𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐗𝐈

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- Atira – Ele mandou, com um tom de voz firme ao lado direito do garoto, que segurava a pistola com as duas mãos, os braços esticados, apontando em direção ao pequeno coelho de pelo branco em sua frente.

- Vai machucá-lo – O garoto disse hesitante, sem tirar os olhos do animal que comia um pedaço de folha de forma inocente.

- Atira agora – Ele insistiu num tom mais alto – Não seja fraco, atira!

O dedo indicador do garoto estava sob o gatilho, e a arma direcionada para o pequeno animal. As mãos dele eram levemente trêmulas, e seus olhos verdes marejavam quase que imperceptivelmente. Ele não queria matar, ele não queria fazer aquilo, mas que escolha ele tinha?

- Não ouviu o que eu disse, 2? – O homem perguntou agora gritando – Mata a porra do coelho agora – Gritou mais uma vez e o garoto contraiu os lábios, forçando-se a segurar o choro que se formava em sua garganta – Agora! – Repetiu – Não seja fraco, mata agora ou sabe o que vai acontecer mais tarde, não é?!

O menino tentava controlar o tremor das mãos e impedir que as lágrimas descessem de seus olhos, enquanto os outros três garotos posicionados lado a lado, pouco atrás, assistiam a cena tentando conter o pavor que sentiam, e o loiro com bochechas mais rosadas repetia mentalmente "Vai Harry, vai logo", apenas por não querer que o garoto armado sofresse as consequências da desobediência dali algumas horas.

- Mata ele! – O homem mandou gritando ainda mais alto, e no segundo seguinte o garoto firmou a pistola nas mãos, pressionando o gatilho e ouvindo o disparar alto ecoar no ambiente.

**

Abri meus olhos de uma só vez, sentindo a respiração alterada enquanto meu peito subia e descia rápido, olhando para o teto daquele quarto de hotel escuro com apenas a luz fraca da lua entrando pela janela.

Passei as mãos em frente o rosto, subindo até os fios do meu cabelo, os sentindo perpassarem por entre meus dedos e em seguida ergui o corpo, me sentando na cama e colocando as pernas para fora, com os pés apoiados no chão, enquanto inclinava o corpo levemente pra frente e sustentava com os braços dobrados sobre os joelhos, mandando as imagens daquelas lembranças para longe da mente.

O relógio marcava 5 horas da manhã em Londres, onde eu ainda estava, mesmo que não soubesse muito bem o motivo.

Londres não era um lugar tão bom assim.

Mas eu precisava continuar ali, precisava ficar por perto do filho da puta do Tomlinson, para matá-lo, claro.

O único problema é que agora eu tinha receio em fazer isso, não que eu acreditasse na bondade dele, mas também não o via como um criminoso impiedoso ou alguém que fosse realmente perigoso para pessoas puras e inocentes.

Talvez ele fosse uma pessoa... ok.

Mas não poderia fazer diferença agora, porque tinha dado minha palavra a Malik que o mataria, e agora, teria de o fazer, mesmo que fosse uma pena alguém tão gostoso morrer tão jovem.

Uma pena para mim.

Liguei para o serviço de quarto e pedi um café da manhã, acompanhado de uma dose de whisky, afinal, minha cabeça estava cheia demais e eu precisava relaxar um pouco. E foi o que fiz, sentei-me na varanda do quarto, com o copo da bebida nas mãos e os pés apoiados na grade, esperando pelo nascer do sol de Londres, que acontecia por volta das 7 horas da manhã.

**

"Ele tem uma reunião na Cranbourn Street, número 82 hoje às 10 da manhã"

Foi a mensagem que Niall havia me enviado.

𝐓𝐚𝐬𝐭𝐞𝐝 𝐋𝐢𝐤𝐞 𝐁𝐥𝐨𝐨𝐝 | 𝐥.𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora