Verdade e Poder

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"Então você quer falar sobre poder? Me deixe te mostrar o que é poder."
— Breakfast, Dove Cameron


O hospital Senju era um prédio enorme, com corredores brancos e emaranhados, onde pessoas iam e vinham com jalecos ou pijamas cirúrgicos que oscilavam entre o branco, verde e o azul. Ignorando completamente os olhares atravessados em sua direção e o modo que algumas pessoas desviavam do caminho conforme ele passava, Sasuke seguiu para ala leste do hospital e entrou sem qualquer anúncio na sala de autópsias.

Que porra! — Naruto sobressaltou quando ele fechou a porta com um estrondo. — Você não sabe bater, caralho? — com um bisturi em mãos e completamente paramentado com jaleco, luvas e máscara, Naruto exclamou.

Sem o mínimo de incômodo quanto a reclamação do amigo, Sasuke sentou em uma das cadeiras em frente a bancada onde Naruto avaliava um corpo.

— Você já descobriu se a kunai bate com o ferimento de Juugo? — ele perguntou ao cruzar os braços em frente ao peito. Naruto riu com escárnio e se afastou do corpo, retirando as luvas e a máscara no processo.

— Paciência mandou lembranças a você — ele pegou a prancheta sobre a bancada adjacente e entregou a Sasuke. — A arma bate com o ferimento. Desde o tamanho a espessura — Naruto disse com um sorriso pendendo nos lábios. — Meus parabéns, sua esposa é o assassino que você tanto procurava.

Sasuke leu as informações contidas nas folhas pregadas à prancheta. Uma confirmação. Ele havia acabado de ter uma confirmação.

— Você encontrou algum resquício de veneno na lâmina ou nos corpos dos guardas que analisou? — Sasuke devolveu a prancheta a Naruto, que inspirou completamente exausto.

— Agora vamos para a parte interessante — Naruto caminhou até a parede mais afastada da sala, onde um grande armário cinza estava disposto. Sasuke o seguiu. — A maioria dos guardas foi morto por golpes em locais fatais. Embora houvesse algumas alterações anti-mortem que, talvez, indicassem a presença de algum veneno, elas eram tão discretas que eu não pude afirmar com certeza. Não até ontem, quando você me entregou a arma e Sasori pode identificar a presença de veneno nela — Naruto puxou uma das gavetas daquele armário, revelando um cadáver sem qualquer dano aparente. — Contudo, algumas pessoas chegaram apenas com isso.

Sasuke estreitou os olhos quando Naruto retirou o lençol que cobria o corpo, revelando um pequeno corte no peitoral. Não era profundo o suficiente para matar, mas, ao que parecia, havia matado.

— É exatamente isso que você está pensando — Naruto sorriu brevemente. — Um corte desse não era para ser fatal, o que obviamente significa que a lâmina da sua esposa estava, de fato, envenenada. A questão é que esse corte não foi feito pela kunai que você trouxe. Foi feito...

— Por uma espada — Sasuke completou ao analisar as bordas do ferimento.

As memórias de dois dias atrás vieram a sua mente. A barricada humana que ele vira Sakura despedaçar com duas espadas.

— Então a kunai e a espada estavam envenenadas.

— Sim, mas... — Naruto hesitou. — Não com o mesmo veneno — ele puxou outra gaveta do armário, um novo corpo a amostra. — As alterações que eu encontrei nesse corpo são diferentes das que eu encontrei naquele corpo — Naruto indicou o homem com o corte no peito. — Nesse guarda morto pela kunai as alterações são a nível muscular. Já no que foi morto pela espada, as alterações são a nível cerebral.

Sasuke ponderou sobre aquelas palavras. Sua esposa havia usado dois venenos diferentes. Um deles em espadas que não eram dela, mas que Sakura havia conseguido de alguma forma envenenar. Ela não trazia absolutamente nada nas mãos ou escondido no corpo, então sua incoerência era, realmente, uma verdade. Sakura, sua querida esposa, de alguma forma carregava veneno em seu corpo.

Killshot - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora