• Capítulo 45 - Olho de Deus •

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Quando acordou pela manhã Aemma viu que Aenar não estava mais lá, no lugar dele repousava uma única rosa vermelha, sua preferida. Olhando a sua volta notou que o lençol que continha a prova incontestável de sua inocência havia sumido.

Provavelmente Aenar o havia levado para queimar, não colocaria em risco a reputação da pessoa a quem ele confiou seu maior segredo. Ainda era uma surpresa para Aemma saber quem ele é, não é um simples homem de uma família qualquer.

Ele tem o sangue dela, é o filho de seu tio/avô que foi procurado por décadas, se lembra de ouvir de seu avô que gostaria de o ter conhecido. Como queria que ele soubesse que conheceu o filho de seu irmãozinho caçula.

Aenar disse a ela porque por mais que a desejasse com todo seu ser e pudesse a tomar, não queria quebrar a promessa a sua mãe e mentir para a mulher que detém seu coração. Ela estava feliz, radiante na verdade, sua primeira vez havia sido mágica e especial.

Mas algo em seu coração dizia que alguma coisa estava por vir, sentiu um aperto em seu peito e passou a mão pelo local. Respirou fundo algumas vezes e então decidiu que estava na hora de se levantar.

- Aí - gemeu quando se levantou.

Sua intimidade ainda doía, e por mais que ele tivesse sido carinhoso não muda o fato de que ela nunca estivera com um homem antes. Indo até sua penteadeira ela se olha no espelho, há roxos por todo seu colo e seios, marcas de mãos em sua cintura e bunda.

Ninguém verá, isso não a preocupada já que usa vestes que tampam todo o colo e partes do corpo restritas aos olhares de qualquer um. Se vestiu calmamente por conta do fato de estar sensível, quando termina se olha no espelho.

Olhando para trás ela vê a caixa que Aenar trouxe, a caixa com o retrato e os pertences dos pais dele. Não deve ter os deixado de propósito, não é um homem propício a isso e pelo que conhece dele Aemma sabe que ele não deseja que descubram quem é.

Indo até a porta de seus aposentos ela a abre vendo o homem em suas vestes, ele parece mais lindo a cada vez que o vê. Mas quanto ao que diz respeito aos olhos dele já pode perceber que ele usa novamente aquela coisa para esconder sua verdadeira cor.

- Aenar - ela fala baixo - Venha aqui.

Ele obedece e entra nos aposentos, a princesa tranca as portas rapidamente e fica na frente dele. Pegando a caixa em suas mãos ela estende para ele que a olha com curiosidade.

- Você a deixou aqui, creio que queira guarda-lá.

- Já está guardada, sei que meu maior bem estará seguro com meu maior sonho - ele fala com carinho.

- Porque quando chegou aqui não revelou quem era?

- Minha mãe fugiu disto, achei que seria melhor eu ser somente um guarda e não príncipe - fala dando de ombros - E que diferença faria, me perdoe mais vocês viviam brigando entre si, digo, seus tios e sua mãe, e você também.

- Nunca fomos uma grande família, em nossa individualidade de cada família fomos, mas em um termo geral não - ela fala olhando para tudo menos ele - Sei disso, e me pergunto o quanto teria sido melhor se tivesse sido diferente.

- Quando cheguei aqui prometi que seria somente alguém comum procurando um trabalho e um jeito de viver uma vida normal e eu consegui, como guarda, até conhecer você - ele fala.

- E isso foi ruim?

- Me apaixonar por alguém que tem o sangue da casa que me escondi por anos? - ele pergunta com a sobrancelha levantada - Não... no início me senti perdido mas a cada dia que passava eu me encantava mais por seu jeito único com aqueles que ama.

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