Killshot - SASUSAKU

Setevidas

"Só nos últimos cinco meses, eu já morri umas quatro vezes. Ainda me restam três vidas pra gastar."
— Setevidas, Pitty.

Foi preciso muito esforço para que Sasuke deixasse aquele local. Para que se rendesse as palavras e a força de Itachi e visse sua esposa ser levada por aqueles homens em odiosos uniformes vermelhos sem fazer absolutamente nada.

Havia fúria, impaciência e principalmente medo lutando por controle em sua mente. Porém, ele precisava manter o resquício de calma que ainda existia, porque tudo havia se transformado em caos.

O distrito Uchiha fora cercado por homens do distrito central e Haruno. Toda a região, seja aquela na capital ou dos outros estados do país, fora isolada e vasculhada, a procura de todos que pertenciam ao ramo principal do clã. O motivo ainda não havia sido anunciado, mas a cabeça daqueles que carregavam o sobrenome Uchiha estava a leilão, tendo a do líder e o executor como as mais valiosas.

A sede do clã Uchiha estava cercada de homens vermelhos e brancos, cuja ordem era não deixar que ninguém entrasse no prédio, agora, vazio, bem como de todos os outros locais importantes pertencentes ao clã. Caçados como presas pelas patrulhas centrais, havia levado horas para que Itachi e Sasuke deixassem uma casa abandonada no distrito Senju e se esgueirassem pelas vielas a procura de uma das entradas do sistema de esgoto da capital. Através dos túneis úmidos e labirintos sujos e com fedor de excremento, eles correram por horas no mais completo silêncio, em busca de uma das entradas de acesso à base militar subterrânea.

Havia três acessos de emergência: um no distrito Senju, outro no distrito Hyuuga e outro no distrito Haruno. Todos que sabiam da existência da base, sabiam dos acessos e principalmente quando usá-los. E quando Sasuke e Itachi finalmente adentraram naquela fortaleza subterrânea, se deparando com a maior parte do clã Uchiha, eles perceberam que os treinamentos para infelizes situações como aquela não haviam sido em vão.

— Onde está Izumi? — foi a primeira coisa que Itachi perguntou ao se deparar com a ausência de sua esposa quando Obito Uchiha lhe passou o relatório do que havia acontecido.

O condomínio principal fora tomado — não destruído, não isolado, mas sim tomado — durante a madrugada. Os soldados que estavam no local foram abatidos no ato e os empregados feitos como prisioneiros.

— Izumi-sama está na enfermaria — Obito respondeu ao ver Itachi olhar de um lado para o outro, aflito. — Graças a ela, conseguimos evacuar vários soldados e empregados. Mikoto-sama também está lá.

Itachi e Sasuke se entreolharam, então seguiram para a ala da enfermaria, localizada no segundo andar subterrâneo.

Havia muitas pessoas sobre macas e uma movimentação intensa no lugar. Ao centro, com a voz poderosa reverberando entre os que haviam ali, Izumi coordenava os médicos e os feridos, determinando o local onde eles ficariam e quem seria priorizado. Por um segundo houve alívio quando Itachi a viu, mas logo ele dissipou quando Izumi o encarou. Sua esposa estava suja de sangue. Coberta, na verdade, dos pés a cabeça.

Itachi se aproximou, o nome dela sendo chamado entre seus lábios quando seus braços a envolveram. Ele detestou quando o primeiro soluço irrompeu de sua esposa.

— Eu achei que você estava morto! — as mãos dela se fincaram em sua roupa, em sua carne. As lágrimas formando uma rastro na bochecha manchada de sangue. — Passaram horas e você não apareceu e não mandou notícias!

— Desculpe, me desculpe — Itachi pediu ao apoiar as mãos na lateral do rosto de Izumi.

— Eu achei que tinha perdido você... — um sussurro entre soluços.