Quebra-cabeça

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"Você sabe que eu quero você e você sabe que eu preciso de você. Você e eu poderíamos escrever uma tragédia romântica."

— Bad Romance, Lady Gaga


Era cedo. A luz se infiltrava pelas cortinas da sacada e preenchia vagamente o ambiente, trazendo ao cômodo aos poucos a nitidez. Com o cotovelo apoiado ao colchão e a cabeça à palma, Sakura observava Sasuke dormir. O rosto dele era muito diferente quando relaxado, quando não estava marcado pela raiva e escárnio. Ele quase parecia uma pessoa comum, como se não fosse um lobo coberto por uma pele de cordeiro, como se não fosse um assassino de sangue frio.

Ela se inclinou um pouco mais, retirando alguns fios negros com cuidado do rosto adormecido de Sasuke, apreciando o cheiro que alcançava seu olfato. Um sorriso preguiçoso se formou em seus lábios quando ela admirou a beleza de seu marido. Sasuke era o homem mais bonito que Sakura havia conhecido. Ele possuía um charme mortal e cada parte do seu corpo era um convite para aprecia-lo. Ele era alto e grande — em todos os sentidos — e Sakura gostava de observá-lo dormir. Principalmente quando nunca tivera o prazer de compartilhar uma cama.

Ha três dias ela se tornara uma sentinela, velando o sono de seu marido quando possível a procura do menor sinal que significasse que ele não estava bem. Nada. Sakura não encontrara nada. Sasuke continuava perfeitamente são, respirando como se o ar ao seu redor não tivesse intoxicado, como se o toque nela houvesse sido irrelevante.

Aquilo era uma grande surpresa. Uma divergência por completo, na verdade. Porque ninguém havia sido resistente à Sakura até aquele momento. Seu toque poderia queimar, seu cheiro poderia intoxicar uma pessoa seriamente e sua saliva, bem, havia dado a Kakashi uma bela cicatriz na boca. Embora fosse venenosa, para Sasuke, tudo aquilo parecia ser insignificante.

Sakura sorriu mais uma vez, percebendo toda aquela situação. Deslizando a ponta do dedo pelo rosto de Sasuke, ela ponderou sobre a possibilidade dele ser, de fato, resistente à toda ela. Se talvez seu beijo ou o mais carnal dos toques fosse tão irrelevante a seu marido quanto seu contato e cheiro. Se realmente fosse, seria uma grande ironia.

Seus dedos seguiram até os lábios de Sasuke, numa carícia leve e demorada, mas antes mesmo de toca-los, sua mão foi subitamente agarrada. Sakura sobressaltou, os olhos arregalaram levemente quando os do seu marido encararam os seus. Para sua surpresa, Sasuke sorriu.

— Achei que você não pudesse me tocar — a voz rouca alcançou seus ouvidos.

Você não pode me tocar... — ela rebateu em sussurro. — É diferente.

Sasuke a puxou, tão forte e tão perto, que Sakura praticamente subiu em cima dele. Um braço rodeando sua cintura enquanto o outro ainda tinha a mão segurando a sua. Ela repuxou o canto da boca. A ironia se tornando cada vez mais uma verdade maldita.

— Como se sente? — Sakura perguntou, uma mão apoiada sobre o peitoral descoberto.

— Não seria eu quem deveria perguntar isso?

— Talvez... — ela respondeu. Sasuke sorriu ao soltar a sua mão. — Eu estou melhor.

Seu marido se inclinou, uma mão tocando em sua nuca, puxando seu rosto mais para perto. Sakura tentou evitar, mas ele era forte e sem qualquer dificuldade Sasuke enterrou o rosto em seu pescoço, entre os fios róseos que pendiam ali.

— O que você... — ela tentou dizer, mas o toque dos lábios de Sasuke em sua pele tomaram sua voz.

Sakura gemeu quando ele mordeu a curvatura do seu pescoço e depois chupou, forte o suficiente para deixar uma marca.

Killshot - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora