Capítulo 26

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Presentinho de Natal pra vocês! 🎅 ❤

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- Mas o que é que tá acontecendo aqui? - Vitória pergunta, vendo Ana segurar Cecília pelos pulsos, tentando afastá-la de si. 

Imediatamente, a médica solta a aluna com um solavanco e corre para o lado da namorada.

- Vi, graças a Deus que tu chegou! - Diz Ana, aliviada, enquanto Cecília observava as duas, um tanto atordoada. 

- O que tá havendo? - Vitória repete a pergunta, encarando Cecília com um olhar fulminante.

- Essa garota tava aqui no meu consultório quando eu entrei... - Ana começa a explicar, exasperada. - Disse um monte de coisas sem sentido, tentou me agarrar...

- Sabe o que é, srta. Vitória Falcão - Cecília finalmente fala algo - , é que sua namorada aqui é um troféu pesado demais pra você carregar. 

- O quê? - Pergunta Vitória, desacreditada no que acabara de ouvir. Ana, por sua vez, estava tão perturbada com o que acontecia que não conseguia pronunciar palavra alguma, completamente boquiaberta. 

- É isso mesmo que você ouviu - a loira dá um passo em direção às duas, encarando Vitória de maneira raivosa. - Você - Cecília aponta o dedo para a cacheada - não merece uma pessoa como a Ana Clara.

- Cala essa maldita boca agora, sua maluca! Quem tu pensa que é pra falar assim com ela, hein? - Ana por fim fala, mas de nada adianta, já que a menina mantém sua postura arrogante, enfrentando Vitória. 

- Pelo visto você não sabe de nada por aqui - Vitória provoca Cecília, dando uma risada debochada em seguida. - Mas eu vou te ensinar, já que você parece não ter sido muito bem educada em casa, pelo menos nesse quesito - a cacheada vai em direção à estudante, fazendo com que ela recuasse, assustada com a reação da outra.

- Ana, você não vai fazer nada? - Pergunta Cecília audaciosamente, vendo Ana cruzar os braços e rir da cara dela.

- Eu te disse que era comprometida. Só devo ter esquecido de avisar que minha mulher é extremamente ciumenta, olha só - Ana fala, sarcasticamente. - Se resolva com ela agora. Ah, e outra coisa. Não se atreva a encostar um só dedo nela. Você não gostaria nem de pensar no que eu faria se algo assim acontecesse - os olhos da médica estavam frios e carregavam ódio. 

Cecília nada respondeu, pensando em como poderia se sair daquela constrangedora situação.

- Então, como eu dizia, vamos deixar algumas coisas claras por aqui - começa Vitória. - Primeiramente, devo te lembrar que assédio e perseguição constituem crime cuja pena é reclusão de seis meses a dois anos e multa. Segundo, somando a isso os danos morais, as calúnias e difamações que se desenrolaram aqui hoje podem te render ainda uns três anos de detenção, serviço comunitário ou te fazer pagar uma indenização bem considerável. Deixando de lado a parte jurídica, não vou mais falar como advogada, mas sim como a namorada da SUA PROFESSORA: é melhor deixar a gente em paz.

- Mas... - Cecília balbucia. 

- Não tem "mas" nem meio "mas", garota - diz Vitória, irritada. - Já perdi total a minha paciência com você. Tu tem noção da quantidade de infrações que já cometeu só por hoje? Invadir a sala da sua preceptora e tentar agarrá-la, sério? Qual a tua idade mesmo?

- Você não sabe nada sobre mim - fala Cecília entredentes.

- Sei que você é só uma criança mimada, pelo menos se comporta como uma - responde Vitória. 

- Quem te garante que sua namorada não quis nada comigo? - Cecília desafia Vitória, fazendo-a novamente explodir em uma risada debochada. 

- Garota, pelo amor de Deus. Eu confio na minha Ninha, e ela já tinha me contado tudo que se passava, porque não temos segredos uma com a outra. Além disso, todas as dúvidas que um dia eu pudesse pensar em ter se somem quando ela me beija e me abraça. Isso se chama reciprocidade, tu deveria tentar, é uma coisa incrível - Vitória fala, sorrindo sarcasticamente e vendo Cecília ficar cada vez mais pálida, embora ela não perdesse a altivez. - Mas, enfim, tu vai sair daqui por bem ou vamos ter que chamar a segurança do hospital? - Fala a cacheada. Mas Ana já trabalhava nisso. Enquanto as duas discutiam, interfonou para a segurança e pediu ajuda. Momentos depois, já entravam na sala.

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