três Marias e não demora muito a ajuda policial começa a chegar.

10 minutos após as sirenes serem tocadas a primeira ajuda chega pela rua Maria de Lurdes, dois minutos depois chega a ajuda pela Maria Tereza, fico aguardando a ajuda chegar pela rua Maria Luísa e depois de 10 minutos chego a conclusão que é por lá que vamos fugir já que nenhuma ajuda chegou por aquela rua.

— E aí , qual das três Marias? Pezão pergunta assim que saio do duto de ventilação.

— Vocês saberão mais próximo do dia da fuga!

Eu não sou bobo, sou macaco velho, se eu falar agora por que rua vamos fugir eles vão me matar e fugirão sozinhos.

Quando saímos da lavanderia a bagunça já estava formada, no meio dos corredores já tinham colchões espalhas, eles iam tacar fogo. Já podia vê que eles haviam feito reféns, 3 guardas, 1 enfermeiro e...

— Porra! Pegaram a dra. Digo assustado para os caras ao meu lado.

— Eles vão brincar com a Dra gostosinha! Diz pezão rindo.

Eu não entendo o motivo, mas aquilo me incomoda.

— Isso não pode acontecer, ela é a única chance que temos para sair daqui! Digo chamando a atenção dos quatro.

— Como assim? Agora é a vez do olho de vidro falar.

— O ponto mais fraco daqui da penitenciária é a enfermaria e vai ser por lá que vamos sair, vou precisar que ela deixe a sala dela destrancada para podermos ter acesso a parte principal da sala e enfim sairmos daqui!

— Qual é a parte mais vulnerável da sala dela? Pezão quer saber.

— Não confio em você pezão, então não vou contar! No dia você vai saber, até lá, você só precisa saber que se matarem a dra nosso plano vai por água abaixo.

Pezão coça a cabeça puto e caminha até os reféns, diz alguma coisa no ouvido dos caras e depois de uma breve discussão ele vem até mim com a Dra, ela grita e se esperneia.

— Não, por favor!! Por favor! Ela chora se debatendo.

Assim que seus olhos cruzam com os meus posso vê o pavor neles, ela acha que vou fazer algum mal a ela, não a julgo.

Pego ela pelo braço e carrego ela para a minha cela, puxo a porta da mesma enquanto pezão e os meninos ficam no lado de fora protegendo o local.

— Daniel... Por favor! Ela chora apavorada. — Não faça nada comigo... Por favor!

— Serio mesmo? Pergunto caminhando para perto dela. — Sério que você acha que eu faria mal a você?

— Eu não sei! Não sei de nada... Eu, eu... Ela não consegue falar, só chora apavorada.

Dou um abraço forte nela, sei o que ela está sentindo, uma mulher no meio de presos enlouquecidos, com certeza está com medo de ser violentada.

— Vem aqui... Puxo ela para os meus braços. — Eu não vou lhe fazer mal, fica tranquila!

Ela me abraça forte, sua cabeça está encostada em meu pescoço e posso sentir lágrimas escorrendo pela minha pela, ela ainda chora. Levo ela devagar para minha cama e a sento ali, ela não desgruda de mim por nada nesse mundo, a cada grito do lado de fora da cela, ela se treme toda.

— Obrigado! Ele diz me encarando.

— De nada!

— Por que está me ajudando?

— Por que você não tem culpa dessa merda toda, por que jamais deixaria fazerem crueldade com uma mulher inocente, por que eu gosto de você! Digo á encarando.

Ela não diz mais nada e depois de horas olho de vidro entra na cela e diz para eu levá-la para a sala dela.

— Deixa ela trancada na sala de RX, lá é mais seguro. Os canas vão invadir a qualquer momento, precisamos ir para o pátio.

Complexo de Israel - Segundo ato.    Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora