Início do fim

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"Mesmo se você estiver preocupada, não tenha medo (...) A morte sempre te tocou e você continuou. Então mostre-se, é sua vez."
— The whisper of forest, Suran.


Havia passado horas desde que chegara na capital. E havia passado mais um pouco desde que se escondera entre os galhos daquele cedro velho à esquina da entrada principal do condomínio do distrito Haruno.

Estava tão frio que ela mal sentia as pontas dos dedos. Talvez eles já tivessem congelado e caído e ela sequer percebera. Porém, a guardiã estava disposta a perder todos eles se assim fosse necessário.

Um dia havia passado desde que o hospital Senju fora invadido, desde que a ordem suprema havia praticamente declarado o início de uma guerra. Mas aquilo não era tão importante.

Não.

O que seguia depois daquilo era a parte importante da história, o que determinaria o final dela. Um final que talvez tivesse um contratempo ou talvez devesse ser mudado, a guardiã pensou, conforme as horas passavam e não havia nada além do ócio. Contudo, quando carros pretos com o símbolo do clã supremo dobraram a esquina e entraram sem qualquer impedimento no condômino, os cantos da sua boca se ergueram em um sorriso.

Sakura havia sido finalmente levada para o condomínio do clã Haruno e o final daquela história havia sido decretado.

Com um última olhada ao redor, a garota desceu com um salto, aterrizando silenciosamente sobre a neve.

Era noite. Ninguém percebeu quando ela rodeou os muros do condomínio e seguiu para uma parte onde não havia monitoração. As cercas elétricas, alarmes e as câmeras não funcionavam na parte leste do condomínio, e os guardas eram mantidos afastados. Foi realmente tão fácil escalar o muro com ajuda de um pinheiro e entrar sem ser percebida, quanto na primeira vez que estivera ali, quando sua salvadora lhe mandara escalar aquela árvore depois de tirá-la daquele bar.

Caminhando entre os caminhos conhecidos, onde sua presença não seria percebida, a guardiã pensou que após anos significativos, ela pagaria sua dívida de gratidão.

E finalmente seria a salvadora naquela história.

•••••

A torre de Tóquio continuava sendo um destaque amarelo e dourado em meio a noite escura e a neve. Estava linda, de fato. Mas não foi isso que chamou a atenção de Sasuke. Em pé sobre o parapeito daquele prédio abandonado, Sakura mexia naquela linda coroa de flores, observando as pétalas de cores diferentes entre seus dedos. Ela estava linda como sempre com um longo vestido branco que oscilava com a brisa fria da madruga.

Flor de cacto... Bluebell... Camélia... Flor de Lótus... — ela recitava conforme desfazia a coroa em sua mão.

Com o cenho franzido, Sasuke se aproximou. O som das botas esmagando a sujeira sobre a neve fez sua esposa lhe encarar por cima do ombro. Sakura sorriu.

O melhor lugar para se esconder sempre é aquele que está diante dos olhos de todos...

Sasuke se virou quando as palavras o envolveram.

... a arrogância não permite que a maioria das pessoas enxergue o que está abaixo do próprio nariz e o óbvio se torna um aliado.

Ele se virou de novo, para onde sua esposa estava. A própria voz parecia alta em seus ouvidos, mas Sasuke sequer havia aberto a boca e pela calmaria de Sakura ela tinha ouvido nada.

O que restara da coroa, os arames e os galhos retorcidos, foi jogado aos seus pés. Sasuke encarou sua esposa.

— Gostamos de atrelar o significado do nome a simbologia de uma flor — a voz dela se misturou ao vento congelante. — Kizashi significa presságio... futuro. E a azaleia simboliza ele, independente de quais cores ela possui.

Killshot - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora