• Capítulo 31 - Perdas •

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Dormir para Aemma nos últimos meses tem se tornado um certo martírio, ser atormentada por sonhos, na verdade pesadelos de arrepiarem não era algo tão prazeroso.

Quando pegava algum livro para ler e acabava dormindo era questão de duas ou três horas pra ela acordar suando e assustada. Era sempre a mesma coisa, todos os dias.

Ela pensou que isto fosse melhorar com a volta de Jace mais algo está atormentando seus pensamentos. Os sonhos são rasos e desprovidos de um lugar, como se fosse algo coberto por nuvens que só é possível ouvir os gritos.

Os gritos são de dor e pura culpa e ela não sabe o que fazer nem como reagir, por isso acorda desesperada e suando. Todas as noites ela dorme por duas ou três horas e acontece a mesma coisa.

Ninguém sabe, ela não contou a ninguém por que acha que isto não tem nada a haver com as pessoas, é um problema dela então ela quem tem que resolver.

Andar pelo castelo de certa forma a tranquiliza, mais o medo de voltar a dormir e novamente passar por aquilo não a deixa ficar em paz e isto a está desgastando de uma forma dilacerante.

- Alteza ? Tudo bem ? - Aenar pergunta quando Aemma sai do quarto.

- Tudo... me chame de Aemma já lhe disse - ela fala engolindo em seco.

- Certo... mais tem certeza que está bem ? Está suando frio - ele fala e ela finalmente o olha.

- Outro pesadelo Aenar... mais um - ela fala com os olhos marejados.

- Aemma... - ele em um movimento de proteção a puxa para seu peito.

A respiração de Aemma se acalma, e seu coração agora bate em um ritmo normal. Ela não sabia que precisava disto até este momento, Aemma sabe que Aenar escuta quando ela acorda desesperada mais ele não pergunta se ela não fala.

- Fique comigo.... Eu preciso andar para espairecer.

- Vamos, uma caminhada noturna não será tão ruim - ele fala e ela lhe dá um pequeno sorriso.

Ambos andam lado a lado, sem dizer nada por que neste momento não querem falar principalmente Aemma, Aenar sabe que não terá muito dela falando de seus problemas e que aquilo foi a única coisa que conseguirá dela.

Mais ele realmente não se importa com isto, na verdade estar na companhia dela mesmo sem ouvir sua voz já é mais que o suficiente, e caso ela consiga dormir melhor depois desta caminhada já será uma vitória para ele também.

- Pergunte - Aemma fala olhando para frente.

- Como é ? Digo, o sonho que te atormenta.

Ela olha para o chão e para frente diversas vezes, parece buscar coragem ou as palavras para explicar a Aenar como é seu sonho/pesadelo.

- Um lugar coberto por nuvens onde só escuto gritos de dor e culpa... é como se fosse um aviso - ela fala.

- Aviso sobre o que ? - Aenar questiona.

- Sobre alguma tragédia ou algo do tipo... eu não sei - Aemma fala passando a mão pelo rosto.

- Ei olhe para mim - Aenar pede e a princesa o faz.

Quando ela olha para ele, ele leva a mão até o rosto da princesa e a deposita ali. Ele acaricia a bochecha de Aemma que fica vermelha tanto pelo rubor que sobe quanto pelas mãos frias em contato da pele quente dela.

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