01 | piloto.

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Pablo Gavi

Os gritos.

A multidão.

Azul e vermelho.

O campo.

O gol.

A razão de toda a minha vida: Futebol.

E tudo isso poderia acabar a qualquer instante.

– Pablo, se te ligarem... – Robert dizia pela milésima vez.

– Porra, eu sei! Seja educado, peça desculpas e faça promessas que não vai cumprir – repeti e o vi bufar.

– Seria bom se as cumprisse uma vez na vida.

– Eu só quero jogar futebol – falei baixo, cansado.

– Não é só o que você faz dentro de campo – me repreendeu. – Sabe que tem gente te olhando aonde quer que vá, e continua se deixando levar por prazeres.

– Eu sou jovem!

– Sendo jovem ou não, Gavi, você sabe das suas responsabilidades. Já viu Léo Messi em escândalo com drogas? – ele tentava manter seu tom calmo, mas eu ia explodir.

– Eu já disse MIL VEZES que não usei nada.

Ele me encarou fixamente, e eu engoli seco.

– E isso faz diferença quando se tem fotos de você ao lado delas? Pare de se vitimizar! Estamos falando sobre o destino da sua carreira aqui – se sentou na cadeira ao meu lado. – Você e eu sabemos muito bem o que precisa fazer para se manter no Barcelona. E está fazendo o seu dever, Pablo? Sinceramente!

– Dessa vez eu nem tive culpa, que saco! – revirei os olhos. – Eu tô cansado de me desculpar pro mundo por estar vivendo.

– É o preço que você tem a pagar. Você é famoso agora querendo ou não, e se quiser continuar assim, vai ter que andar nos trilhos. Você diz que quer ser o melhor do mundo, não é? Bom, comece a agir como tal.

E saiu da sala.

Puta merda.

Se eu soubesse que realizar meu sonho seria abrir mão da minha vida, eu ainda sim tentaria?

Sinceramente, eu não tenho a resposta.

Futebol é a minha paixão, e o Barcelona é a minha casa, mas isso vem me matando aos poucos.

Eu sou jovem. Eu fui a um bar com uns amigos. Esses amigos tinham outros amigos, e esses outros amigos trouxeram as drogas. Eu não usei nada porque teria treino no outro dia, mas eu continuei lá e foi uma ótima noite. Mas a manhã foi péssima. Foram apenas algumas horas e todo mundo sabia. E nesses últimos meses, "escândalos" como esse tem me aparecido bastante. E na maioria eu nem tenho culpa! Mas, ao que parece, Barcelona não quer jogadores desse tipo em seu time.

E se eu saísse do Barça, meu lar, o time que cresci como jogador desde muito novo, o futebol nunca mais seria o mesmo.

Eu só sabia que precisava resolver isso, e logo! E eu preciso de mais do que um pedido de desculpas.

– Pablo – Mateo disse quando eu abri a porta.

– E então? – perguntei aos dois homens á minha frente.

Era agora ou nunca.

– O time quer te manter.

Nossa.

Ouvir essas palavras foi como tomar um café em uma noite muito fria.

Isso era só o que eu precisava.

lie to me - pablo gaviOnde histórias criam vida. Descubra agora