Até que a morte os separe

2.2K 174 62
                                    

"Juro pela minha vida, ao meu amado, eu nunca mentiria. Ele disse, seja verdadeira, eu jurei, vou tentar. No fim, somos ele e eu."
— Him & I, G-Eazy (feat. Halsey)


Haviam perguntas demais sem respostas. Perguntas que Sasuke sequer cogitara pensar algum dia. Principalmente enquanto pensava sobre a quantidade de corpos que haviam sido recolhidos no condomínio no decorrer daquela manhã e tarde. Sobre a quantidade de homens que sua esposa havia assassinado.

O Clã Haruno estava à frente do ministério da ciência, tecnologia e informação. Da mesma forma que o Clã Hyuuga era conhecido pelo conservadorismo e formalidade, ele era conhecido pela inteligência e mestria. Muitas pessoas os consideravam a realeza do Japão, devido todos os princípios que sondavam os membros do clã, assim como toda a elegância que ele havia sido construído.

Ainda que o Clã Uchiha detivesse a força militar e tudo relacionado a segurança do país, cada clã ainda tinha sua própria guarda particular, que tinha como função primordial a proteção dos membros do ramo principal de cada clã. Obviamente, o Clã Haruno possuía seus guardas pessoais — a guardiã de Sakura era o exemplo disso — que realizavam a escolta daqueles que, em tese, não poderiam fazer por si mesmos.

Haviam exceções, quase inexistentes exceções, de integrantes de algum ramo principal que sabiam o mínimo de autodefesa. Em todos os anos que Sasuke estivera atento sobre o que os Haruno faziam ou deixavam de fazer, ele nunca ouvira falar sobre alguém do clã real que soubera o mínimo sobre como se defender — não havia necessidade desse tipo de conhecimento quando eles simplesmente podiam pagar alguém para defendê-los — ou seja, não havia exceções no Clã Haruno. E Sasuke tivera certeza disso no momento que a quantidade de mortes foi contabilizada. Porque Sakura não era uma exceção, ela era uma divergência por completo.

Sua esposa não só sabia se defender, ela sabia atacar, assim como possuía habilidades em combate corpo a corpo e sabia perfeitamente como manusear uma espada. Sakura possuía treinamento e Sasuke estava realmente curioso sobre onde, com quem e, principalmente, o porquê dela possuí-lo.

Haviam perguntas que ele definitivamente queria respostas.

— A última vez que vi tantos corpos assim foi quando você foi cobrar uma dívida dos Yamanaka — Naruto disse ao se aproximar de Sasuke na varanda frontal da mansão. — O que houve aqui exatamente?

— Uma briga de casal — Sasuke respondeu calmamente, olhando de relance o amigo por cima do ombro. Naruto riu com um chiado.

— Uma briga de casal? O que? Por acaso suas insatisfações com sua esposa seriam resolvidas se você matasse seus próprios homens? — Sasuke olhou novamente para o amigo, seu olhar era uma declaração implícita. — Tsc... nem fodendo. — Naruto balançou a cabeça numa total descrença. — Harunos não lutam, quem dirá matar alguém. Não acredito que aquela princesinha tenha feito isso.

— Eu também compartilhava dessa sua crença, mas como podemos ver há uma grande divergência à regra.

— Me mostre as filmagens, eu quero ver com os meus próprios olhos.

Sasuke repuxou o canto da boca. Retirando a cartela de cigarros do bolso, ele encarou Naruto.

— Sakura derrubou o sistema de segurança do condomínio e de toda área leste do distrito. — ele disse com pouco caso ao acender o cigarro entre os dentes. Naruto franziu o cenho e sua descrença foi substituída por uma seriedade atípica.

— Ela... derrubou o sistema?

— Por que a surpresa? Isso realmente era o que deveria ser esperado, afinal invadir o sistema dos outros é algo típico dos Haruno. — ele rebateu.

Killshot - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora