Depois dos maravilhosos dias passados na companhia das famílias, em Araguaína, as meninas voltam para a correria de São Paulo, já iniciando os preparativos para o casamento. Ana cuidava de toda a parte da lua-de-mel delas, tendo contado a respeito do destino apenas para os melhores amigos de Vitória, Júlia e Lucas, a quem pediu ajuda para opinarem com relação a alguns detalhes da viagem, já que sua indecisão de libriana muitas vezes fazia o processo demorar ainda mais. Ela também os fez jurarem segredo, posto que queria a todo custo manter a surpresa do lugar para Vitória.
Poucos dias depois que voltaram para casa, Ana reviu Dani em uma consulta, e, extremamente feliz porque tudo parecia estar correndo bem com ela, convidou a pequena e sua avó para almoçarem com ela e Vitória, quando fizeram a proposta para que a garotinha fosse uma das suas daminhas de honra. Dona Alda ficou lisonjeada e aceitou de imediato, e Dani, após algum tempo tentando entender o que era e o que fazia uma dama de honra, com sua inocência pueril, também aceitou ir.
Durante aquele tempo, as meninas ainda tiveram que procurar um novo lugar para morar, já que o apartamento de Ana, apesar de muito confortável, era pequeno para se criar uma criança, algo que já estava nos planos imediatos das duas. Passaram semanas visitando casas e mais casas, mas nunca achavam algo que lhes agradasse. Estavam quase desistindo de procurar quando o corretor de imóveis que as acompanhava lembrou-as de que a mais nova cobertura do prédio onde moravam havia acabado de ficar pronta, e lhes perguntou se não gostariam de ir lá dar uma olhada. Como não tinham nada a perder, concordaram em ir e, ao chegarem lá, agradeceram a todos os céus por terem ido: as duas simplesmente amaram o super apartamento. Tinha um espaço considerável, pegava dois andares, tendo um total de 7 quartos, 4 no andar superior e os outros 3 no inferior, todos sendo suítes, um escritório, dois banheiros sociais, uma ampla sala de estar, cozinha no estilo americano e um deck com piscina, com uma varanda que lhes dava uma vista de tirar o fôlego da selva de pedra. Ana e Vitória nem precisaram ver mais nada, fecharam imediatamente com a corretora, já deixando tudo acertado para a compra da cobertura. Claro que elas adoraram a ideia, já que, além de terem amado o apartamento, não precisariam sair daquela vizinhança da qual gostavam tanto, e Ana ainda conservaria sua vista privilegiada para a cidade, agora até ampliada. As duas ainda queriam mudar algumas coisas, então fizeram pequenas reformas e redecoraram, para que ficasse ao seu gosto e, quando voltassem da viagem de lua-de-mel, já estaria tudo pronto para que pudessem ir morar lá.
Cuidar de todo o planejamento não foi nada fácil, ainda mais porque a rotina das duas já era muito corrida, com Ana tendo plantões exaustivos no hospital, de 24 e até 48h, e Vitória tendo que resolver incontáveis pendências jurídicas no escritório e ir a diversas audiências, mas, com a ajuda dos amigos e da família, e também se revezando no que quer que fosse necessário fazer, elas conseguiram deixar tudo pronto para o grande dia, o qual, graças ao envolvimento das meninas em todas essas atividades, não demorou a chegar.
Ana Clara abriu os olhos naquela manhã de 5 de julho extremamente ansiosa, e Vitória não estava muito diferente. As duas haviam chegado em Araguaína no dia 3, e, desde essa data, estavam dormindo separadas, cada uma na casa dos pais. Essa fora uma ideia dos Caetano e dos Falcão, que as meninas relutaram muito em aceitar, mas, no fim, acabaram cedendo. Acostumadas com a presença uma da outra na cama, para elas aqueles dois dias vinham sendo uma verdadeira tortura, e tudo pelo qual ansiavam era poderem se juntar novamente, dessa vez em definitivo. Dani e dona Alda estavam hospedadas na casa dos Caetano, pois tinham chegado junto com as meninas. Antes de levantar, Ana olhava o teto com um sorriso bobo brincando em seus lábios, só conseguindo pensar que iria casar com a mulher da sua vida. E Vitória, mesmo não tendo o costume de acordar cedo, já havia aberto os olhos há horas, não mais conseguindo dormir e pensando o mesmo que sua noiva, com a conexão tão grande que as duas tinham.
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Sanity Line
Romance"Aqueles olhos... quando os vi pela primeira vez, soube ali que não teria mais volta, e que eu seguiria sua dona para onde quer que fosse..."