𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐗𝐋𝐕𝐈𝐈

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Louis's pov:

- Eu falei que você deveria ter parado de transar com ele – A voz de Malik soou enquanto eu ainda encarava a porta entreaberta pela qual ele havia saído.

Ignorei a fala dele e apenas deixei o cômodo, caminhando a passos lentos pelo corredor até a outra extremidade da enorme mansão, adentrando o quarto que eu tinha me estabelecido desde que cheguei.

Fui até a varanda, me debruçando sobre o parapeito em gesso e observando o Audi R8 cinza seguindo a rua em uma velocidade alta, bem distante.

No momento em que vi Harry Styles se virar para sair, eu pensei em chama-lo, interrompê-lo ou até mesmo ir atrás dele até o carro, para tentar o impedir de ir sem antes escutar o que e tinha a dizer. Mas sabia que não iria adiantar de qualquer forma.

Ele não ia me ouvir. E eu também não tinha certeza do que diria.

Tirei um maço de cigarro do bolso da calça, acendi um levando a boca e traguei, ainda debruçado para frente, agora observando a rua vazia.

A ideia seria primeiro massagear o ego de Harry Styles, fazer ele acreditar que eu precisava dele para me manter vivo e trazer adrenalina para seus dias monótonos. Todas as vezes em que ele supostamente salvou a minha vida, eu já esperava que isso fosse acontecer. Todas tinham sido previamente arquitetadas por mim e Malik meses antes. Exceto uma.

Na nossa última noite em Los Angeles antes de pegarmos o voo no meu jato, eu fui para meu quarto e tudo que vinha em minha mente, era ele. Achei que cheirar uma ou duas carreiras iria me ajudar a me concentrar em qualquer outra coisa que não fosse Harry, mas não foi suficiente. Então cheirei mais quatro, totalizando quase 6 carreiras inteiras, apenas para conseguir afastar o rosto dele da mente.

Quando acordei no outro dia, ele estava dormindo na poltrona da minha suíte, o frasco de naloxona com a seringa ao lado no criado, e eu me sentia péssimo. Percebi que Harry havia me salvado de uma overdose. Chamei o médico que tinha costume de me consultar apenas em casos de urgência e ele me confirmou que alguém havia aplicado o antidoto em mim há tempo.

Aquela foi a primeira vez eu ele realmente salvou minha vida.

Só então as coisas começaram a parecer diferentes para mim, no voo que a princípio seria para Nova York nós conversamos e eu disse muito sobre meu passado para ele. Coisas que eu nunca conto a ninguém, mas que por algum motivo, ele conseguia fazer com que eu me sentisse confortável em contar.

E então mudei a rota, o levei até Londres e nos transamos na jacuzi. Quando Harry me perguntou se eu nunca tinha transado com ninguém ali, eu não me dei ao trabalho de dizer que além dele, apenas meus funcionários, Malik e Charlotte tinham entrado naquela casa.

Portanto, apenas eu tinha entrado naquela jacuzi antes, sempre sozinho.

Mas naquela noite em Londres, ele estava ali comigo. Ao mesmo tempo que me lembro com clareza de todos os detalhes, parecem memorias turvas. Éramos apenas nós e de alguma forma aquela transa foi diferente de todas as outras.

As palavras que deixaram nossas gargantas e pairaram sobre o ar quente daquela cápsula cilíndrica de vidro, não deveriam ter saído. Ambos pensamos e dissemos coisas que não deveriam ter sido pensadas ou ditas.

E foi quando me dei conta que precisava me afastar de Harry Styles. Para interromper o que quer que fosse que estivesse acontecendo.

Na mesma madrugada eu providenciei uma documentação falsa para ele, com as fotos que Zayn tinha me entregado para um caso de emergência, e peguei meu jato, em direção a América do Sul.

𝐓𝐚𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | 𝐥.𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora