Capítulo 37

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Depois dos divertidos dias passados em Araguaína, Ana, Vitória e Dani voltaram para São Paulo, pois precisavam retomar seus trabalhos e a pequena já iria iniciar as aulas na nova escolinha. Estavam tomando café-da-manhã juntas, com uma criaturinha perguntando constantemente como seria lá no colégio.

- Amor, vai ser ótimo - Ana falou pra ela, arrumando seu lacinho que insistia em cair. - Tu não me falou que tinha amado quando foi lá com a mamãe Vi?

- E eu gostei muito, mamãe - diz Dani, agitada. - Mas tô com medo... Eu não conheço ninguém lá.

- Não se preocupa, pequena - diz Vitória. - Tu vai fazer novos amigos, aprender e brincar bastante. 

- E nós vamos estar lá com você o tempo todo - completa Ana.

A verdade é que as duas estavam tão nervosas quanto Dani para aquele primeiro dia de aula, então tiraram o dia de folga para caso precisassem ficar com a filha lá até ela se sentir mais segura. 

Então, seguiram para o colégio, cada uma segurando em uma mão de Dani, e logo foram recebidas por uma mulher jovem, que aparentava ser muito simpática. 

- Bom dia - diz ela, se abaixando na altura de Dani. - Você deve ser a Daniella, certo?

Dani assente, se escondendo atrás da perna de Vitória.

- Prazer em te conhecer, Dani. Meu nome é Sarah, e eu vou ser sua professora esse ano.

- Diz "oi" pra ela, princesa - Ana encoraja a pequena.

- Oi, professora - fala Dani, baixinho. 

- Vamos lá pra sala de aula? - Sarah estende a mão para Dani, que reluta um pouco, mas aceita o gesto.

- Filha, você quer que a gente fique aqui hoje? - Pergunta Ana, também se abaixando na altura de Dani.

- Não precisa, mamãe - diz a pequena, confiante. - Vou ficar bem.

- Tem certeza? - Pergunta Vitória.

- Tenho sim. A mamãe Ninha tem cabeças pra operar, e a senhora tem que defender pessoas naquelas salas enormes, então podem ir - explica Dani num tom sério e fofo, fazendo as três adultas rirem.

- Operar cabeças? Defender pessoas? - Pergunta a professora, tentando puxar assunto com a pequena.

- Sim, professora - diz Dani. - Minha mãe Ninha é a que opera, e ela é a melhor. Minha mamãe Vi é a que defende as pessoas que precisam, e ela também é a melhor.

- Entendi - fala Sarah, rindo. 

- Mais tarde a gente passa te buscar, tá bom? 

- Tá bem, mamãe Vi.

Dani dá um beijo em cada uma e entra na sala com a professora. Ana e Vitória ainda ficaram por ali algum tempo, só observando a filha e impressionadas em quão rápido ela tinha se adaptado ao novo ambiente. 

- E agora, Vi? - Ana pergunta, com o olhar meio perdido.

- Como assim, amor?

- Eu desmarquei todas as consultas e cirurgias do dia pra ficar aqui com ela.

- É, eu também repassei as audiências de hoje pra Ju e pro Lucas justamente pra isso, o que significa que...

- Não temos nada pra fazer durante o resto da manhã - completa Ana. 

- Ah, temos sim - diz Vitória, sorrindo maliciosamente, o que logo é percebido por Ana.

- Temos, é? 

- Uhum - Vitória então rodeia os braços no pescoço da esposa, puxando-a para mais perto e sussurrando bem perto de seu rosto. - A gente tem trabalhado tanto ultimamente que mal tem dado tempo de ficarmos sozinhas, e eu tô com saudade.

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