Acusações de incompetência

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"Você não consegue decifrar a minha cara de blefe."
— Poker Face, Lady Gaga


Sentada à enorme mesa, Sakura lia calmamente um dos livros de toxicologia que ela havia pego das estantes da biblioteca. Ao seu lado, entre pilhas e pilhas de livros e cadernos, uma caneta pendia sobre o bloco de anotações, onde ela escrevia qualquer coisa que julgasse interessante. Estava concentrada em algumas informações sobre tratamentos alternativos quando a porta foi irrompida.

Sasuke era um espectro negro, caminhando em sua direção. Com o rosto notoriamente irritado, ele jogou vários papéis sobre a mesa.

— Quero que você encontre esse cara — uma ordem.

Sakura franziu levemente o cenho, desviando a atenção dos papéis espalhados a sua frente para seu marido zangado ao lado.

— Achei que os Uchiha tivessem um pouco mais de educação — ela disse, retirando os papéis de cima do livro e do seu bloco de anotações. — Primeiro, boa tarde. Segundo, por que eu faria isso?

Sasuke tinha os braços cruzados quando se encostou a mesa.

— Porque suponho que não esteja fazendo nada além de desperdiçar seu tempo. Afinal, você sequer sai da mansão, apenas fica aqui, trancada nessa droga de biblioteca.

Sakura deu um sorriso lento, odiando completamente a irritação no tom de seu marido.

— Sugiro que amenize seu tom comigo se quer a minha ajuda. — apesar da voz calma seu olhar estava sério quando encarou Sasuke. — E pra deixar claro pra você, querido, não deixei as dependências da mansão ainda, porque estou esperando pelo momento que seus guardas não vão...

— Eles têm ordens estritas para não se aproximarem — Sasuke a interrompeu. — Eles não serão hostis com você.

— Hostilidade é a menor das minhas preocupações. Apenas tenho receio de que sejam amigáveis demais e ultrapassem certos limites como Juugo — Sakura se levantou — Não quero correr o risco de acabar matando um dos seus guardas.

Ela havia contado sobre o motivo que a levara a matar Juugo. As investidas, o cortejo e a tola tentativa dele de tentar agarra-la nas escadas do prédio central dos clãs. A única coisa que seu marido disse ao saber da história foi que talvez a causa primária tivesse sido misericordiosa com Juugo ao deixá-lo ser morto por Sakura ao invés dele. Sasuke provavelmente o teria transformado em retalhos irreconhecíveis.

— Meus homens não ousariam cometer esse erro. Não quando eles sabem que nosso casamento não é apenas uma fachada. — ele se aproximou, colocando o corpo de Sakura entre seus braços. As mãos espalmadas sobre a bagunça na mesa. — Não quando seus gemidos ecoam por vários metros da mansão.

Sakura sorriu, a irritação havia se dissipado.

— Vou ter isso em mente.

— Isso significa que vai sair dessa maldita biblioteca? Meu irmão está começando a achar que eu estou mantendo você em cárcere privado.

Os ombros de Sakura tremeram quando ela riu.

— Devo supor que isso seja algum tipo de preocupação do meu cunhado? — ela perguntou ao pender a cabeça para o lado.

— De forma alguma — Sakura riu de novo.

— Estou apenas organizando algumas coisas. Informações sobre as plantas que pretendo cultivar na estufa para fazer remédios.

— Então quando ler toda essa porcaria toxicológica — Sasuke indicou os livros e o bloco de anotações. — Finalmente deixará as paredes da mansão? — Sakura assentiu. — É um alívio — seu marido sorriu com escárnio. —  Estava começando a achar que a mudança havia sido uma perda de tempo e que a estufa tivesse sido irrelevante pra você.

Killshot - SASUSAKUOnde histórias criam vida. Descubra agora