𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐈𝐕

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Eu mantinha meus olhos fixos em frente, controlando a respiração entre puxar e soltar pela boca, enquanto sentia minha pele quente e molhada, segurando no metal da barra com pesos em ambos os lados, levantando em uma velocidade continua e ritmada.

Terminei a contagem e com certo cuidado coloquei a barra em seu devido lugar, antes de virar meu corpo para o lado agarrando a garrafa de água e levando até a boca, tomando alguns goles para refrescar o calor que sentia em meu corpo.

Peguei minha carteira e celular no banco ao meu lado direito e guardei dentro do bolso da bermuda, vesti uma camiseta branca de tecido leve e em seguida caminhei até a saída do meu apartamento, entrando no elevador e descendo até o térreo.

Como sempre, finalizaria meu treino com uma corrida pelas ruas dos quarteirões próximos.

Sai do edifício e comecei a correr pelo passeio, sentindo o vento cortar contra mim, esfriando meu suor quente. Meus pés pisavam firme na calçada de concreto e aumentei a velocidade um pouco, me sentindo levemente energizado.

Passei grande parte do caminho refletindo sobre o que deveria fazer a respeito de Louis Tomlinson.

A questão, é que nunca antes eu me envolvi pessoalmente com nenhuma das pessoas que eu fora contratado para executar, as observava por alguns dias a distância e, no momento certo, fazia meu serviço.

Porém minha parte pessoal desejava se aproximar dele como um predador quer sua presa. Era como um instinto que me fazia querer transar com aquele homem, me fazia não conseguir pensar em outra coisa que não fosse minhas mãos acertando forte sua bunda enquanto o fodia.

Não que eu seja um cara com muitas luxurias, mas quando eu desejava algo, eu fazia de tudo para conseguir.

E conseguia.

Interrompi minha corrida, parando enquanto tentava recuperar o ritmo mais calmo da minha respiração ofegante, em frente ao Blank Slate Coffee.

Pensei que talvez comer algo ou tomar alguma bebida refrescante não fosse tão mal depois de correr por cinco quarteirões. Passei os dedos pelo cabelo, atravessei a rua, chegando a entrada do café e passando pela porta de vidro, ouvindo o pequeno sino anunciar minha chegada.

Segui até o balcão e pedi um pão do campo torrado, com um creme de abacate, sal defumado e um mel de pimenta, acompanhado de um chá gelado. Após finalizar o pedido para a jovem e simpática atendente, me sentei em uma mesa encostada na parede a esquerda, e foi quando passei meus olhos pelo ambiente, que mal pude crer no que via.

Sentado em uma mesa próxima a entrada, junto a um homem grande e forte, com uma roupa preta, óculos escuros e um cabelo bastante curto e grisalho, estava Louis Tomlinson, com seus olhos fixos no celular em sua mão direita, enquanto levava a xícara de café até a boca com a mão direita e bebericava.

Desde quando Nova Iorque ficou tão pequena?

Peguei o celular em meu bolso e abri a lista que Horan havia me enviado dos lugares os quais Louis mais frequentava segundo suas fontes, a qual eu tinha apenas passado o olho. Lá estava, "Blank Slate Coffee", não que eu tivesse notado antes, mas talvez teria vindo mesmo que soubesse disso.

A garçonete se aproximou da mesa servindo meu pedido, agradeci a ela, e então apoiei os dois braços na superfície de madeira, um a cada lado do prato de porcelana branca, inclinando levemente o corpo para frente, com as canelas cruzadas, fitando o milionário no outro lado do comércio.

Dessa vez usando um terno, em tom preto e corte italiano, uma grava vinho e seus cabelos penteados numa bagunça proposital. Milhões de pensamentos passavam pela minha cabeça, enquanto eu olhava para seus lábios tocando a xícara, em seguida sendo umedecidos pela sua língua.

𝐓𝐚𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | 𝐥.𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora