"Esse jogo perturbador de gato e rato sempre começa do mesmo jeito (...) Nós éramos nada, e viramos algo, de gostar para amar."
— Black Widow, Iggy Azalea (feat. Rita Ora)
Sakura tamborilava os dedos sobre a bancada a qual ela estava escorada. Sua mente vagando por todo o espaço do laboratório, vagando por assuntos que ela não sabia da existência ou por aqueles que sequer deveriam existir. Definitivamente estava atrasada. O laboratório deveria estar pronto no final da semana que havia passado, mas com toda a situação com Ashura, tudo atrasou significantemente, embora fosse compreensivo.
Observando todas as pessoas que Hashirama Senju havia escolhido, para compor a equipe que ela havia solicitado, Sakura percebeu que não demoraria muito para que tudo começasse a funcionar. Na verdade, o laboratório, localizado dentro do distrito Uchiha no bairro cuja fronteira era o distrito Senju, estava pronto. Apenas os equipamentos precisavam ser organizados nos locais certos.
— Quero que coloque todos esses materiais naquela bancada — Sakura disse ao rapaz, cujas mãos estavam ocupadas carregando uma caixa com todas as vidrarias que seriam utilizadas.
— Qual? — ele perguntou, a sobrancelha castanho escuro franzindo com a dúvida.
— A bancada aos fundos, onde os tubos de ensaio estão colocados.
A confusão na fase jovial do rapaz fez Sakura soltar um suspiro cansado. Com um sorriso singelo, ela pegou a caixa.
— Eu levo isso pra você — ela anunciou. Um segundo depois a caixa foi retirada de suas mãos.
— Eu levo pra senhora.
Konan não deixou que Sakura sequer tivesse a oportunidade de negar. Simplesmente seguiu para os fundos do enorme laboratório, com os passos firmes por debaixo do vestido cinza que ela vestia. Sakura tinha que admitir, Konan se tornara alguém que ela adquirira apreço, assim como tinha que admitir que a empregada havia se tornado muito mais superprotetora do que Tenten jamais foi — ainda que a expressão dela fosse de uma indiferença notória, o que fazia Sakura ter certeza que o uso daquela máscara kabuki era de total irrelevância.
Era compreensível aquela superproteção. Mesmo que Sakura considerasse um exagero e um equívoco elogiável. Seu corpo e fisiologia se tornara algo peculiar e inconstante há quase quatro anos. O que significava que não havia nada que valesse algum tipo de preocupação. Se tivesse — se aquela irrelevante porcentagem houvesse sobressaído àquela cujo sinônimo era impossível — Sakura preferiria não descobrir.
A ignorância definitivamente era uma dádiva.
Ajeitando as luvas nos cotovelos, ela voltou a coordenar a organização dos equipamentos quando uma pequena figura acizentada surgiu entre as bancadas e parou ao seu lado. Sakura franziu o cenho.
Era um garoto. As roupas pretas com bordados cinzas de barquinhos, o cabelo castanho cortado socialmente e os olhos tão negros quanto os que ela estava acostumada apreciar.
— Você deve esperar, Ryo!
Sakura se virou quando a voz feminina preencheu o ambiente, chamando atenção de qualquer um que estivesse próximo. Vestida com um conjunto negro sobre um casaco pesado, Izumi Uchiha adentrou no laboratório. Mesuras foram feitas em respeito.
— Quantas vezes eu tenho que repetir para você se manter ao meu lado como seu irmão, huh? Você e Ren devem ficar sempre juntos!
A neblina de confusão se dissipou quando Sakura encarou a esposa de Itachi e os dois garotos com roupas iguais. Os mesmos garotos que ela havia observado naquele dia na estufa.
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Killshot - SASUSAKU
FanfictionNum Japão dividido em clãs poderosos, apenas um comanda e mantém a ordem. Porém, com os dois clãs mais fortes sendo inimigos declarados, a paz sempre está a um passo de ser perdida. Assim, temendo uma guerra civil, Hagoromo, o homem à frente do país...